Atos 1.8; Romanos 15.14-21
Introdução
Muitas pessoas na História tentaram conquistar o mundo. Este tem sido o sonho de líderes militares como Gengis Khan, Alexandre o Grande e Júlio César, na antiguidade; Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler mais recentemente.
Todos estes têm em comum o fato de que desejaram uma conquista violenta, baseada na força e no desrespeito ao próximo. Não é de se admirar que nenhum deles jamais tenha conseguido este intento de conquistar o mundo.
Há outra pessoa que também quer conquistar o mundo. Com a grande diferença que usa métodos completamente diferentes: usa o amor, e não o ódio; usa o bem, e não a violência.
Suas conquistas produzem bênçãos e libertam vidas da escravidão. Seu nome é Jesus! Ele deseja que todo o mundo seja conquistado para o reino de seu Pai (Mc 16.15; Jo 3.16).
Por isso, após sua ressurreição, ele se manifesta glorioso aos seus discípulos, e lhes ordena que sejam testemunhas dele tanto “em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).
Em outras palavras: a evangelização não pode se restringir a um determinado local apenas. Deve alcançar o mundo todo. Este estudo visa despertar os crentes para esta tremenda realidade.
1. A conscientização quanto à necessidade da proclamação abrangente
O povo de Deus necessita urgentemente se conscientizar que há uma proclamação abrangente a ser feita. Apesar do Senhor Jesus Cristo ter deixado claro que seus seguidores devem dar testemunho dele “até aos confins da terra” (At 1.8).
A grande maioria dos cristãos não têm consciência desta necessidade. Pois muitos se contentam em viver um cristianismo que se limita apenas ao ambiente onde estão e mais nada.
Estes ainda não foram despertados para o fato que, no mundo hoje há mais de 5 bilhões de habitantes. Destes, cerca de 1 bilhão e meio são cristãos; 1,5 bilhão são não cristãos que convivem com cristãos, e 2 bilhões são não cristãos que não convivem com cristãos.
São quase que em sua totalidade muçulmanos, hinduístas, budistas e seguidores de religiões tradicionais chinesas.
Isso dá uma ideia da enorme abrangência da missão dos seguidores de Cristo: proclamar o evangelho do reino a estes bilhões.
Por isso, a igreja do Senhor não pode se dar ao luxo de realizar planejamentos e programações que estão voltadas única e exclusivamente para dentro de si.
Infelizmente isto tem acontecido com muita frequência no meio evangélico brasileiro: igrejas que só se preocupam, por exemplo, em comemorar algumas datas especiais, e só.
Esta falta de conscientização pode ser explicada pelo comodismo de muitos líderes e liderados, que preferem a tranquilidade de um cristianismo vivido sem as implicações da proclamação abrangente.
A conscientização quanto à necessidade da proclamação abrangente vem, entre outros meios, através do estudo sério do que a Palavra de Deus diz sobre o assunto, da realização de eventos especializados como conferências missionárias, da leitura de publicações diversas relacionadas com temas e motivos missionários, etc.
“É necessário que façamos as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (Jo 9.4), nos alerta o Senhor Jesus.
Tenhamos com urgência a conscientização que nosso compromisso com Cristo nos impulsiona a enfrentar todos os desafios provenientes da abrangência da proclamação.
Cristãos conscientizados são, no dizer do Dr. Martin Alphonse, da índia, “cristãos mundiais” (não cristãos mundanos), que veem o mundo inteiro na perspectiva da evangelização. Sejamos cristãos conscientizados. Sejamos cristãos mundiais.
2. Estratégias para a proclamação abrangente
É bem possível que você se pergunte “como alcançar um objetivo grandioso?” Na verdade, não há uma estratégia única para a proclamação abrangente, mas várias estratégias. Dentre outras, podemos citar:
2.1. Estratégia da intercessão.
O povo de Deus precisa urgentemente aprender a orar pelo sucesso e pelo avanço da proclamação do evangelho do Reino em todo mundo. Esta oração precisa ser bem informada (não basta apenas dizer: “Senhor, abençoe os missionários”) — é preciso que se saiba detalhes sobre a situação em favor da qual se ora; constante (não basta orar por esta questão uma vez por ano, mas o ano todo, durante toda a vida) e cheia de fé (não basta orar — é preciso crer). Reuniões e vigílias especiais de oração intercessória visando esta finalidade devem ser parte da vida das igrejas cristãs.
2.2. A estratégia do envolvimento financeiro.
Muitos talvez não poderão se envolver pessoalmente com a proclamação do evangelho, mas poderão contribuir financeiramente, e assim se envolver com esta obra. Há urgente necessidade de que crentes consagrados estejam ofertando, além do dízimo, um percentual de seus rendimentos para a obra missionária.
2.3. A estratégia dos "fazedores de tenda".
Muitas terras estão fechadas para missionários tradicionais, mas abertas para profissionais como agrônomos, dentistas, engenheiros, médicos, professores, técnicos em informática, veterinários, etc. É hora de cristãos consagrados, corajosos e conscientes se apresentarem para trabalho nestes lugares para, além do trabalho secular, realizarem trabalho missionário. Os que fazem assim são chamados “fazedores de tendas”, com base em Atos 18.1-4. É tempo do povo de Deus unir profissão e missão, para o avanço do reino do Senhor.
2.4. A estratégia do trabalho “leigo”.
Sem dúvida uma chave para o sucesso do avanço da proclamação evangélica é o uso mais efetivo do povo chamado "leigo”, isto é, aqueles que não estudaram teologia de maneira formal nem foram ordenados para um ministério específico. Infelizmente, muitos leigos em muitas igrejas não têm trabalhado evangelisticamente como poderiam.
Por esta razão tem sido dito que os leigos formam um “gigante adormecido” que precisa acordar e trabalhar. Os líderes das igrejas, precisam motivar, mobilizar e treinar seus liderados para a tarefa da evangelização mundial.
Naturalmente estas e outras estratégias precisam ser levadas a cabo debaixo da poderosa e indispensável unção do Espírito Santo, sem a qual todos os nossos esforços são inúteis.
3. Requisitos para a proclamação abrangente
Além de conscientização e estratégias, há também alguns requisitos indispensáveis para que a proclamação do evangelho do reino seja de fato abrangente. Apenas três serão apresentados aqui, para nossa reflexão:
3.1. Informação.
Para realizar a proclamação abrangente de maneira efetiva é preciso que haja boa informação. Deus tem utilizado muito ao longo dos séculos pessoas que têm estudado e se informado a respeito dos desafios da evangelização abrangente. Recentemente, graças a Deus, tem aumentado no Brasil o número de publicações especializadas nesta área, o que muito poderá auxiliar os crentes engajados nesta tarefa.
3.2. Preparação.
Sem preparação conveniente, não há trabalho bem feito. Isto porque se a pessoa tiver apenas informação, mas sem preparo, será apenas alguém com curiosidade acerca de um assunto diferente. Esta preparação acontece de maneira formal (através de estudo em seminários, escolas missiológicas, etc.) e informal (através da prática diária da evangelização). O preparo, em ambas as possibilidades, é indispensável.
3.3. Disposição.
Proclamadores abrangentes são os que dizem, à semelhança de Isaías: "Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8). São os que têm boa vontade para o serviço missionário-evangelístico, e abrem mão do que for necessário, por tempo determinado ou indeterminado, para que possam dedicar-se incondicionalmente à proclamação abrangente.
Esses requisitos têm sido realidade em sua vida?
Para pensar
"Sem dúvida uma chave para o sucesso do avanço da proclamação evangélica é o uso mais efetivo do povo chamado “leigo”... um gigante adormecido que precisa acordar e trabalhar."
Autor: Carlos Ribeiro Caldas Filho
