As 4 chaves do testemunho pessoal para um evangelismo sem medo - Estudo Bíblico sobre Evangelismo e Missões

Atos 8.26-40

Introdução

O pastor Bill Hybels, em sua obra, Como Ser um Cristão Autêntico, no capítulo dez, quando aborda a questão do evangelismo, afirma:

"A simples ideia de evangelismo o enche de terror! Ela desperta sentimentos indesejados de medo, pressão e culpa. Você cresceu sob o ensino de professores que enfatizavam demais o evangelismo pessoal e estabeleciam expectativas irrealistas."

O nosso desejo, através desta lição, é quebrarmos esta barreira de pavor e mostrar como é possível ser evangelista, sem o medo e a pressão da culpabilidade que caem sobre cada um de nós, pois temos que entender que cada um de nós tem temperamentos e posturas diferentes, porém, dentro da nossa postura e temperamentos, podemos ser verdadeiros evangelistas e vivermos um evangelismo pessoal autêntico.

Para que isso aconteça é necessário que sigamos alguns dos ensinamentos deixados por nosso irmão Filipe, quando da sua experiência com o eunuco etíope.

1. TENDO A MOTIVAÇÃO CORRETA

A motivação deve ser o sentimento norteador da nossa vida, pois sem motivação, acabamos por nada realizar e nada produzir. O pior, porém, é quando somos movidos por motivações erradas, aí, o estrago pode ser pior.

Lembremo-nos da atitude de Simão, o mágico, descrita em Atos 8.14-25, que quando viu a maneira como Deus agiu através de Pedro e João, ofereceu- lhes dinheiro para que pudesse ter o mesmo poder, e teve que ouvir as duras palavras de Pedro que lhe disse: "Não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus" (v.21).

Percebemos aqui que Simão queria a coisa certa, mas estava com a motivação errada.

Quando lemos o texto em pauta, que fala sobre a atitude de Filipe quando foi evangelizar o eunuco, percebemos que a sua motivação era outra. Filipe estava motivado em ser obediente à ordem de Deus, dada através de um anjo.

Cremos que a nossa maior motivação para a realização da obra de Deus em geral e do evangelismo pessoal, seja a "Glória de Deus". Mas não podemos glorificar a Deus se não estivermos fazendo a sua vontade.

Logo, a obediência ao chamado de Deus deve ser a maior motivação que nos leva a servi-lo e, assim, a glorificarmos o seu nome, não apenas na área da evangelização pessoal, mas em todas as áreas da nossa vida. Se não somos obedientes ao mandado de Deus, não podemos agradá-lo, muito menos glorificá-lo.

A glorificação que Deus requer de cada um de nós é a nossa obediência aos seus mandamentos e só assim seremos verdadeiramente seus discípulos, conforme nos ensina Jesus Cristo em João 15.

2. TENDO CONSCIÊNCIA DA SUA IMPORTÂNCIA

O evangelismo pessoal é de suma importância para o desenvolvimento do Reino de Deus. No caso de Filipe, podemos vê-lo numa grande empreitada: como um evangelista de massa ele levou muitos aos pés de Cristo na cidade de Samaria (At 8.4-8).

Encontramos aqui um ministério abençoado, bem sucedido, com muitas vidas sendo levadas à conversão. Mas Deus convoca Filipe para pregar num local deserto, onde apenas uma pessoa estava de viagem.

Parece-nos estranho que Filipe tenha deixado um ministério tão profícuo para iniciar um outro, aparentemente, tão descabido. Contudo, ele obedece ao chamado de Deus e "parte para a banda do sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza," e evangeliza aquele eunuco etíope.

Cremos que Filipe aprendeu o valor da evangelização de uma pessoa só que fosse. Filipe sabia que há júbilo nos céus por um pecador que se arrepende (Lc 15.7).

Isto nos ensina que nunca devemos desprezar o evangelismo pessoal e a possibilidade de levar uma vida aos pés de Cristo. Temos de entender que isto vale todo e qualquer esforço e que a nossa dedicação será recompensada por Deus, quando virmos a pessoa evangelizada pedindo o batismo e fazendo parte do Reino de Deus.

O mandado de Jesus é para pregarmos a todos. Se isso incluir uma única pessoa, no lugar mais distante do planeta Terra, para lá nós temos de ir.

3. TENDO UM ESTILO DE ABORDAGEM CORRETA

Aqui entra a possibilidade de sermos úteis dentro daquilo que somos e sabemos fazer. Naturalmente que somos pessoas diferentes e não podemos adotar um estilo único de abordagem e obrigar todos os membros da igreja a assumirem este estilo.

Porém, temos de descobrir aquilo que somos e como podemos fazer a abordagem, de forma natural, dentro da nossa postura e temperamento. Cada pessoa tem o seu próprio estilo e que cada caso é diferente do outro.

No caso de Filipe ele usa o estilo de se colocar a disposição, ele pergunta: "Compreendes o que vens lendo?" (v.30) Bill Hybels afirma que esta forma de evangelizar é aquilo que ele chama de: "Como posso ajudar?", foi exatamente o que Filipe fez, ele simplesmente se colocou a disposição daquele senhor para ajudá-lo, e como ajudou!

Hybels, relaciona outros estilos de abordagem evangelística:

Confrontação: Ele afirma que Pedro era do estilo confrontador (Atos 2.36), Pedro sempre tem uma postura de colocar as pessoas na parede, de discutir com elas, de culpá-las por aquilo que elas fizeram;

Testemunho: Aqui ele levanta o caso do cego de nascença que fora curado por Jesus, que diante dos questionamentos de todos, ele simplesmente afirma: "Uma coisa sei: Eu era cego, e agora vejo" (Jo 9.25), este é o estilo das pessoas que somente dizem: Ele mudou a minha vida;

Compartilhando a fé: Aqui Hybels nos leva até Marcos 5, quando Jesus expulsa aquela legião de demônios daquele endemoninhado de Gadara. Quando ele se dispõe a seguir a Jesus, o Mestre não o permite e lhe manda que vá para casa e lá compartilhe com os seus aquilo que Jesus tinha feito em sua vida (Mc 5.19).

Evangelismo de convite: Este é um outro estilo muito interessante desenvolvido por Hybels e que podemos ver em Filipe, quando do encontro com Natanael, ele afirma: "Vem e vê" (Jo 2.46c) e também na mulher samaritana em João 4.29, quando ela diz: "Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito." Quando chegamos no versos 39 a 42, encontramos muitos samaritanos que creram, pois, por causa do convite feito por aquela mulher, eles foram até Cristo e foram salvos.

O nosso desejo é que você se encaixe em um desses estilos e de acordo com o seu estilo esteja fazendo do evangelismo pessoal uma arma poderosa na salvação de vidas. Nunca tente imitar ninguém, seja você mesmo e use os seus próprios recursos. Procure sempre ser uma pessoa autêntica (Leia ISm 17.38-40).

Davi recusou-se a usar a armadura de Saul, antes, foi ao encontro de Golias com aquilo que era dele e com aquilo que ele sabia usar: uma funda e cinco pedras.

4. TENDO CONSCIÊNCIA DOS RESULTADOS

Quando nós nos dispomos a realizar a obra do evangelismo pessoal, temos de estar conscientes de que nem sempre a pessoa evangelizada vai se converter e aceitar a nossa pregação e se tornar cristã.

Por várias vezes nós nos deparamos com Jesus fazendo evangelismo pessoal. Ele fez isso com Nicodemos (Jo 3.1-15), com o jovem rico (Lc 18.18-23), com a mulher samaritana (Jo 4.1-30), com Zaqueu (Lc 19.1-10). O que podemos perceber nesses textos é que nem todos tomaram uma decisão imediata ao lado de Cristo.

Sabemos que Nicodemos tornou-se um cristão, mas será que foi naquela hora? Zaqueu se decidiu por Cristo, mas o jovem rico, não. No caso em estudo o eunuco, não apenas se decidiu, como foi batizado imediatamente, porém, nem sempre acontece desse jeito.

Não podemos ficar implorando ou forçando a pessoa a tomar uma decisão ao lado de Jesus, pois sabemos que a conversão é obra do Espírito Santo. Nem todo o conhecimento e poder de convencimento do mundo nos possibilitam fazer com que uma pessoa aceite a Jesus. Não compreender isso gera frustração.

Conclusão

Conforme dissemos em nossa introdução, o nosso objetivo é que você não se sinta constrangido, muito menos aterrorizado com o fato de ter que evangelizar.

Faça do evangelismo pessoal uma doce oportunidade de compartilhar com os outros, dentro do seu estilo, o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo e aquilo que ele já fez em sua vida.

Saiba, porém, que para isso acontecer, você deve estar sempre preparado, vivendo uma vida devocional saudável e em plena comunhão com Deus, conforme nos ensina o apóstolo Paulo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm 2.15).

Desta forma poderemos, individualmente, estar levando pessoas a conhecerem a Jesus e a serem libertas por ele.

Aplicação

Escreva numa folha de papel quais são os pontos fortes que você encontra em si mesmo para a realização da evangelização pessoal. Anote depois quais seriam os pontos fracos e ore pedindo a Deus que você possa utilizar bem os pontos fortes e melhorar os pontos fracos.


Lista de estudos da série

Fundamentos da Missão: Por que Evangelizar?

1. Novo nascimento: o evangelho que transforma tudo – Estudo Bíblico 

Estratégias de Evangelismo: Métodos e Abordagens

14. A estratégia de Paulo no supermercado da fé – Estudo Bíblico sobre Atos 17 

Semeando Vida

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