Jeremias


A época
Este profeta apareceu no 7º século antes de Jesus Cristo; Deus o chamou quando ainda era muito moço (1:6-7), e ele exerceu seu ministério durante mais de 50 anos.

Conheceu o período do despertamento espiritual de Judá, durante o reino de Josias, quando o livro da lei foi descoberto no templo (2 Reis 22:1 - 23:24; 2 Crônicas 34:15).

Mas sob os últimos reis impostores de Judá: Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, ele foi a sentinela do Senhor, advertindo os ímpios e proclamando a justiça dos castigos do Todo-Poderoso.

A pessoa de Jeremias
Deus o havia escolhido antes de seu nascimento para o estabelecer como profeta às nações (1:5). Cresceu em uma família de sacerdotes (1:1), e recebeu de Deus suas primeiras mensagens cinco anos antes de memorável celebração da Páscoa, sob o reinado de Josias (confira 1:2 e 2 Crônicas 35:19).

Jeremias foi, pois, testemunha de uma profunda decadência, ainda mais lamentável por vir após um período de piedade verdadeira e profunda.



O ministério de Jeremias
Jeremias sofreu muito. Não se proclama a verdade de Deus sem despertar oposição. Sigamo-lo, pois, nas peripécias de sua carreira movimentada: ele chora (9:1), luta (cap. 28), recebe socos (20:2), é objeto de zombarias acerbas (20:7), ameaçado de morte (26:8), lançado na prisão (cap. 37), conduzido à força para longe de sua pátria, (cap. 43).

Mas em todas essas situações criticas. Jeremias permanece como o mensageiro do Senhor, que suplica ou denuncia, exorta ou condena, consola ou se indigna, anunciando sem hesitar todo o conselho de Deus, a despeito dos riscos que corre.

Os traços particulares de sua missão vão-se definindo a medida que se realizam:

"Eis que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna de ferro, e por muros de bronze, contra todo o país; contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra seus sacerdotes e contra o seu povo. Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque Eu sou contigo, diz o SENHOR, para te livrar" Jeremias 1:18-19.

A 1ª seção do seu livro
Os capítulos 1-29 de Jeremias são o fruto do sofrimento de um homem de oração, diante da deterioração espiritual e moral de Judá. Ele fala no átrio (cap. 26), ou à porta do templo (cap. 7-10), entregando sua mensagem ao povo decadente (cap. 2-6 e 11-12), ou a seus condutores infiéis (cap. 23).

Por sinais explícitos - o cinto de linho (cap. 13), o oleiro (cap. 18), as duas cestas de figos (cap. 24), o cálice da ira (25:15-38) – ele anuncia o futuro sombrio que espera os israelitas. Prediz, aos moradores da capital, a duração dos cativeiros, ou seja, 70 anos (25.1-14); depois escreve os judeus já levados cativos à Babilônia (29:10; confira Daniel 9:2; 2 Crônicas 36:21).

A 2ª seção do livro
Os capítulos 30-52 situam-se nos anos cruciais do ministério da Jeremias, quando ele estava só, ameaçado ou aprisionado, mas de sua mensagem, produzida sob ameaças de torturas e sombras de cativeiro, desprende se uma esperança muito mais luminosa: a da fé.



1 - O povo eleito
À primeira vista, os capítulos 30-35 deixam entrever, além das ameaças do momento presente, a felicidade de volta de Israel à sua pátria.

Os capítulos 36 - 39 contam-nos as tributações do profeta, maltratado por um povo que não quer escutá-Io; a principio, seu livro é queimado, depois ele mesmo é encarcerado, solto por um pouco de tempo, é lançado em uma cisterna, de onde será livrado miraculosamente.

Depois da tomada de Jerusalém pelos exércitos dos caldeus, graves perturbações surgem no país. Gedalias, o governador Investido por Nabucodonoaor, é assassinado, a os israelitas, que permaneceram a seu lado, contrariando as advertências de Jeremias, fogem para o Egito, temendo represálias.

Ele mesmo é levado para lá à força, e embora cativo cessa de revelar o veredicto de Deus aos chefes desobedientes, responsáveis por esse drama, (cap. 40-44).

2 - Os outros povos
Em contraste, as últimas páginas do livro de Jeremias são consagradas às nações vizinhas que venceram Israel; elas também não escaparão à ira do Senhor: primeiro será a vez do Egito (cap. 46), depois a dos filisteus (cap. 47), dos moabitas (cap. 48), dos amonitas, dos edomitas, dos sírios, dos árabes, dos persas (cap. 49) e, sobretudo, doa caldeus (cap. 50-51).

Babilônia terá castigo fulminante (51:8, 33). Esse decreto divino realizar-se-á literalmente, pois o livro de Daniel nos conta que a grande cidade foi tomada em uma noite (Daniel 5); e tudo isso é também profético em relação à destruição instantânea de uma outra Babilônia, a do Apocalipse (cap. 17 e 18), e em relação a um poder mundial político-religioso do tempo do Anticristo, cujo julgamento sobrevirá em uma hora (Apocalipse 18:10).

Conclusão
Quanto ao capitulo 62, pode ser considerado como epílogo do livro, completando as palavras de Jeremias. Paralelamente aos últimos capítulos dos livros de 2 Reis e de 2 Crônicas, ele conta a tomada de Jerusalém por Nabucodonosor e seu exército.

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