Concílio de Constança: Por que as reformas católicas do século XV falharam?



Destaques do Artigo:
🔥 Movimento reformista: Bispos, reis e universidades exigiam mudanças.
⚖️ Concílios de Constança e Basiléia: Discussões sem resultados concretos.
💥 Revolução necessária: A falha interna que exigiu ruptura.

Séculos XIV e XV: O clamor por reformas na Igreja Católica
À medida que vamos examinando essas condições calamitosas na igreja, ocorre-nos, entre indignados e estupefatos, perguntar: 

Será que não havia naqueles tempos homens que, vivendo dentro da igreja, mas suficientemente preparados e cheios do verdadeiro espírito cristão, não vissem esses grandes males e desejassem remediá-los? Sim, tais homens existiam e não em pequeno número.

Os séculos XIV e XV viram surgir dentro da própria igreja um forte espírito, um extraordinário desejo de reforma. 

A degradação do papado com o Cativeiro Babilônico e com o Cisma, as explorações e extorsões feitas pelos papas e sua intromissão em todos os negócios da igreja em toda a parte, os vícios, as ambições desmedidas, a incompetência e negligência do clero, a queda geral da disciplina, a administração entregue às mãos dos bispos fracos e corruptos...

Todas essas coisas causavam tristeza e revolta generalizadas, bem como protestos e pedidos insistentes para que se banissem da igreja tantos males e tanta vergonha.

Assim falavam muitos homens da alta hierarquia clerical, inclusive vários bispos e cardeais. Estadistas e reis insistiam em que se fizesse alguma coisa. De todos os países, especialmente da Alemanha e da França, partia o grito por uma reforma. 

A maior escola teológica da igreja medieval, a Universidade de Paris, era quase totalmente dirigida por espíritos reformadores e forneceu muitos líderes desse movimento.


Concílio de Constança: A tentativa fracassada de reforma "da cabeça aos pés"
O meio pelo qual propunham reformar a igreja era um Concílio Geral, que, segundo a velha teoria, era a suprema autoridade na igreja. 

Perdidas as esperanças no papado, os reformadores reviveram essa teoria como um meio de alcançarem seus propósitos.

Tentaram isto primeiramente no Concílio de Pisa, num vão esforço para curar o Cisma. Pouco tempo depois foi convocado o Concílio de Constança que conseguiu restaurar a unidade da igreja. 

Muitos participantes do Concílio, porém, pretendiam fazer muito mais do que isto. Queriam conseguir o que eles chamavam "A Reforma da Igreja, da Cabeça aos Pés".

O Concílio era constituído por um grupo de homens aos quais não faltavam habilidade, inteligência e interesse. Enfim, estavam ali os melhores homens que era possível reunir naquela época.

Estavam também ali, muito bem representados, tanto a igreja como os poderes civis, quer pessoalmente, quer por meio de embaixadores. 

Sem dúvida a maioria dos seus membros estava firmemente determinada a conseguir as reformas tão necessárias. Eram poderosamente apoiados pela presença pessoal do imperador Sigismundo, que era ardoroso defensor da tese reformista.

O fracasso do Concílio de Constança: Política, divisões e falta de caráter
Não obstante haver muita discussão sobre reforma, o concílio, depois de três anos de procrastinação, nada conseguiu. 

Os políticos representantes do papa fizeram um astuto jogo de oposição sistemática a qualquer modificação que se chocasse com seus altos interesses pessoais. Zelos nacionalistas dividiram os reformadores. 

Mas a causa real do fracasso é que não havia entre eles bastante caráter, firmeza de propósitos, entusiasmo moral para atingirem seu objetivo.




Concílio de Basiléia: Discussões intermináveis e a falta de ação
Poucos anos depois, os interessados na reforma tiveram outra oportunidade no Concílio Geral de Basiléia. 

Todavia, ali, não obstante haver muita discussão sobre reforma, enquanto o Concílio se arrastava numa lentidão enervante (1431-1449), nada foi conseguido de substancial.

O que verificamos de tudo isto, e que muitos homens ilustres de então já sabiam, é que não era possível surgir dentro da igreja papal qualquer reforma cuja ação fosse iniciada por esta organização mesma. 

A força do mal nela existente não podia ser destruída por ela mesma, a despeito de toda a indignação e protesto da opinião pública da Europa. A reforma só poderia vir por meio de uma revolução que desfizesse aquela organização.

ÍNDICE
A preparação para o Cristianismo 

A fundação e expansão da Igreja 

A Igreja antiga (100 - 313) 

A Igreja antiga (313- 590) 

A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073) 

A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294) 

Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517) 
27 - Tentativas de reforma dentro da Igreja ⬅️ Você está aqui! 

Revolução e reconstrução (1517 - 1648) 

A era da Reforma (1517 - 1648) 

O cristianismo na Europa (1648 - 1800) 

O Século 19 na Europa 

O Século 20 na Europa 

O cristianismo na América 

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