Música: De "Cantus Diversi", 1751 / de John Francis Wade, século 18
História
Não se concebe uma celebração natalina ou a caracterização dessa estação litúrgica sem a presença de "Adeste Fideles".
Especialmente nas igrejas evangélicas brasileiras onde, desde 1881, este hino é cantado em português graças à tradução do Rev. James Theodore Houston (v. hinos n° 35 e 214) publicada em "Nova Collecção de Hymnos Sagrados" e mais tarde na coleção do Rev. Boyle "Hymnos e Cânticos Sagrados" (1888) e, a partir daí, em quase todos os hinários brasileiros. São muitas as tentativas de identificação do autor e do compositor desse hino.
O texto original é latino e já foi atribuído a São Boaventura (1221 -1274), a um possível autor francês no século 17 ou 18 que o teria incluído no "Gradual cisterciano" e, posteriormente, no "Thesaurris Animae Christianiae" que inclui as oito estrofes originais.
Na Inglaterra existe um manuscrito intitulado "Cantus Diversi pro Dominicis et Festis per Annum" copiado em 1751 pelo Padre John Francis Wade, copista profissional, que associa pela primeira vez o texto à melodia. Também a música tem sua origem obscura.
Em 1785 o famoso Duque de Leeds ouviu essa melodia na capela da Embaixada de Portugal e passou a divulgá-la como "hino português", e houve quem a atribuísse ao rei D. João IV (1604-1656) um dos grandes promotores da música de seu tempo.
Um grande equívoco pode ser observado na obra "O Brasil e os brasileiros" de Kidder e Fletcher onde se atribui o "Adeste fideles" ao compositor Marcos Portugal (1762-1830), excelente músico que viveu no Brasil na época de D. João VI.
A simples conferência de datas demonstra o equívoco. A primeira edição inglesa que trouxe o hino impresso foi "Essay on the Church Plain Chant" em 1782, a partir da qual foi amplamente divulgado e reimpresso em quase todos os hinários.