Apocalipse 22 - O Jardim Celestial e a Promessa Eterna


Por Ray Summers

O jardim, que simboliza perfeito gozo e suprimento de todas as necessidades, é a terceira cena do quadro, que nos apresenta o destino dos remidos. Eis aqui um jardim com um lindo rio, cujas águas cristalinas são a água da vida, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. 

Apocalipse 22.1-8
1 - Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.
2 - No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos.
3 - Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão,
4 - contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.
5 - Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos.

De cada lado das margens, cresce a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e cujas folhas são para a saúde das nações. Há aqui três coisas básicas, necessárias ao sustento da vida: água, alimento e saúde. Este quadro simboliza a provisão destas três necessidades. 

A água da vida e os frutos perpétuos da árvore da vida fornecem alimento e bebida; as folhas, que têm virtude curativa, garantem a saúde. Juntas, estas três coisas simbolizam a nutrição e os cuidados que Deus dispensa aos seus. 

Como poderá o homem viver para sempre? Aqui temos a resposta, e ela nos vem lá "do trono de Deus e do Cordeiro": Deus tem tudo quanto é necessário à conservação da vida eterna do homem.

Nesse esplêndido jardim, tendo para a sua vida o sustento divino, o homem serve a Deus para todo o sempre. Ele houvera tentado isso na terra, mas seus esforços eram imperfeitos, pelo fato de haver inúmeros empecilhos e desvantagens. No céu, já não há nada disso, "os seus servos o servem". 

Outro belo pensamento encontramos na expressão "e verão o seu rosto". De contínuo aqui na terra os que servem a Cristo sentem e expressam este grande desejo.

Expressam-no em poemas, em seus cânticos e hinos religiosos e, não poucas vezes, em ânsias profundas e incontidas do coração, que aspira e sonha ver Cristo face a face. 

Agora, passado e vencido o mundo, o cristão remido vê-se duma vez para sempre na eterna presença de Deus e — que maravilha e que bênção! — pode agora ver o rosto do seu Deus Redentor, o Cristo bem-amado, e servi-Lo para sempre. Poderá alguém desejar alegria e prazer maiores que estes?

Esta é a resposta de Deus ao homem que quer conhecer alguma coisa da vida futura. Simbolicamente Deus lhe diz: "O céu é um lugar de comunhão perfeita, de perfeita proteção, de perfeita provisão das necessidades, de serviço perfeito para Deus."

Como é grande e forte aqui o contraste entre o destino dos ímpios e a sorte dos remidos do Cordeiro!



Conclusão
O espetáculo se foi, e o pano de boca desceu. João viu e mostrou aos seus espectadores o quadro do cuidado que Deus dispensa aos seus em conflito, da certeza do seu triunfo sobre as hostis condições de seus dias e da glória além-túmulo que agora se lhes oferece. 

Só resta agora impressionar o espírito deles, mais uma vez frisando a importância desta mensagem a eles dirigida. Agora o Redentor surge diante do pano de boca,para lhes dizer a última palavra.

Nos versículos 6 e 7, ele assegura a seus ouvintes que esta é uma mensagem de autoridade divina. É uma mensagem que anuncia, com a autoridade divina, a rápida libertação do seu conturbado povo. São abençoados aqueles que, tendo-lhe obedecido, vivem agora essa vida de triunfo anunciada neste livro. 

Apocalipse 22.6-7
6 - Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer.
7 - Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.

Nos versículos 8 e 9, João acrescenta o seu testemunho pessoal à autoridade do livro. E o testemunho de João, na verdade, significa muita coisa para os cristãos da Ásia Menor.

Apocalipse 22.8-9
8 - Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo.
9 - Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.

Do versículo 10 ao 15, revela-se a importância do livro no que respeita às necessidades imediatas do povo.

Diz-se a João que não sele o livro para uma época distante. Ele é dirigido primeiramente aos cristãos dos dias de João (v. 10). O divino período de provação para os inimigos da Causa de Deus já findou (v. 11). Agora está iminente o julgamento deles (v. 12). Já se fazem os preparativos para isso (v. 14).

Apocalipse 22.10-15
10 - Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo.
11 - Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.
12 - E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.
13 - Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.
14 - Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.
15 - Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira.

O versículo 16 chama a atenção deles novamente para o fato de que esta mensagem não é do homem. Ela vem mesmo de Deus.

Apocalipse 22.16
16 - Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã.

O versículo 17 estende o convite aos homens para que aceitem o dom, o prêmio, a graça que Deus oferece. O Espírito convida; a esposa também convida; (A esposa pode ser a Igreja, como em 19:7, ou pode ser o céu, como em 21:9. Qualquer destas duas interpretações serve) os indivíduos que participam da graça também convidam. E o convite se estende a todos os que aceitam suas condições.

Apocalipse 22.17
17 - O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.

O versículo 18 é um aviso no sentido de se proteger o livro. Os livros apocalípticos eram nos dias de João tratados com excessiva liberdade. Assim, cortavam a parte que mais gostavam, e desprezavam o restante. Mas este livro não é ura apocalíptico comum ou ordinário, não. 

Acrescentar-lhe, ou tirar-lhe, qualquer parte que seja, é incorrer no desagrado de Deus, com todas as suas consequências. Temos aqui uma linguagem bem forte, que visa a preservação do livro, no instante em que João o confia às mãos de seus leitores.

Apocalipse 22.18-19
18 - Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro;
19 - e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.

O versículo 20 proclama uma promessa final do Senhor, afirmando ser seu propósito vir logo para auxiliar e socorrer o seu povo perseguido. Em sinal de acatamento a essa promessa e numa atitude de paciência e confiança, João curva sua fronte, juntamente com os espectadores, para murmurar esta reverente súplica: "Amém! Ora,vem, Senhor Jesus."

Apocalipse 22.20-21
20 - Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!
21 - A graça do Senhor Jesus seja com todos.


Quem é capaz de ler este livro, que faz sentir a atmosfera da fé vitoriosa e duma corajosa confiança em Deus, e que transpira a inabalável certeza do cumprimento do seu plano, a vitória de Cristo na cruz e o túmulo vazio, sem exclamar em coro com os remidos de que ele nos fala:

Digno é o Cordeiro, que foi morto
E nos comprou para Deus com o seu sangue,
De receber o poder, e riquezas, e sabedoria,
E força, e honra, e glória,
E ações de graças, e domínio,
Para todo o sempre.
Amém.


ÍNDICE

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Profundidade Teológica e Orientação Espiritual para Líderes e Estudiosos da Fé

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