Josué


Os montes Ebal e Gerizim, na Samaria. 

"Os estrangeiros como os naturais estavam lá, metade deles em frente do monte Gerizim e a outra metade em frente do monte Ebal..” - Josué 8:33 

O autor 
Josué, servidor de Moisés (confira Êxodo 24:13 e 33:11), foi preparado durante anos para sua responsabilidade de condutor do povo e chefe do exército de Israel.

Imediatamente, ele deu provas de competência, sobretudo contra Amaleque, na saída do Egito (Êxodo 17:8-13). Mas ele tinha ainda muito que aprender (Êxodo 32:17-18 e Números 11:28-30). 

Seu primeiro nome, Oséias (salvação, auxílio), foi mudado para Josué (Jeová é Salvador) em Números 13:16, indício exterior da profunda transformação interior operada nele pelo Espírito de Deus, (Números 27:18). 

Sua vocação foi especificada por Moisés, que por ordem de Deus lhe transmitiu seus encargos (Deuteronômio 31:7-13), em seguida ratificada por Deus, às portas da conquista de Canaã (Josué 1:5-7). 

Josué foi um homem de fé (confira Hebreus 11:30). Ele soube inculcar aos israelitas o amor ao Senhor e a dependência dEle (Juizes 2:6-7), e foi um exemplo para todo o povo (Josué 24:15). 

Viveu bastante tempo para ensinar as leis divinas à geração estabelecida em Canaã (Josué 23-24), e morreu com a idade de 110 anos. 



A redação do livro 
Desde seus primeiros anos, Josué havia sido estreitamente ligado à formação do livro da lei do Senhor (confira Êxodo 17:14). Quando sucedeu a Moisés, Deus lhe revelou um segredo: a meditação desse livro seria o penhor da vitória de seus empreendimentos (Josué 1:8). 

Ele aprendeu, pois, a tirar diariamente da Palavra divina a força moral e espiritual para a realização de sua tarefa. Quantas vezes encontrou nela diretrizes e inspiração (confira Josué 8:31). 

Josué tinha observado a redação progressiva do texto sagrado, efetuada por Moisés sob o impulso direto do Espírito Santo (confira Deuteronômio 31:9 e 24). 

Ele devia, pois, prosseguir nessa tarefa particularmente importante, e transcrever, por sua vez, o relato das intervenções divinas durante a conquista de Canaã! Josué 24:26 confirma isto: "Josué escreveu estas palavras no livro da lei de Deus". 

O alcance da sua mensagem 
O livro de Josué faz um relatório histórico das conquistas da Palestina realizadas 14 séculos antes da era crista, pelos exércitos de Israel. 

Este livro representa, porém, infinitamente mais que uma narração de batalhas ou de repartições de herança, "Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito" (Romanos 15:4). 

O filho de Deus é incentivado a aprender as lições espirituais que podem ser tiradas das experiências de Israel ao entrar em Canaã. 

A vida cristã não é uma aventura agradável, nem um "passeio turístico", mas uma guerra ofensiva contra o reino das trevas. 

Estamos todos na entrada de um país a conquistar, e por isso combatemos as forças do submundo pertencente a um adversário poderoso. O Novo Testamento inteiro nos fala dessa luta espiritual, cuja vitória final é absolutamente certa. 

Mas, para pertencer ao número dos vencedores, precisamos revestir-nos das armas do cristão, descritas em Efésios 6. A Igreja militante também deve entrar em um glorioso país prometido, e o livro de Josué lhe traça o caminho a seguir. 



Josué – tipo de Jesus 
À semelhança dos israelitas do 14º século antes da era cristã, que se submeteram incondicionalmente a seu general (confira Josué 1:16-18; 4:8, etc), devemos também nos reunir sob o comando do nosso Chefe (Hebreus 12:12), que tem o mesmo nome do antigo conquistador da Palestina. Realmente, o hebraico “Josué", corresponde etimologicamente ao grego "Jesus". 

Jesus significa, pois, “Salvador" (Mateus 1:21). Só Jesus Cristo, nosso Salvador, fará de nós cristãos vitoriosos, dignos de receber em herança o país das promessas e das bênçãos divinas. 

Algumas explicações espirituais 
Paralelo impressionante: 

  • a salvação pelo sangue de Cristo é sugestivamente ilustrada pelo cordão carmezim dado a Raabe (Josué 2); 
  • a passagem do Jordão (Josué 3 a 4) é uma imagem do batismo do resgatado, que aceita identificar-se com Cristo em Sua morte para andar com Ele em novidade de vida (Romanos 6:4); 
  • a conquista de Jericó (Josué 6) prefigura o assalto às fortalezas do adversário, (2 Coríntios 10:4); 
  • o extermínio dos cananeus (Josué 7 a 12) põe diante de nós o objetivo proposto ao cristão: combater o pecado e tomar-se vencedor sobre os principados espirituais que estão nos lugares celestes, (Efésios 6:12). 

A divisão do país (Josué 13-19) faz-nos entrever a tomada de posse da nossa herança, que é o repouso espiritual prometido ao povo de Deus (confira Hebreus 3-4). 

Quanto às cidades de refúgio (Josué 20), representam, de maneira maravilhosa, a eterna segurança do redimido em Cristo. 

Há ainda muitos outros ensinamentos espirituais a serem tirados deste livro de Josué, extraordinariamente rico em instruções práticas para a nossa marcha cristã. 



Plano do livro 
A. Cap. 1-12: A conquista do país 
Cap. 1 - A chamada de Josué 
Cap. 2 - A escolha de Raabe 
Cap. 3 - A passagem do Jordão 
Cap. 4-5 - O monumento de Gilgal 
Cap. 6 - A conquista de Jerico 
Cap. 7 - A derrota em Ai 
Cap. 8 - A conquista de Ai e o altar do monte Ebal 
Cap. 9 - A astúcia dos gibeonitas 10-12 
Cap. 10 - Batalhas e vitórias em toda a Palestina 

B. Cap. 13-24: A divisão do país 
Cap. 20 - Divisão do território entre as tribos 
Cap. 21 - As seis cidades de refúgio 
Cap. 22 - As 48 cidades dos levitas 
Cap. 23-24 - A desmobilização e suas conseqüências 
Cap. 13-19 - Últimas exortações

ÍNDICE

Semeando Vida

Profundidade Teológica e Orientação Espiritual para Líderes e Estudiosos da Fé

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