Destaques do Artigo:
🏰 Queda de Constantinopla (1453): símbolo da vitória islâmica sobre o cristianismo.
📚 Declínio intelectual: Fuga de gregos cultos e fim da pregação nos púlpitos.
☦️ Ascensão da Rússia: Moscou como novo centro do cristianismo oriental.
1453: O golpe turco que redefiniu o cristianismo oriental
Em 1453, caiu sobre a igreja do oriente o maior desastre de sua história: a conquista de Constantinopla pelos turcos.
O império do oriente, por tanto tempo um campeão do cristianismo, caiu, e o sultão sentou-se no trono do imperador. Santa Sofia, a catedral magnífica edificada por Justiniano, no século VI, transformou-se numa Mesquita com sinal e prova da queda do cristianismo diante do islamismo.
Os cristãos residentes no território turco tiveram permissão de conservar seu culto, mas perderam todos os direitos perante a lei, tendo de viver em sujeição e sem qualquer amparo legal.
A organização da igreja permaneceu inalterada, O Patriarca de Constantinopla viu mesmo aumentados os seus poderes sobre os demais patriarcas do oriente, Antioquia, Jerusalém e Alexandria, e tornou-se chefe de todos os cristãos do império turco, que então incluía os territórios da igreja oriental, exceto a Rússia.
O patriarca era indicado pelo sultão e estava inteiramente à mercê do seu poder. Além disso muitos dos patriarcas alcançavam seu ofício por meio do suborno e o mantinham pela bajulação.
Perderam a influência perante o povo, pois eram considerados lacaios dos sultões. Desde que todos os bispos estavam sob o domínio turco, sofreram, também, tanto no seu ofício e caráter como na influência que exerciam.
Fuga de intelectuais: O colapso educacional da igreja pós-Constantinopla
Com a queda de Constantinopla muitos gregos cultos fugiram para a Europa ocidental e ali tomaram parte no Renascimento da Cultura. A emigração desses homens altamente instruídos enfraqueceu seriamente a vida intelectual da igreja oriental.
O clero tornou-se ignorante e a pregação desapareceu dos púlpitos. Numa era quando a mentalidade dos homens no ocidente se levantou, pelo Renascimento, acontecia exatamente o oposto na igreja oriental.
Uma razão por que esta igreja não participou da Reforma foi que nunca experimentou o despertamento intelectual que o ocidente recebeu, a fim de preparar o caminho para o movimento reformador.
Assim a vitória turca foi, em todos os sentidos, um golpe de morte contra a igreja oriental. É uma prova de poder do cristianismo o fato de que essa igreja ainda conseguiu sobreviver.
Ascensão russa: Moscou como novo centro do cristianismo oriental
Logo após a queda do império oriental, levantou-se um novo império no norte, a Rússia. Nos séculos XV e XVI, reis poderosos tornaram a Rússia uma nação unificada. Desde a queda de Constantinopla a igreja russa foi se tornando independente.
Nominalmente ainda era sujeita ao patriarca de Constantinopla, mas o bispo metropolitano de Moscou não foi mais escolhido pelo patriarca.
Em virtude do estado de degradação da igreja, nos territórios da Turquia, e pelo aparecimento do poder da Rússia, a igreja desse país tornou-se a parte mais importante da igreja oriental.
Como prova deste fato viu-se o bispo metropolitano de Moscou elevado à categoria de patriarca, em 1.587. Durante o século seguinte a igreja russa revelou uma vida nova, especialmente ao tempo do famoso patriarca Nicônio.
Ele promoveu um extraordinário desenvolvimento na educação e na vida moral do clero, como também despertou algum interesse pela pregação. Na doutrina, porém, não houve mudança; não se verificou qualquer progresso na direção de uma forma mais pura do cristianismo.
Quando o protestantismo invadiu a Rússia, vindo do oeste, foi terrivelmente perseguido e expulso. Também nem a religião, nem o clero, nem o povo puderam libertar-se da superstição dominante.
Uniatas: A estratégia católica para absorver fiéis orientais
Durante o período da Contra-Reforma, enquanto a igreja Católica Romana lutava por conquistar e reconquistar todos os povos, tentou também ganhar a Rússia. Foi bem sucedida em algumas regiões do sudoeste do país à custa de certas atitudes liberais.
Tudo o que se pedia daqueles que vinham da igreja oriental para a Romana, era submissão ao papa. Foi-lhes permitido conservar sua forma de culto e costumes religiosos e até mesmo permissão para os membros do clero se casarem.
Esses católicos eram chamados Uniatas. Entre os eslavos residentes nos Estados Unidos há muitos uniatas católicos romanos do rito grego, ou católicos gregos que obedecem ao papa.
Santo Sínodo: O controle czarista sobre a igreja russa (1700-1917)
No início do século XVIII, o czar Pedro, o Grande, deu à igreja a forma de governo que ela conservou até à revolução de 1917.
Em substituição ao patriarca, organizou o Santo Sínodo, que era um corpo de bispos e sacerdotes escolhidos pelo czar, presidido por um oficial leigo, chamado o "supremo procurador" que exercia a função de representante direto do czar.
Essa igreja, era teoricamente controlada pelo procurador que representava e expressava a vontade do czar. Assim a igreja tornou-se completamente sujeita ao governo que era considerado o seu "guarda e protetor".
A igreja oriental tornou-se uma parte da máquina desse governo absoluto e opressor, razão por que sofreu os funestos resultados espirituais inevitáveis dessa escravidão.
O império do oriente, por tanto tempo um campeão do cristianismo, caiu, e o sultão sentou-se no trono do imperador. Santa Sofia, a catedral magnífica edificada por Justiniano, no século VI, transformou-se numa Mesquita com sinal e prova da queda do cristianismo diante do islamismo.
Os cristãos residentes no território turco tiveram permissão de conservar seu culto, mas perderam todos os direitos perante a lei, tendo de viver em sujeição e sem qualquer amparo legal.
A organização da igreja permaneceu inalterada, O Patriarca de Constantinopla viu mesmo aumentados os seus poderes sobre os demais patriarcas do oriente, Antioquia, Jerusalém e Alexandria, e tornou-se chefe de todos os cristãos do império turco, que então incluía os territórios da igreja oriental, exceto a Rússia.
O patriarca era indicado pelo sultão e estava inteiramente à mercê do seu poder. Além disso muitos dos patriarcas alcançavam seu ofício por meio do suborno e o mantinham pela bajulação.
Perderam a influência perante o povo, pois eram considerados lacaios dos sultões. Desde que todos os bispos estavam sob o domínio turco, sofreram, também, tanto no seu ofício e caráter como na influência que exerciam.
Fuga de intelectuais: O colapso educacional da igreja pós-Constantinopla
Com a queda de Constantinopla muitos gregos cultos fugiram para a Europa ocidental e ali tomaram parte no Renascimento da Cultura. A emigração desses homens altamente instruídos enfraqueceu seriamente a vida intelectual da igreja oriental.
O clero tornou-se ignorante e a pregação desapareceu dos púlpitos. Numa era quando a mentalidade dos homens no ocidente se levantou, pelo Renascimento, acontecia exatamente o oposto na igreja oriental.
Uma razão por que esta igreja não participou da Reforma foi que nunca experimentou o despertamento intelectual que o ocidente recebeu, a fim de preparar o caminho para o movimento reformador.
Assim a vitória turca foi, em todos os sentidos, um golpe de morte contra a igreja oriental. É uma prova de poder do cristianismo o fato de que essa igreja ainda conseguiu sobreviver.
Ascensão russa: Moscou como novo centro do cristianismo oriental
Logo após a queda do império oriental, levantou-se um novo império no norte, a Rússia. Nos séculos XV e XVI, reis poderosos tornaram a Rússia uma nação unificada. Desde a queda de Constantinopla a igreja russa foi se tornando independente.
Nominalmente ainda era sujeita ao patriarca de Constantinopla, mas o bispo metropolitano de Moscou não foi mais escolhido pelo patriarca.
Em virtude do estado de degradação da igreja, nos territórios da Turquia, e pelo aparecimento do poder da Rússia, a igreja desse país tornou-se a parte mais importante da igreja oriental.
Como prova deste fato viu-se o bispo metropolitano de Moscou elevado à categoria de patriarca, em 1.587. Durante o século seguinte a igreja russa revelou uma vida nova, especialmente ao tempo do famoso patriarca Nicônio.
Ele promoveu um extraordinário desenvolvimento na educação e na vida moral do clero, como também despertou algum interesse pela pregação. Na doutrina, porém, não houve mudança; não se verificou qualquer progresso na direção de uma forma mais pura do cristianismo.
Quando o protestantismo invadiu a Rússia, vindo do oeste, foi terrivelmente perseguido e expulso. Também nem a religião, nem o clero, nem o povo puderam libertar-se da superstição dominante.
Uniatas: A estratégia católica para absorver fiéis orientais
Durante o período da Contra-Reforma, enquanto a igreja Católica Romana lutava por conquistar e reconquistar todos os povos, tentou também ganhar a Rússia. Foi bem sucedida em algumas regiões do sudoeste do país à custa de certas atitudes liberais.
Tudo o que se pedia daqueles que vinham da igreja oriental para a Romana, era submissão ao papa. Foi-lhes permitido conservar sua forma de culto e costumes religiosos e até mesmo permissão para os membros do clero se casarem.
Esses católicos eram chamados Uniatas. Entre os eslavos residentes nos Estados Unidos há muitos uniatas católicos romanos do rito grego, ou católicos gregos que obedecem ao papa.
Santo Sínodo: O controle czarista sobre a igreja russa (1700-1917)
No início do século XVIII, o czar Pedro, o Grande, deu à igreja a forma de governo que ela conservou até à revolução de 1917.
Em substituição ao patriarca, organizou o Santo Sínodo, que era um corpo de bispos e sacerdotes escolhidos pelo czar, presidido por um oficial leigo, chamado o "supremo procurador" que exercia a função de representante direto do czar.
Essa igreja, era teoricamente controlada pelo procurador que representava e expressava a vontade do czar. Assim a igreja tornou-se completamente sujeita ao governo que era considerado o seu "guarda e protetor".
A igreja oriental tornou-se uma parte da máquina desse governo absoluto e opressor, razão por que sofreu os funestos resultados espirituais inevitáveis dessa escravidão.
ÍNDICE
A preparação para o Cristianismo
A fundação e expansão da Igreja
A Igreja antiga (100 - 313)
A Igreja antiga (313- 590)
A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073)
A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294)
Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517)
Revolução e reconstrução (1517 - 1648)
A era da Reforma (1517 - 1648)
O cristianismo na Europa (1648 - 1800)
46 - A Igreja Oriental ⬅️ Você está aqui!
O Século 19 na Europa
O Século 20 na Europa
O cristianismo na América