Por que a proclamação do evangelho não pode esperar? - Estudo Bíblico sobre Evangelismo e Missões

Judas 17-23

É possível você ter a certeza absoluta de que estará vivo amanhã? Sabe-se que a vida neste mundo é transitória, isto é, passageira. O ser humano é peregrino, forasteiro. A pátria definitiva dos cristãos está nos céus.

No Salmo 90 está registrado que “tudo passa rapidamente, e nós voamos". Isto significa que a pessoa precisa estar preparada, ou seja, com a situação espiritual em dia.

O arrependimento, o pedido de perdão dos pecados e a aceitação de Jesus como único e suficiente Salvador, garantem ao pecador a sua entrada no reino de Deus e, consequentemente, a posse da “mansão celestial".

Por conseguinte, a conversão é urgente, pois não se sabe o que sucederá amanhã, como declara o apóstolo Tiago (Tg 4.14). O tempo de Deus é agora. Amanhã pode ser muito tarde.

"Os versículos 22 e 23 de Judas constituem um simbolismo mencionado em Zacarias 3.2-4, sendo que eles indicam um perigo iminente. Alguém é lançado no fogo, mas, em uma ação rápida que o arrebate dali, ele tem a sua vida salva. Se a ação não for rápida e habilidosa, morrerá tal qual um tição... Aqui está um quadro verbal sobre um julgamento eterno que está prestes a consumir os incrédulos.”

Conforme Langue, "arrebatar é palavra que denota um arrebatamento apressado, quase violento, indicando que se encontravam em extremo perigo de perdição".

Tudo isso indica que a proclamação das boas novas do reino é tarefa urgente e inadiável. A urgência da obra está evidente nas páginas dos evangelhos. Vejamos mais algumas implicações deste assunto:

1. A proclamação urgente exige mensagens objetivas e diretas

Mesmo que o povo esteja consciente de que a rejeição do evangelho é desastrosa, a mensagem a ser proclamada não pode ser ameaçadora ou agressiva.

Para o Dr. Billy Graham “urgência é um quesito indispensável ao trabalho do evangelista. Porém, um apelo que força as pessoas a uma decisão não é a voz de Deus".

A Bíblia está repleta de exemplos de chamados a uma decisão. Chamar, convidar, apelar, conclamar, persuadir, são atitudes que não podem faltar na tarefa proclamadora da igreja. Porém, é preciso tomar cuidado para que as coações e ameaças não entrem nesta persuasão.

Alguns evangelistas bem-intencionados podem abusar da chamada urgente da Bíblia. Sabe-se que há pessoas dotadas da capacidade de despertar emoções e manipular as pessoas, chegando alguns até mesmo a utilizar meios duvidosos, táticas de atemorização e pressão psicológica para conseguir “convertidos”.

Há pessoas com grande carisma pessoal e uma personalidade capaz de induzir pessoas a segui-las, ao invés de Cristo. É preciso fazer discípulos de Cristo e, não, de pregadores. O exemplo de João Batista é oportuno:

João 3.20
"Convém que ele cresça e que eu diminua”

O apóstolo Paulo muito esclarece sobre este assunto quando declara:

2 Coríntios 4.2
"Pelo contrário, rejeitamos as cousas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade”

A proclamação urgente é clara, específica e objetiva, cujo apelo é um convite explícito e sem complicação para um compromisso público e um testemunho visível.

Adverte o Rev. Caio Fábio D Araújo Filho:

"Somos desafiados a praticar uma evangelização honesta, que nem seja manipuladora nem meramente ético-social e que não baixe os custos do reino de Deus na confrontação do pecador com o Senhor Jesus Cristo. É preciso acabar com os evangelistas que andam percorrendo o Brasil convidando os ouvintes a serem amigos de Jesus. Todo brasileiro deve ser desafiado a ser servo de Jesus. É necessário, ainda, acabar com apelos manipuladores, emocionais e ludibriadores".

2. A proclamação urgente é necessária porque a vida é transitória

Sabe-se que ao ser humano não está assegurada a continuidade de sua vida terrena no amanhã:

Provérbios 27.1
"Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz”

A Bíblia apresenta uma série de figuras de linguagem para demonstrar a realidade tão passageira da existência humana: sombra (I Cr 29.15); alguns palmos (Sl 39.5); vento que passa e já não volta (Sl 78.39); sopro (Sl 144.4); erva (Tg 1.10); neblina (Tg 4.14).

Realmente, uma das maiores certezas é a incerteza quanto a estar vivo no dia de amanhã. O apóstolo Paulo assim se expressou:

2 Coríntios 6.2
"Eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação”

Assim como o pecador precisa aproveitar a oportunidade de aceitação do evangelho, o pregador também precisa saber administrar sabiamente as várias oportunidades que surgem nesta tarefa de proclamação. É preciso remir o tempo (Ef 5.15,16).

O Dr. Billy Graham assim se expressou:

"No momento do apelo a urgência atinge o seu clímax, pois talvez muitos não terão outra oportunidade de ouvir as Boas Novas do reino".

Portanto, existe uma urgência na proclamação do evangelho, porque a vida pode ser interrompida a qualquer instante. A pessoa com quem se conversa, poderá jamais ter outra oportunidade de ouvir as Boas Novas e de aceitar a Cristo como seu Salvador.

3. A proclamação urgente é necessária porque as oportunidades passam

A Palavra de Deus adverte quanto ao perigo de alguém ser endurecido pelo engano do pecado, declarando:

Provérbios 29.1
"O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura"

A mensagem evangelística sempre contém uma nota de urgência, pois o desejo de Deus é que ninguém se perca, mas, sim, que todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade (I Tm 2.4).

O maior risco dessa rejeição é, sem sombra de dúvida, a condenação eterna. É triste e doloroso o fim daqueles que rejeitam o convite para uma decisão por Cristo. Na realidade os tormentos do inferno serão inevitáveis para aqueles que não atendem ao convite para a salvação (Mt 25.41; Lc 16.23).

De modo conclusivo é preciso afirmar franca e veementemente que envelhecemos e, de certo modo, temos dormido demais no serviço de evangelização dos pecadores, esquecidos das palavras vibrantes do Mestre dos mestres, quando disse:

João 9.4
“É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem quando ninguém pode trabalhar"

Para pensar

"Assim como o pecador precisa aproveitar a oportunidade de aceitação do evangelho, o pregador também precisa saber administrar sabiamente as várias oportunidades que surgem nessa tarefa de proclamação.”

Autor: Dionei Faria


Lista de estudos da série

Fundamentos da Missão: Por que Evangelizar?

1. Novo nascimento: o evangelho que transforma tudo – Estudo Bíblico 

Estratégias de Evangelismo: Métodos e Abordagens

14. A estratégia de Paulo no supermercado da fé – Estudo Bíblico sobre Atos 17 

Semeando Vida

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