Três razões por que a proclamação individual é sua obrigação - Estudo Bíblico sobre Evangelismo e Missões

I Coríntios 9.16-27

Existe uma atitude que acompanha a humanidade desde os tempos mais antigos: é a transferência de responsabilidades. Nem sempre as pessoas estão dispostas a assumir e a desempenhar bem os seus compromissos.

Em determinado momento de sua vida Moisés fez esta declaração: ” Senhor Deus, envia aquele que hás de enviar, menos a mim".

Quando se aborda o assunto da proclamação das Boas Novas, é preciso salientar que esta é uma tarefa de responsabilidade individual, intransferível, que cada cristão precisa cumprir. O apóstolo Paulo disse que sobre ele pesava esta obrigação.

A palavra obrigação no original grego significa “necessidade”, “compulsão”.

O Dr. Russell P. Shedd comentando os versículos 16 e 18 declara:

"Atrás de toda pregação autêntica, há uma compulsão divina. Evangelizar é obrigação de todos, querendo ou não".

A iniciativa para se dedicar à evangelização deve ser individual. Há muitas pessoas que ficam sempre esperando a igreja montar um programa evangelístico e convocar os seus membros.

Mas, independentemente dos programas evangelísticos oficiais da igreja, cada cristão deve sentir-se responsabilizado por ser, individualmente, um porta-voz da boa-nova de salvação.

Você se sente responsável por esta tarefa proclamadora?

1. A PROCLAMAÇÃO INDIVIDUAL É UMA TAREFA DE CARÁTER OBRIGATÓRIO

Perante o Sinédrio, Pedro e João disseram: “Pois nós não podemos deixar de falar das cousas que vimos e ouvimos" (At 4.20).

O apóstolo Paulo reconheceu que a responsabilidade de anunciar o evangelho estava presente em sua vida de maneira muito forte. Ele disse:

"Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho" (I Co 9.16).

Proclamar a Jesus é algo que se constitui numa obrigação, e disto Paulo tinha consciência, pois falando aos Efésios declara:

"Porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus" (At 20.24-27).

Realmente o desejo de Paulo era ser agradável para com todos a fim de que recebessem a salvação (I Co 10.33). Já no final de sua vida ele declara ter desenvolvido essa tarefa de modo contínuo e completo (II Tm 4.6-8). 

Hoje, mais do que nunca, cada cristão está desafiado a colaborar na evangelização. Não só toda a igreja, de modo coletivo, tem este desafio, mas também cada cristão em particular está incumbido desta missão, devendo partilhar com outras pessoas o plano da salvação.

Ao redor de cada um há uma verdadeira rede de relacionamentos: família, amigos, vizinhos, companheiros de trabalho, estudantes, encontros casuais e muitos outros. Especialistas em crescimento da igreja declaram que a maioria dos que foram alcançados, o foram por meio desses relacionamentos.

É bom lembrar que a equipe evangelística B. Graham afirma que 90% dos que permanecem nas igrejas — após as cruzadas — foram trazidos pessoalmente por alguém. Portanto, o êxito do evangelismo começa no nível pessoal através do amor e do interesse pelo evangelizando e isto é algo que todo cristão pode e deve fazer (Jo 13.35).

2. A PROCLAMAÇÃO INDIVIDUAL É UMA TAREFA QUE VAI ALÉM DOS INTERESSES PESSOAIS

É interessante observar nesse texto base que o apóstolo Paulo reconhece o compromisso com a proclamação e desenvolve esse ministério de modo humilde e com a consciência de que era apenas um cooperador de Cristo (v. 23). Ele chega a declarar que se fez escravo a fim de alcançar pessoas para Jesus (v. 19).

Ele está aqui desprovido de qualquer interesse pessoal, pois a sua meta é cumprir o ministério evangelístico. O seu zelo é intenso para alcançar vidas para Jesus, fazendo de tudo para com todos, até mesmo de fraco (v. 22).

Realmente, a proclamação individual precisa ser cumprida sem qualquer interesse pessoal. O que motiva de fato e de verdade o evangelista a cumprir a sua missão não são as recompensas terrenas e, sim, as eternas.

É lógico que, como seres humanos normais, são várias as necessidades e compromissos que precisam ser trabalhados. Mas, acima de tudo, está a responsabilidade individual com a proclamação do evangelho que precisa ir além dos interesses pessoais.

Quantos interesses terrenais podem estar nos impedindo de desenvolver esta missão! É tempo de reflexão! Nada pode nos afastar deste ministério de proclamação. Alguns querem servir ao Senhor, porém, mais tarde, depois que ficarem idosos, após resolverem uma série de problemas, etc.

Porém nada disso pode se constituir em obstáculo para evangelizar, pois esta tarefa vai além dos interesses pessoais. A proclamação das Boas Novas é tarefa prioritária.

3. A PROCLAMAÇÃO INDIVIDUAL É UMA TAREFA QUE EXIGE DETERMINAÇÃO

É impressionante a declaração paulina de que, como atleta, ele corria e esmurrava o seu corpo para que, tendo pregado a outros, não viesse ele mesmo a ser desqualificado (vv. 26, e 27).

A ideia aqui é até mesmo de uma mortificação da carne para se cumprir a tarefa da proclamação. Realmente, o apóstolo estava determinado a cumprir esta obrigação. Sabe-se que um atleta só é vitorioso se lutar com bastante determinação. Por isso ele diz:

"Correi de tal maneira que o alcanceis" (v. 24).

A evangelização é uma missão que exige bastante envolvimento, e há um preço a ser pago. Atitudes de comodismo, fraqueza, frieza, indiferença, etc., não podem estar presentes na vida do verdadeiro evangelista.

Daí, surge uma luta íntima que precisa ser vencida. Muitos querem e estão até fazendo a obra, mas de maneira lenta e descompromissada. Está faltando garra, ânimo e determinação.

Porém, o grande apelo é feito para que exista mais determinação, entusiasmo, coragem, ousadia, disposição e muito mais, para se cumprir esta missão.

Quando Filipe foi evangelizar o etíope, por ordem do próprio Espírito Santo de Deus, a Bíblia diz que ele foi correndo. Isto mostra determinação na proclamação individual (At 8.26-30).

Sabe-se que esta determinação é reflexo de uma consagração ao Senhor e de um verdadeiro amor pelos pecadores não alcançados. Por isso é preciso sair do marasmo, isto é, do comodismo, e proclamar com mais determinação a grande mensagem: quem salva é só Jesus!

PARA PENSAR

Hoje, mais do que nunca, cada cristão está desafiado a colaborar na evangelização. Não só toda a igreja, de modo coletivo, tem este desafio, mas também cada cristão em particular está incumbido desta missão, devendo partilhar com outras pessoas o plano da salvação.

Autor: Anderson Sathler


Lista de estudos da série

Fundamentos da Missão: Por que Evangelizar?

1. Novo nascimento: o evangelho que transforma tudo – Estudo Bíblico 

Estratégias de Evangelismo: Métodos e Abordagens

14. A estratégia de Paulo no supermercado da fé – Estudo Bíblico sobre Atos 17 

Semeando Vida

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