"Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão... enfatuados..." - 2 Timóteo 3.1,2,4
A palavra portuguesa ‘enfatuar’ não é comumente usada por nós. Significa encher-se de orgulho ou vaidade.
Este é também o sentido da palavra grega “tuphoō” que quer dizer literalmente “envolver com fumaça”. Imagine algo pegando fogo e a fumaça preenchendo o ambiente.
Da mesma forma algumas pessoas se comportam em relação aos seus próprios egos – elas sentem necessidade de se inflar, dominar o ambiente e subir cada vez mais alto.
Em um mundo competitivo onde vale a lei do mais forte e o sucesso é buscado a qualquer custo, as pessoas acabam por alimentar mais atitudes egoístas do que altruístas.
São tempos nos quais o individualismo está presente em tudo: nos relacionamentos, nos interesses, nos sonhos, nos objetos, inclusive na fé!
O Individualismo na Igreja
A igreja de Corinto enfrentou um grave problema nesse sentido. Na celebração da Santa Ceia, que naquele tempo era praticamente uma refeição, muitos se adiantavam e não deixavam comida para os outros – que acabavam passando fome pois não tinham sequer alimento em casa.
Outros até mesmo se embriagavam com o vinho. O apóstolo Paulo exorta os crentes a discernirem o corpo, ou seja, exercerem responsabilidades éticas altruístas no Corpo de Cristo, que é a igreja (1 Coríntios 11.21,22).
Hoje o mesmo mal aflige nossas igrejas. Para começar, usamos mais o pronome “eu” do que “nós”: ‘Eu’ vou à igreja para me sentir bem. ‘Eu’ vou à igreja para ser servido. O culto tem que ser agradável ‘a mim’.
E assim, somos capazes de cantar “... aliança do Senhor eu tenho com você” de olhos fechados e mãos para o alto – o ‘eu’ nos basta.
“Se o pastor pregar algo que vá contra algum ponto de ‘minha’ vida em específico, procuro outra igreja”.
Quebrantamento e arrependimento, culto agradável a Deus e esvaziamento do ego pecaminoso não estão presentes nessa concepção pós-moderna de ‘culto-show’.
Verificamos também o inflar dos egos na luta pelo poder especialmente nos altos escalões evangélicos.
As intermináveis brigas entre pastores e ministérios, disponíveis no Youtube para quem quiser ver, são exemplos disso. Tempos difíceis, onde até mesmo “os homens de Deus” andam mais cheios de si do que do Senhor.
A Resposta Bíblica
Ao invés de nos inflarmos com vã glória, devemos encher nossa vida da presença de Deus. “Enchei-vos do Espírito” é o imperativo em Efésios 5.18.
E quando isso acontece algo inverso também ocorrerá. A vida que se enche do Espírito Santo, ao mesmo tempo, esvazia-se do egoísmo e do individualismo. Poderemos dizer então como João (3.30), “Convém que ele cresça e que eu diminua.”. Esse processo tem ocorrido em nossas vidas?
Autor: Andrei Barros
Índice da Série: Tempos Difíceis
01 - A jactância
02 - A avareza
03 - O egoísmo
04 - A blasfêmia
05 - A arrogância
06 - A desobediência aos pais
07 - A ingratidão
08 - A irreverência
09 - A desafeição
10 - Os implacáveis
11 - A calúnia
12 - A falta de domínio próprio
13 - A Crueldade
14 - Os inimigos do bem
15 - A traição
16 - Os atrevidos
17 - Os que inflam seus egos
18 - Os amigos dos prazeres
19 - A falsa piedade