Vença a Crise Existencial: 3 Chaves Bíblicas Para Encontrar Sentido na Vida – Estudo Bíblico sobre Crise Existencial

Nosso mundo enfrenta um grande e grave crise existencial. É grande o número de pessoas que experimentam um profundo sentimento de falta de sentido para a vida. Não são poucos os que dizem: “estou sem rumo na vida; nada faz sentido para o meu futuro”. 

Outros afirmam: “meu mundo desmoronou; tudo perdeu a graça”. Mas vem, ainda, a declaração de um terceiro grupo, que afirma: “tenho tudo: dinheiro, bens, casa, família, trabalho... mas nada disso me anima”.

Esta sociedade que adentra o terceiro milênio, é composta de pessoas oprimidas por um vazio interior, um vácuo existencial. Nada parece lhes preencher a alma. 

Cresce o número de pessoas apáticas, desmotivadas, desorientadas e infelizes. É alarmante o aumento do alcoolismo, das drogas em geral, da violência, como produto de uma vida sem sentido.

Pessoas de todas as idades estão diante de uma crise existencial, que assola e revela a fraqueza de uma sociedade adentrando o terceiro milênio da era cristã.

O tema em apreço, é tão atual e tão antigo, como a própria existência do ser humano. Existir sempre foi uma grande crise por si só: a crise da luta pela vida e seu sentido. 

E Salomão, o sábio rei de Israel, parece que percebeu muito bem esta realidade, ao escrever o livro de Eclesiastes. Vejamos, a partir de suas páginas, a angustiante luta de um homem em crise existencial.

1. UMA CRISE SEM SENTIDO

Albert Einstein disse: “Qual é o sentido da vida humana? Perguntais: por que formular esta questão? E eu respondo: o homem que considera sem sentido sua vida, é não só infeliz, mas também incapaz de lutar para viver”.

A crise existencial desinstala da vida a razão de viver. Poderíamos dizer que é uma “crise sem sentido”, pois ela age nesse ponto fundamental, suprimindo ou mascarando o sentido da existência de cada pessoa.

Salomão, como alguém que estava encharcado dessa realidade desinstaladora, procurava achar razão para sua trajetória. Biblicamente, vemos a expressão muito usada em Eclesiastes - "debaixo do céu” -, que é usada pelo sábio para identificar o que acontecia entre os homens, e que pudesse lhe dar sentido à vida.

O texto em apreço revela, claramente, os aspectos dramáticos de alguém que luta pela vida, na procura de sentidos verdadeiros e reais: sentido nas grandes obras (vv. 4-6); sentido nas grandes aquisições ou bens (vv. 7,8); sentido na vida prazerosa, boêmia e desregrada (v.8). 

Nessa busca toda, nota-se o revelar da falta de sentido em tudo (v.11): “Eis que tudo era vaidade, e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”.

Não são poucas as pessoas que estão nessa condição de uma vida que se esvai, pois não tem sentido de ser.

2. UMA CRISE DE INEXISTÊNCIA

A grande caracterização da crise existencial, é a agravante inexistência ou perda de questões que são significativas para a vida. O Dr. José Cássio Martins, em um artigo escrito sobre a crise existencial, destaca certas perdas significativas como causa:

  • Perda de tradições - Isto pode deixar as pessoas desorientadas, sem história pessoal e familiar, sem saber como proceder. A modernização acelerada encaixa-se aqui. Essa tendência de “coisificação das pessoas e personalização das coisas”, tem criado uma geração sem tradições e, consequentemente, escancarada à crise.
  • Perda de valores - Consequência da relativização de princípios e práticas. Vivemos em uma sociedade sem valores absolutos. A moral, a ética, a religião, a vida, têm sido subjugadas por uma sociedade relativista, onde não existe uma verdade, mas diversas. Tais coisas geram insegurança e desorientação.
  • Perda de contato com a alma - A fonte da espiritualidade, da sensibilidade, da ternura. Há uma grande valorização do status, dos bens materiais, do poder econômico. Nessa sociedade existencialista, as pessoas são o que possuem. Queima-se um índio em Brasília, porque fora confundido com mendigo que nada tem, e os responsáveis, que “tudo têm”, nada sofrem.

Afirma ainda o Dr. José Cássio: “diante disso tudo, muitos se refugiam em uma tremenda tríade: adição-agressão-depressão. No primeiro caso (adição), estão as drogas de todos os tipos, incluindo o álcool, o trabalho excessivo e maníaco, os divertimentos desmedidos, a jogatina etc. No segundo caso (agressão), pode ir das palavras aos atos; é a violência encarnada no dia a dia rotineiro. Quanto ao terceiro caso (depressão), a experiência parece ser mais conhecida de cada um de nós, em graus os mais variados”.

Assim, o que se percebe, é que a sociedade do terceiro milênio é sofisticadamente tecnológica - mas empobrecida de valores e sensibilidade. A crise existencial revela a inexistência de tradições, de valores, de espiritualidade e sensibilidade - questões fundamentais para o existir.

3. UMA CRISE PARA SE REDESCOBRIR

Em dias de crise, o que menos se deve projetar, é um ativismo: fazer, realizar, reagir. Em dias de uma crise sem sentido, uma crise da inexistência, o caminho para a superação, é a redescoberta da vida, dos sentidos e valores. É reencontrar a sensibilidade e a espiritualidade acachapadas na pessoa.

De que adiantou a Salomão os seus inúmeros projetos megalomaníacos? - “Tudo era vaidade, nenhum proveito havia”. De que adiantou a Salomão as suas incursões pelos caminhos dos prazeres sem padrões, das ciências sem valores? - “Foi como correr atrás do vento”.

Porém, no capítulo 11.9,10, Salomão retoma, redescobre em meio à sua crise, o sentido da vida. Ele se depara com o autor da vida. Em Eclesiastes 12.13, ele afirma: “de tudo o que se tem ouvido, a suma é: teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.”

Ao retomar sua comunhão com Deus, ele vê renascer, em si mesmo, o sentido da vida, a razão única e verdadeira de se existir; ele redimensiona o caminho para continuar sua jornada, agora não mais “correndo atrás do vento”.

A sociedade do 3º milênio tem se mostrado extremamente preocupada com o espiritualismo, com os diagnósticos da alma; mas, não conhece seu Criador, seu Senhor e Salvador.

Não queremos afirmar, com isso, que um crente não entre em crise existencial, mas que há recursos sérios, corretos, para conduzi-los para fora dela e, muitas vezes, a partir de profissionais especializados, os quais muitos crentes temem procurar.

A crise pode ser superada, quando enfrentada corretamente. Foi assim com Asafe, nos Salmos 73 e 77, quando este, angustiado perde, porém, redescobre os elementos que trazem valor à vida.

Para pensar

  1. A igreja tem sabido lidar com os casos de crise em seu meio, como comunidade de apoio?
  2. Um teólogo brasileiro renomado, afirmou; “A igreja é o único exército que deixa para trás os seus feridos”. Como a sua igreja tem tratado os feridos em meio à guerra existencial?

Autor: Carlos de Oliveira Orlandi Júnior


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