Destaques do Artigo:
👑 Bonifácio VIII vs. França: O papa que desafiou reis e perdeu.
🏰 Cativeiro de Avinhão: 68 anos de papado sob controle francês.
⚔️ Grande Cisma: Três papas e a divisão da cristandade.
Bonifácio VIII: Ambição papal vs. monarquias nacionais
Vejamos agora os sinais evidentes do desastre que se aproxima dentro da corte do poder supremo da igreja, ou seja, no papado.
Em 1294, depois de o papado ter sofrido alguma perda de influência durante os fracos pontificados de alguns papas, Bonifácio VIII subiu ao trono.
Em 1294, depois de o papado ter sofrido alguma perda de influência durante os fracos pontificados de alguns papas, Bonifácio VIII subiu ao trono.
Possuía ele as idéias e o espírito de Hildebrando e Inocêncio III e julgava mesmo poder ultrapassá-los. Seu propósito era ser o governo supremo da Europa, tanto temporal como espiritual, isto é, queria ser imperador e papa.
Diz-se que durante as festas do jubileu dó ano 1300 fez questão de ser visto por milhares de peregrinos, sentado num trono, usando a coroa e espada de Constantino e exclamando: "Sou o César; sou o Imperador". É assim que a história o apresenta.
Quando, porém, tentou realizar as suas idéias, defrontou-se com dois reis poderosos: Eduardo I, da Inglaterra e Felipe, o Belo, de França. Fortes e garantidos pela unidade das suas respectivas nações, esses monarcas, conseguiram afastar o papa dos negócios internos dos seus respectivos países.
A disputa, que girava sobre o direito do rei, de cobrar impostos das propriedades da igreja, modificou-se, assumiu outro caráter. Era a igreja, ou a nação que devia governar o território nacional? Bonifácio protestou, lutou, mas teve de ceder.
A humilhação de Bonifácio VIII: O papa preso e a ascensão do nacionalismo
Mais tarde envolveu-se em outra contenda com Felipe de França. Num verdadeiro estilo de Hildebrando ele afirmou a supremacia papal sobre todos os reis, excomungou a Felipe e ameaçou depô-lo do trono.
A resposta de Felipe aos trovões do papa foi enviar uma força armada para prendê-lo. E, de fato, o papa foi preso em Anagni.
A resposta de Felipe aos trovões do papa foi enviar uma força armada para prendê-lo. E, de fato, o papa foi preso em Anagni.
Depois de três dias foi solto e voltou a Roma, morrendo pouco depois (1303), desgostoso ou louco em virtude da sua repentina e vergonhosa queda.
O papado medieval recebera uma ferida incurável. O poder que governara o mundo foi publicamente envergonhado e ninguém sequer levantou a mão para defendê-lo.
E o que lhe deu o golpe foi a nova força política do nacionalismo. As nações estavam unidas e fortalecidas pelo sentimento nacionalista.
Cativeiro Babilônico: O papado sob domínio francês em Avinhão
O papado estava agora sob o poder do rei da França. Isto foi publicamente declarado em 1309, pois o papa estabeleceu seu trono em Avinhão, no Reno, em território francês.
Aqui, no seu "Cativeiro Babilônico", o papado permaneceu por sessenta e oito anos.
Durante esse tempo ele perdeu o prestígio no pensamento e na consciência da Europa. O simples fato de mudar-se de Roma constituiu uma queda irreparável de autoridade. Até mesmo os mais ignorantes sentiram isto.
Durante esse tempo ele perdeu o prestígio no pensamento e na consciência da Europa. O simples fato de mudar-se de Roma constituiu uma queda irreparável de autoridade. Até mesmo os mais ignorantes sentiram isto.
O domínio francês rebaixou o papado aos olhos de todos os povos. Grande perda da sua influência moral resultou da notória imoralidade da corte papal em que alguns dos papas foram os primeiros a dar os piores exemplos.
Perda maior ainda resultou da avareza insaciável, da ambição desmedida desses papas do Avinhão. A Europa gemeu debaixo das contínuas extorsões e explorações de toda a sorte.
Perda maior ainda resultou da avareza insaciável, da ambição desmedida desses papas do Avinhão. A Europa gemeu debaixo das contínuas extorsões e explorações de toda a sorte.
Grande Cisma: A crise dos três papas e o concílio de Constança
Como se o Cativeiro não fosse bastante, surgiu o Grande Cisma no papado. Forçado pela exigência da opinião pública, provavelmente forçado ainda mais pela insistência daquela mulher extraordinária, Catarina de Sena, Gregório XI, em 1377, voltou a Roma.
Pouco depois da eleição de seu sucessor em 1378, um papa rival foi escolhido pelos cardeais franceses, e elevado à corte papal em Avinhão.
Por mais de trinta anos houve dois papas, um, em Avinhão e outro em Roma. Algumas nações reconheciam o de Roma, outras, o de Avinhão. A contenda e a discórdia dominaram toda a igreja.
Por mais de trinta anos houve dois papas, um, em Avinhão e outro em Roma. Algumas nações reconheciam o de Roma, outras, o de Avinhão. A contenda e a discórdia dominaram toda a igreja.
A situação era tão intolerável que os cardeais de ambos os papas convocaram um concílio geral para acabar com o Cisma, concílio esse que se reuniu em Pisa, em 1409, e escolheu um novo papa. Todavia desde que os dois já existentes se recusavam a resignar, ficaram os três papas.
Cinco anos depois convocou-se outro concílio geral em Constança, o qual depôs a dois deles e persuadiu o terceiro a resignar. O Cisma assim terminou com a eleição de Martinho V, que foi reconhecido por toda a igreja.
Martinho e vários dos seus sucessores foram políticos astutos e bons administradores, razão por que recobraram para o papado algum respeito e autoridade. Mas o papado jamais voltou a ser o que fora dantes.
Martinho e vários dos seus sucessores foram políticos astutos e bons administradores, razão por que recobraram para o papado algum respeito e autoridade. Mas o papado jamais voltou a ser o que fora dantes.
ÍNDICE
A preparação para o Cristianismo
A fundação e expansão da Igreja
A Igreja antiga (100 - 313)
A Igreja antiga (313- 590)
A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073)
A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294)
Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517)
25 - A queda do Papado ⬅️ Você está aqui!
Revolução e reconstrução (1517 - 1648)
A era da Reforma (1517 - 1648)
O cristianismo na Europa (1648 - 1800)
O Século 19 na Europa
O Século 20 na Europa
O cristianismo na América