Vença os Pensamentos Negativos: 5 Passos Urgentes para a Paz Mental – Estudo Bíblico sobre Pensamentos Negativos

Filipenses 4:8,9

Uma das mais interessantes características da criatura humana é sua capacidade de combinar idéias, formar pensamentos, raciocinar, meditar, refletir, fazer julgamentos ou suposições – em uma única palavra: pensar. 

Esta característica, que as outras criaturas pertencentes ao reino animal não têm, explica realizações fantásticas do ser humano em todos os tempos e lugares, em áreas como arte (em suas mais variadas manifestações, como literatura, música e pintura), arquitetura, sistemas filosóficos, conquistas e avanços científicos. 

Enfim, praticamente tudo que o ser humano é capaz de fazer se deve à sua capacidade de pensar. Se o ser humano não pensasse, viveria como vivem os chimpanzés ou os gorilas.

Na perspectiva da fé cristã, a capacidade de pensar é dádiva divina concedida à humanidade, pela qual se deve agradecer ao Criador. 

Apesar disso, não se pode esquecer que, ainda na perspectiva da fé cristã, a capacidade humana de pensar foi também afetada pela queda, isto é, a desobediência humana ao Criador. 

Tal acontecimento tem consequências em nível geral, isto é, através da criação de sistemas humanos iníquos e injustos. Mas tem também consequências em nível individual.

QUESTIONAMENTOS

  1. Quais as consequências dos pensamentos negativos para o dia-a-dia da pessoa?
  2. Você acha que é pecado o crente ter pensamentos negativos?

O QUE FAZER?

  • Reconhecer que, em Algum Momento da Vida, Qualquer Pessoa Pode Vir a Ser Assaltada por Pensamentos Negativos

Não é objetivo deste estudo oferecer uma explicação científica para o complicado processo de elaboração dos pensamentos. 

Afinal, este estudo foi preparado em perspectiva pastoral, não em perspectiva científica. O objetivo deste estudo é mostrar que, biblicamente falando, há esperança para os que sofrem com pensamentos negativos.

O fato de uma pessoa ter convicção plena de ter sido alcançada pela graça de Deus, ter sido pela fé lavada no sangue do Cordeiro Jesus Cristo, é nem se constitui em garantia automática e mecânica de que só pensará coisas boas. 

Qualquer pessoa, mesmo o “mais santo”, consagrado e devoto dos cristãos, que leva a sério sua vida com Deus, está sujeito a ter pensamentos negativos em um ou outro momento da vida. 

Afinal, a vida é ambígua: na existência humana há um misto de alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, paz e angústia, reconhecimento e ingratidão, o que evidentemente faz com que pensamentos positivos e negativos passem pela cabeça de qualquer um.

 Em outras palavras: o fato de ser salvo por Cristo não quer dizer que a pessoa não vai ter, em um ou outro momento da vida, pensamentos ou sentimentos depressivos, de medos, de complexos (de inferioridade ou de superioridade), de culpa, ou de qualquer outro tipo negativo.

Há entre os evangélicos brasileiros uma tendência à simplificação do tipo “se passa por isso, é porque não é convertido(a), pois se fosse, não teria isso”.

A Bíblia não dá base para uma simplificação ingênua desta natureza, que só contribui para aumentar o sofrimento de alguém que porventura esteja enfrentando pensamentos de fracasso ou de derrota. 

Nas páginas das Escrituras encontram-se relatos que dão conta de pensamentos negativos que assaltaram até mesmo um “herói da fé” do porte de Elias (I Rs 19.3,4). 

E Paulo apóstolo adverte quanto à possibilidade de que cristãos sejam tomados por pensamentos que não sejam verdadeiros, justos, puros, amáveis e virtuosos (Fp 4:8).

John Bunyan, autor de O Peregrino, uma das mais famosas obras literárias cristãs da História (na verdade, uma alegoria da vida cristã), apresenta em um momento de sua narrativa o personagem principal, conhecido como “Cristão”, sendo atacado por maus pensamentos em sua viagem à Cidade Celestial. Neste momento de sua jornada, “Cristão” é sabiamente aconselhado a ignorar tais pensamentos.

O reconhecimento da nossa fragilidade enquanto humanos só pode contribuir para que tenhamos uma vida cristã mais saudável.

  • Enviar Esforço Consciente de Disciplina para Vencer os Pensamentos Negativos

É conhecida a frase de Martinho Lutero: “você não pode impedir que um passarinho voe sobre sua cabeça, mas pode impedi-lo que faça um ninho sobre sua cabeça”. Esta frase do reformador revela sabedoria pastoral. Lutero reconhece que todo e qualquer cristão pode ter pensamentos maus. 

Mas, ao mesmo tempo, deve-se esforçar para que tais pensamentos não dominem sua mente. O cristão, sujeito a um ou outro pensamento negativo, deve ter disciplina para não ser escravizado por tais pensamentos. 

Aliás, a capacidade de exercer disciplina é outra característica única da humanidade. Mais uma vez citar-se-á o texto bíblico básico do presente estudo: “firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. 

Pensem em coisas que sejam puras e agradáveis e que os outros respeitem. E se alguma coisa merecer elogios, pensem nisso” (Fp 4:8 – A Bíblia Viva). 

Conforme esta recomendação bíblica, há que se ter disciplina de mente, para pensar em coisas boas. A mente precisa ser disciplinada, assim como o corpo. É bom pensar nas bênçãos recebidas de Deus.

Nas conhecidas palavras de um poeta cristão, “conta as bênçãos, dize-as de uma vez, e verás surpreso o quanto Deus já fez”. Contar as bênçãos divinas recebidas é importante exercício espiritual, ao qual todo cristão deve se dedicar, pois estimula a prática da gratidão.

Nesta mesma linha de raciocínio, é importante procurar pensar nas promessas de Deus, registradas nas páginas da Bíblia. Pensar nas promessas de Deus e se apropriar destas promessas, pela fé, faz bem para a vida emocional, mental e espiritual de qualquer pessoa (Lm 3.21).

  • Procurar Ajuda Especializada Se os Pensamentos Negativos Persistirem

Pode acontecer que haja alguém que leva a sério sua vida cristã, toma parte regularmente das atividades de uma comunidade cristã, tem vida devocional, participa do sacramento eucarístico e, mesmo assim, ainda sofre com atormentadores pensamentos maus, que parecem não ceder de modo algum. 

Quem sofre tal situação padece muito, por saber que sua mente é assombrada por pensamentos negativos diversos, que não convêm ao cristão. 

Quando isso acontece, é bem possível que aconselhamento pastoral não seja suficiente. Casos assim não indicam que a pessoa seja necessariamente “perdida”. Mas, situações desta natureza exigem ajuda profissional especializada.

Há na comunidade evangélica brasileira em geral grande preconceito em relação aos profissionais da área “psi” (psicólogos, psiquiatras e psicanalistas). Este preconceito é alimentado por raciocínios ingênuos do tipo: “Jesus é o grande psicólogo. Logo, quem tem Jesus não precisa de psicólogo”. 

A primeira parte deste raciocínio é logicamente verdadeira (Jesus é de fato o grande psicólogo). O problema está na segunda parte – o fato de a pessoa “ter” Jesus não significa que nunca precisará de ajuda especializada deste tipo de profissional.

É interessante observar que não há preconceito em relação a outros profissionais de saúde que tratam de outras áreas da vida. 

Há também medo de que o psicólogo, psiquiatra ou psicanalista consiga acabar com a fé de seus pacientes. Certamente, um profissional íntegro não terá interesse em fazer isto. Além do mais, há vários destes profissionais que são cristãos.

Fato é que existe a possibilidade que alguns precisem de ajuda profissional em sua luta contra pensamentos negativos. 

Estes não são cristãos de categoria inferior, assim como um cristão que sofra de diabetes ou epilepsia não é necessariamente de categoria inferior em relação a cristãos que não sofram destes males. 

Se for o caso, deve-se buscar ajuda para vencer problemas terríveis que podem afligir seres humanos frágeis e falíveis, feitos de barro, em sua caminhada rumo a nova Jerusalém, onde “não haverá luto, nem pranto nem dor” (Ap 21.1-4).

Autor: Carlos Ribeiro Caldas Filho


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