Os Heróis Anônimos da Fé: O Poder da Cooperação no Corpo de Cristo – Estudo Bíblico sobre a Igreja de Roma


Texto Básico: Romanos 16.1-16

Nossa lição de hoje é sobre a igreja de Roma. Uma cidade que é importante ainda em nossos dias. Vamos fazer um resumo de como era Roma no período da Igreja Primitiva.

De acordo com historiadores, a fundação de Roma resultou da mistura de três povos que foram habitar a região da península itálica: gregos, etruscos e italiotas. Mas o que nos interessa é o período em que já havia o Império Romano.

Roma tinha o domínio da península itálica no século 3º a.C. Depois, Roma ampliou suas conquistas dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, etc.

Os povos dominados passaram a ser escravos de Roma ou então pagavam impostos ao imperador (os judeus estavam nessa categoria). Roma se enriqueceu muito. Esse era o quadro no início do cristianismo.

É para a igreja fundada nessa cidade que Paulo escreveu a Epístola aos Romanos. Uma das cartas mais ricas de Paulo.

1. Como o cristianismo chegou a Roma

Não se sabe quem levou o evangelho a Roma, o que se sabe é que Paulo não tinha passado por lá ainda, conforme Romanos 1.13.

Uma das possibilidades é que o evangelho tenha sido levado por romanos presentes em Jerusalém no dia do Pentecostes (At 2.10). Pedro pregou e muitos se converteram e foram batizados. Dos três mil convertidos, alguns podiam ser dentre os romanos presentes, os quais, imediatamente, levaram as boas novas para Roma.

É importante lembrar que Roma era praticamente o centro do mundo e para lá e de lá as notícias fluíam rapidamente. É como acontece com algumas cidades do nosso país (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte), as novidades chegam muito rápido. Então, os romanos não devem ter demorado para ouvir as boas novas.

Uma das provas de que o evangelho chegou lá muito rápido é que Áquila e Priscila já eram convertidos quando conheceram Paulo, quase no final da segunda viagem missionária, em Corinto (At 18.1-4). Não só eram convertidos como também ativos na obra. Ao ouvirem Apoio, trataram logo de instruí-lo (At 18.26).

2. Anônimos

Você já deve ter ouvido falar de, ou até mesmo já tenha escrito, bilhetes anônimos, cartas anônimas. Bem, os crentes de Roma eram anônimos.

Eram pessoas que trabalhavam na obra, dedicavam-se com muito carinho ao trabalho do Senhor, mas não se preocupavam em ser identificadas. Seus nomes não apareciam, mas eles tinham um valor excepcional.

O texto base do estudo de hoje, Romanos 16.1-16, fala desses anônimos que construíram a igreja de Roma, sem chamar atenção para si, mas para Cristo.

  • Febe: são poucas as missionárias citadas na Bíblia, mas, pelo que Paulo fala dela, Febe era mulher ativa na missão, pois trabalhava na igreja da Cencréia e protegia a muitos. Parecia uma grande mãe (vs. 1,2). Ela estava indo para Roma e Paulo pediu que a recebessem com carinho, no Senhor, assim como ela fazia com todos.
  • Priscila e Áquila: lembram-se deles? Paulo manda lembranças a eles. Fala deles com um carinho especial pelo valor que tinham em sua vida, pela cooperação em momentos difíceis, pela dedicação (vs. 3,4; cf. At 18.2,26). Paulo ainda saúda a igreja que se reunia na casa deles (v. 5). Embora distantes de Paulo, os dois continuavam ativos na obra e tinham até uma igreja reunindo-se em casa (cf. ICo 16.19).
  • Epêneto: um dos primeiros convertidos da Ásia (v. 5). Quando Paulo escreve lembrando desse irmão, deixa claro seu reconhecimento de que Epêneto permaneceu firme desde o início e continuava firme, agora em Roma.
  • Maria: Paulo lembra dela e do fato de ter trabalhado pelos romanos (v. 6). A impressão que se tem é que Maria se empenhou pela vida cristã, pelo desenvolvimento da igreja de Roma.
  • Andrônico e Júnias: parentes de Paulo, companheiros de prisão e convertidos antes de Paulo (v. 7). Que carinho ao falar desses irmãos. Talvez seja por lembrar do que já passaram juntos, saber que a boa mão do Senhor esteve com eles. Não sei qual o pensamento de Paulo e não há como descobrirmos muita coisa, pois essa é a única referência aos dois.

Paulo citou tantos nomes. Sobre cada um ele disse algo especial. Todos esses ele conheceu antes de visitar Roma e todos estavam na igreja de Roma. Não sabemos se Paulo os conhecia pessoalmente, talvez alguns sim e outros não.

São eles:

  • Amplíato, amigo querido (v. 8);
  • Urbano, cooperador (v. 9);
  • Estáquis, amado (v. 9);
  • Apeles, aprovado (v. 10);
  • Aristóbulo e sua casa (v. 10);
  • Herodião, mais um parente de Paulo (v. 11);
  • família de Narciso, que está no Senhor (v. 11).
  • Trifena e Trifosa: alguém pode aproveitar para brincar: “Bom nome para colocar nas suas filhas?". Mas essas irmãs trabalhavam no Senhor, assim como Pérside (v. 12).
  • Rufo e sua mãe: Paulo saúda os dois e fala do cuidado especial da mãe de Rufo para com ele. Paulo devia se sentir confortado por ter uma pessoa que cuidava dele como se fosse sua própria mãe.

Paulo ainda cita outros irmãos, como Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e os irmãos que reuniam com eles (v. 14). Filólogo, Júlia, Nereu e Olimpas, e os santos que se reuniam com eles (v. 15).

Nesses últimos a impressão que dá é que eles tinham grupos de reunião, talvez fossem grupos de oração.

3. Propósito soberano

Os nomes citados por Paulo não estavam na lista de pessoas presentes após a ascensão de Jesus (At 1.13), não estão entre os propostos para substituir Judas Iscariotes (At 1.15-26).

Na sua maioria, não são citados nas missões, nas viagens de Paulo, ou em qualquer outra parte do livro de Atos dos Apóstolos. Mas são citados por Paulo e lembrados como pessoas que entregaram suas vidas ao Senhor e ao seu serviço.

São pessoas de todas as raças, são homens e mulheres, uns são amigos, outros são parentes, mas todos estão debaixo daquele que os une: Jesus Cristo. Todos estavam empenhados no Senhor. Roma fazia parte dos planos de Deus. Ele tinha um propósito para Roma, Deus tinha escolhidos lá, e não precisou enviar homens importantes, de grande nome. Só precisava levar o evangelho.

4. Conclusão

A igreja de Roma começou com desconhecidos, anônimos enviando uma carta de amor. Pessoas que falaram e trabalharam por amor a Cristo.

A Epístola aos Hebreus, cujo autor desconhecemos, fala dos heróis da fé no capítulo 11, e bem no final do capítulo, versículos 30-40, o escritor fala de forma generalizada da vida que esses homens e mulheres tiveram, de como sofreram perseguições e torturas por causa da fé, e diz a seu respeito: homens dos quais o mundo não era digno" (v. 38).

Talvez possamos dizer o mesmo desses anônimos de Roma. Pessoas que não obtiveram nenhuma medalha, nenhum reconhecimento maior, seus nomes não foram citados em grandes histórias, mas estão escritos no coração de Deus. Sua coroa e glória estão nas mãos do Senhor e, no dia que o nosso Redentor voltar, eles ouvirão: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor" (Mt 25.23).

Aplicação

  1. O seu nome apareceria numa lista como essa do capítulo 16 de Romanos, ou apareceria numa citação como a de 2 Timóteo 1.15, onde Paulo cita Fígelo e Hermógenes, que só aparecem nessa citação e, o pior, como pessoas que abandonaram o apóstolo num momento de grande necessidade?
  2. Você engrossa a lista dos cooperadores de sua igreja?

Autor: LEANDRO ANTÔNIO DE LIMA


Lista de estudos da série

1. O Começo Explosivo: Descubra o Segredo do Crescimento da Primeira Igreja – Estudo Bíblico sobre a Igreja de Jerusalém

Semeando Vida

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