Como o despertamento religioso e conflitos moldaram as igrejas na Escócia (século XIX)

Thomas Chalmers

Destaques do Artigo:
🌟 Reavivamento espiritual: A transformação de Thomas Chalmers e a expansão missionária.
⚖️ Conflito político-religioso: A revolta contra o "patrocínio leigo" e a cisão histórica de 1843.
✝️ Legado duradouro: Igreja Livre, Igreja da Escócia e a busca por união protestante.


O despertamento religioso do século XIX: Da apatia à ação missionária
A apatia religiosa do século XVIII, na Escócia, foi em grande parte eliminada por um despertamento espiritual surgido nos primeiros anos do século XIX, devido principalmente à influência do reavivamento da Inglaterra. 

A experiência do grande Thomas Chalmers bem o ilustra. Seu ministério, a princípio, era formal e sem vida. Seu interesse maior era pelos próprios estudos e não pela situação espiritual do seu povo. 

Mas operou-se nele uma revolução espiritual. A sua fé foi aprofundada e fortalecida e ele, então, foi possuído de grande entusiasmo e consagração a Cristo.

Tornou-se um pastor dedicado e pregador poderoso do Evangelho. E fenômeno semelhante verificou-se em muitos ministros da Escócia. Este novo espírito verificou-se na própria vida da Igreja da Escócia.

Foram organizadas novas paróquias e construídos novos templos para atender ao crescimento das populações das cidades, onde muita gente vivia em verdadeiro paganismo por causa da negligência das igrejas.

A igreja despertou e compreendeu os seus deveres missionários, e, em 1829, mandou à índia Alexandre Duff, nobre líder do tipo elevado de missionários escoceses.

Conflito e cisão: A revolta contra o patrocínio leigo
O reavivamento religioso foi em grande parte a causa de uma revolta na igreja da Escócia contra o sistema do "Patrocínio Leigo" (indicação do ministro por um poderoso landlord).

Uma vida espiritual mais profunda nas igrejas levou muita gente a opor-se a tal sistema, que permitia um ministro ser escolhido por um homem que podia ser ou não membro da igreja, ou mesmo por um indivíduo sem religião.

Outra causa da revolta foi o movimento democrático, Já forte na Escócia e em toda a parte da Europa. O sentimento sempre crescente dos Direitos do Homem, inspirou um desejo generalizado de o povo mesmo escolher seus próprios ministros.

A igreja em conflito com o estado
A revolta contra o "patrocínio leigo" tomou vulto em 1834 com a aprovação, pela Assembleia Geral, do veto, o qual consistia em que, se a maioria dos chefes de famílias numa paróquia, discordava da nomeação do ministro feita pelo "patrono", o presbitério podia recusar-se a instalá-lo.

O assunto foi levado às cortes civis" e a decisão foi contrária ao veto. Assim, a lei determinava que a Igreja da Escócia não tinha liberdade de escolher seus próprios ministros. Para muitos, na igreja, essa situação era intolerável. Só havia uma saída: era abandonar a igreja oficial.

A cisão
Foi assim que se verificou a histórica "Cisão" de 1843. Mais de um terço dos seus ministros e milhares de membros deixaram a Igreja da Escócia e organizaram a Igreja Livre.

Entre estes estava a maioria dos ministros e dos leigos mais espirituais e mais consagrados de todo o país.

Os seus líderes foram realmente os mais dedicados ministros. A igreja por eles organizada era presbiteriana, tendo o mesmo credo e governo da igreja que tinham deixado.

Igreja Livre da Escócia: Organização e crescimento exponencial
Em virtude do esplêndido trabalho organizado por Chalmers e da extraordinária generosidade do seu povo, a Igreja Livre, logo ao iniciar-se, estava muito bem provida de recursos.

Por toda a parte havia congregações e presbitérios. Em quatro anos, mais de setenta igrejas foram construídas. No primeiro ano foi fundada uma Escola Teológica.

Todos os missionários da Igreja escocesa, exceto um, uniram-se à Igreja Livre que logo assumiu a manutenção deles.

Através de toda a sua história a Igreja Livre sempre manteve seu alto padrão quanto ao zelo e habilidade de seu ministério, sua cultura religiosa, seu trabalho cristão no país, seu espírito de justiça social, suas missões e seu pensamento religioso progressivo.

Igreja da Escócia pós-cisão: Renovação e abolição do patrocínio
Para a igreja oficial, a cisão foi também um estímulo. Reuniu suas forças e entrou num período de grande atividade e crescimento.

Em 1874, foi abolido o "patrocínio leigo" e as igrejas puderam escolher seus ministros. A igreja assim, alcançou a simpatia popular e foi a causa do seu crescimento em número e influência nas suas variadas atividades.

União protestante: O surgimento da Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Unida Livre
Logo após a cisão foi organizada outra igreja presbiteriana na Escócia. No século XVIII, duas igrejas tinham sido organizadas pelos que se separaram da igreja oficial. Em 1847, uma dessas e duas outras que surgiram de disputas posteriores se reuniram e formaram a Igreja Presbiteriana Unida da Escócia.

Foi deste modo que três fortes igrejas presbiterianas existiram e militaram na Escócia na segunda parte do século XIX. Por essa época desenvolveu-se forte desejo de união entre os protestantes.

A partir de 1890 trabalharam juntas as Igrejas Livre e Unida, em 1900 elas se reuniram e tomaram o nome de Igreja Unida Livre da Escócia.

ÍNDICE

A preparação para o Cristianismo 

A fundação e expansão da Igreja 

A Igreja antiga (100 - 313) 

A Igreja antiga (313- 590) 

A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073) 

A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294) 

Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517) 

Revolução e reconstrução (1517 - 1648) 

A era da Reforma (1517 - 1648) 

O cristianismo na Europa (1648 - 1800) 

O Século 19 na Europa 
61 - As Igrejas na Escócia: despertamento, descontentamento e cisão ⬅️ Você está aqui! 

O Século 20 na Europa 

O cristianismo na América 

Semeando Vida

Postagem Anterior Próxima Postagem
Ajuste a fonte:
WhatsApp COMPARTILHAR Telegram Facebook Twitter
Páginas Salvas Pesquisar Envie seu feedback ou sugestão