Vença o Luto: 5 Segredos Poderosos da Bíblia para Superar a Perda – Estudo Bíblico sobre Luto

 

João 11:25
25 - Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;

Introdução

A experiência do luto é universal e sentida por todos no decorrer da vida. A morte e o luto são questões difíceis de enfrentar. Quando chegam, fazemos o possível para suportá-las, mas geralmente preferimos não discuti-las.

Isso porque quando perdemos alguém a resposta normal é o sofrimento. É como se uma parte de nossa vida fosse removida. Aceitar a realidade não é um processo fácil.

Nós tentamos suavizar o trauma vestindo a pessoa falecida, cercando-a de flores e usando palavras como “foi embora” em lugar de “morreu”, mas mesmo assim não podemos transformar a morte em algo belo.

Assim, as pessoas que ficam, enfrentam diante da morte uma situação absoluta, inalterável – e não há nada que se possa fazer a respeito disso.

O luto se torna então um grande desafio para todos nós, pois uma vez que a morte vem nós precisamos enfrentá-lo e superá-lo.

Primeiramente vamos entender as dificuldades com o luto, as reações mais comuns e em seguida falaremos como superar isso tudo.

1 – POR QUE O LUTO É TÃO DIFÍCIL?

Em geral, a tarefa que se segue à morte de alguém para os que ficam envolve três elementos:

  • Se desligar dos laços que nos ligavam à pessoa falecida;
  • Se reajustar a um ambiente onde a pessoa falecida não faz mais parte;
  • Formar novos relacionamentos.

Quando passamos esses três processos, houve crescimento e a tristeza foi positiva.

Mas a tristeza nem sempre é boa. Quando a pessoa perde o sentido de sua própria vida, cai no uso de bebidas, remédios ou drogas, passa por desesperança, culpa intensa, forte autocondenação e pensamentos suicidas, podemos dizer que o sofrimento é patológico.

Vejamos algumas causas que podem agravar ou aliviar o sofrimento do luto.

A) CRENÇAS

Quando a pessoa não tem crença religiosa, ela sofre sem esperança. A dor então é maior, superar pode ser mais difícil e existe um maior potencial para a tristeza patológica ou doentia.

No caso do cristão, podem existir períodos de dúvida, confusão e até ira contra Deus, mas com o tempo a fé se torna evidente, proporcionando apoio, significado, consolo, e esperança para o futuro. O Espírito Santo que habita em cada crente oferece consolo e paz sobrenatural na época do luto.

B) AMBIENTE E PERSONALIDADE

Há uma regra na psicologia que afirma que “a melhor previsão para o comportamento futuro é o comportamento passado”. Uma indicação de como o luto será aceito é como a pessoa reagia antes às separações e perdas.

Se as separações no passado foram difíceis e causaram problemas, há um potencial para que no presente se encontre a mesma dificuldade.

Além do mais, as pessoas inseguras, dependentes, incapazes de controlar seus sentimentos ou de expressá-los e com tendências à depressão têm no geral maior dificuldade em suportar a dor.

C) CIRCUNSTÂNCIAS QUE ACOMPANHAM A MORTE

O luto pode ser prolongado e dificultado quando:

  • A morte é considerada fora de tempo, como no falecimento de uma criança, um adolescente, jovem, ou adulto bem-sucedido “no vigor da vida, no auge de uma carreira”;
  • A maneira de morrer seja considerada incompreensível ou trágica, como no caso de um suicídio ou acidente automobilístico;
  • Existe um sentimento de culpa por ter “participado” no acontecimento que provocou a morte (o motorista de um carro envolvido num acidente em que outra pessoa morre);
  • Existem sentimentos ambivalentes (positivos e negativos) em relação ao morto;
  • Havia uma relação tão íntima com o morto que relacionamentos íntimos com outros não existiam;
  • O enlutado tinha uma relação de dependência do morto, buscando nele identidade, autoconfiança e significado na vida;
  • O morto dependia excessivamente do sobrevivente;
  • O trabalho, a família, outras circunstâncias que o enlutado vive não permitem a expressão da tristeza;
  • O morto extraiu do sobrevivente a promessa de que ele não se entristeceria, não se casaria de novo, etc;
  • Nos casos em que existe um apego e proximidade excessivos com bens do morto permitindo ao sobrevivente manter a crença de que ele continua vivo;
  • O enlutado acredita, contrariando os ensinamentos bíblicos e o exemplo de Jesus, que os cristãos devem mostra-se sempre alegres, sem jamais entristecer-se. Este é o ponto de vista sincero, mas prejudicial, de que a tristeza é um indício de imaturidade espiritual.

2 – OS EFEITOS DO LUTO

A) OS EFEITOS COMUNS

As três reações mais comuns ao sofrimento por perda são:

  • Choro – que expressa sentimentos profundos e alivia a tensão;
  • Inquietude – incluindo perturbações do sono;
  • Depressão – tristeza mais profunda onde a pessoa perde o valor pessoal, fica pessimista e não apresenta mais vontade frente à vida.

Também são comuns os sintomas físicos:

  • Exaustão
  • Fraqueza
  • Enxaquecas
  • Falta de ar
  • Indigestão
  • Perda de apetite ou algumas vezes aumento do apetite
  • Ansiedade
  • Sentimento de vazio interior
  • Culpa
  • Ira
  • Irritabilidade
  • Retraimento
  • Esquecimento
  • Declínio da libido
  • Sonhos com o morto
  • Pesadelos
  • Erros de julgamento
  • Sentimento de solidão.

Ocorrem também desânimo, desorganização da rotina e a compreensão de que mesmo as atividades mais simples que antes eram feitas automaticamente agora exigem grande esforço e considerável energia.

A maioria dos enlutados também experimenta reações em datas especiais. O primeiro Natal, Páscoa, aniversário de nascimento ou casamento depois da perda podem ser especialmente difíceis emocionalmente, como também os aniversários da morte.

Em dias especialmente importantes, ou passar por um lugar ou situação que lembre o passado, os sentimentos podem voltar à tona.

Se isso tudo durar por vários anos é provável que ainda continue havendo luto incompleto ou talvez patológico.

B) OS EFEITOS PATOLÓGICOS DO LUTO

Quase todo luto começa com um período de choque, fraqueza física e emocional, negação da realidade, choro intenso e algumas vezes prostração.

A seguir vem um período prolongado de tristeza, ansiedade e apatia, memórias, solidão e perturbações do sono. Depois o sofrimento começa a se esvaziar e as atividades normais da vida são retomadas.

As reações patológicas do luto ocorrem quando o processo normal de sofrimento é negado, adiado ou distorcido. O luto patológico pode ocorrer quando:

  • A morte foi repentina ou inesperada
  • O enlutado dependia excessivamente do falecido
  • Existia uma relação ambivalente – amor misturado com ódio
  • Havia assuntos não terminados entre ambos (irmãos que não se falavam há anos, conflitos familiares que não foram resolvidos, confissões que não chegaram a ser feitas, ou amor que não foi expresso.)
  • A causa da morte foi violenta, acidental ou provocada por suicídio
  • O falecimento deixou o sobrevivente em dificuldades práticas, tais como educação dos filhos ou decisões sobre negócios.

Entre os sintomas mais predominantes do luto patológico estão as seguintes atitudes por parte dos sobreviventes.

  • Crescente convicção de que não se tem mais valor como pessoa;
  • Tendência a falar do morto no tempo presente (“ele não gosta do que você está fazendo”);
  • Ameaças sutis ou francas de auto-destruição;
  • Comportamento antissocial;
  • Hostilidade, melancolia, ou culpa excessivas;
  • Abuso de bebidas e drogas;
  • Retraimento completo e recusa de interação com outras pessoas;
  • Impulsividade;
  • Doenças psicossomáticas persistentes;
  • Veneração por objetos que lembram o morto e ligam o enlutado com este;
  • Preocupação com a pessoa morta;
  • Recusa em mudar o quarto do falecido, ou dispor de usas roupas e outros objetos;
  • Manifestação emocional extrema;
  • Resistência a qualquer oferta de aconselhamento ou outra ajuda;
  • Recusa em mostrar emoção ou parecer afetado pela perda (isto geralmente indica negação e fuga do sofrimento)
  • Ocupação intensa e hiperatividade fora do comum.

A maioria dos estudiosos acredita que a parte mais intensa do luto se completa em um ou dois anos. Se continuar além disso, especialmente com alguns dos sintomas acima, isto é um claro indício da presença de estado patológico.

3 – COMO SUPERAR E VENCER O LUTO

A) JESUS MUDOU O SIGNIFICADO DO LUTO

São muitos os incrédulos que sofrem sem qualquer esperança para o futuro. Para eles, a morte é o final de uma relação.

Mas o cristão não pensa assim. Para o cristão a morte não é o fim da existência, mas a entrada na vida eterna. Aquele que crê em Cristo sabe que os cristãos estarão para sempre com o Senhor.

João 11:25-26
25 - Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá;
26 - e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto?

Essas palavras de Jesus são consoladoras!

O apóstolo Paulo encorajou os cristãos a se manterem firmes e inabaláveis, fazendo a obra do Senhor, uma vez que este esforço não é em vão quando temos a segurança da ressurreição.

1 Coríntios 15:52-58
52 - num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53 - Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.
54 - Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória.
55 - Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
56 - O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 - Mas graça a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.
58 - Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.

B) JESUS DEMONSTROU A IMPORTÂNCIA DO LUTO

Bem cedo em seu ministério Jesus falou sobre o sofrimento. O choro foi tomado como certo e visto como um sinal positivo dentre um grupo de qualidades desejáveis como mansidão, humildade, misericórdia, pureza de coração e pacificação.

Mateus 5:4
4 - Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.

Quando Lázaro morreu, Jesus ficou perturbado e profundamente comovido. Ele aceitou, sem comentários, a ira aparente de Maria, irmã de Lázaro e chorou com os que estavam se lamentando. Ele sabia que Lázaro logo seria ressuscitado dentre os mortos e mesmo assim sofreu.

João 11:33-35
33 - Jesus, pois, quando a viu chorar, e chorarem também os judeus que com ela vinham, comoveu-se em espírito, e perturbou-se,
34 - e perguntou: Onde o puseste? Responderam-lhe: Senhor, vem e vê.
35 - Jesus chorou.

Ele também se afastou solitário ao saber João Batista tinha sido executado (Mateus 14.10-13) e no Jardim do Getsêmani, Jesus ficou profundamente triste.

Mateus 26:36-38

Mateus 26:36-38
36 - Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.
37 - E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
38 - Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.

Assim, fica claro que até mesmo ao cristão a tristeza é algo normal e sadio. Mas ela pode também ser patológica e doentia.

C) SUPERANDO O LUTO NORMAL

O sofrimento por perda normal é um processo de cura, difícil e a longo prazo, que não precisa de ajuda especial; ele cuida de si mesmo e com o tempo a pessoa enlutada se recupera.

Eis alguns princípios para superar o luto normal.

  • Busque a Deus em oração. Leia a Bíblia. Participe das reuniões da igreja. Lembre-se que é em Deus que o consolo se origina (2 Coríntios 1.3)
  • Não tenha vergonha ou barreiras para buscar apoio na sua família, nos amigos, pastores ou médicos não apenas no período inicial, mas também em situações ou datas especiais nas quais você esteja mais sensível.
  • Lembre-se que a expressão de sentimentos é boa e aceitável. O choro faz parte da superação do processo de luto. Não retraia os sentimentos. Quando você reprime na verdade está prolongando o processo do luto e corre o risco de torná-lo algo doentio.
  • Tenha pessoas de confiança e converse com elas sobre os sentimentos do seu coração, questionamentos ou pensamentos sobre o futuro. Busque ajuda para tomar decisões.
  • Se afaste temporariamente de suas responsabilidades permitindo que outras pessoas o ajudem, como por exemplo, preparo de refeições ou cuidar de crianças. Isto libera a pessoa enlutada para entristecer-se, especialmente no início.

D) SUPERANDO O LUTO PATOLÓGICO

Em primeiro lugar, Deus é o Médico dos médicos e devemos confiar a ele para que cure as feridas emocionais. Busque a Deus.

O luto patológico é diferente do normal, pois há necessidade de ajuda mais específica e até profissional.

Nesta ajuda, o conselheiro ou profissional trabalha para que o enlutado expresse sua tristeza tardia ou inibida e supere os bloqueios que o impediram a desaprender seu apego ao morto.

O alvo é fazer a pessoa passar novamente pelo processo do luto, ajudando a evitar a negação e enfrentar a realidade.

Conclusão

Quando seu ente querido o troca pelo céu e você continua caminhando sozinho – não pode haver golpe mais duro...

Não adianta nos acusarmos e nos condenarmos continuamente.

As coisas poderiam ser piores hoje se tivéssemos feito aquilo que julgávamos ser melhor.

Vamos colocar o passado, tudo o que foi bom ou mau, e tudo que pudesse ter sido, nas mãos de Deus e retomar nossa caminhada.


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Semeando Vida

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