Fiéis até o Fim: Como Resistir à Perseguição e Receber a Coroa da Vida – Estudo Bíblico sobre as Igrejas de Esmirna e Filadélfia

Texto Básico: Apocalipse 2.8-11; 3.7-14

Esmirna e Filadélfia. Qual o motivo para as duas cartas estarem juntas no estudo? Mais adiante veremos que ligação há entre as duas. Antes, vamos conhecê-las um pouco.

Esmirna, após ter sido devastada em 600 a.C., ficou desolada por três séculos e foi reconstruída em 290 a.C. Graças a sua boa localização, entrou em uma era de vigor e hoje é uma das comunidades mais prósperas da Turquia moderna.

Era importante base naval, a principal cidade portuária da Ásia. Em Esmirna foi construído um templo para Tibério.

Era a capital do culto a César, o que causou muito sofrimento à igreja, pois a cidade tinha legislação contra o cristianismo. Esmirna venerou Roma e com o templo a Tibério o orgulho ficou ainda maior. As construções da cidade davam a imagem de uma coroa.

Filadélfia era um posto avançado da cultura grega, entrou na história romana devido a um terremoto que devastou o sudoeste da Ásia Menor. Durante anos a cidade sofreu com terremotos e teve marcas notórias e problemáticas na natureza local.

Com o alívio dos terremotos, Filadélfia quis mudar seu nome para Neocesaréia. A posição da cidade na baixa colina foi valiosa, pois dava para o portal da Ásia Menor central, com sua cultura livre, nem grega, nem romana.

Nessas duas cidades existiam igrejas formadas, mas não se sabe quem foi o fundador. Provavelmente eram fruto do ministério de Paulo em Éfeso, pois todos da Ásia ouviram a mensagem pregada por Paulo em Éfeso (At 19.10).

Outra suposição é que algum dos convertidos no dia do Pentecostes tenha levado o evangelho (At 2.9).

1. Apocalipse - Um livro às sete igrejas

O livro de Apocalipse, que quer dizer “revelação”, foi escrito e endereçado às sete igrejas da Ásia. São elas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sárdis, Filadélfia e Laodicéia.

João estava preso na ilha de Patmos por causa do evangelho, um lugar separado para criminosos perigosos, que pervertiam a boa ordem.

Foi lá que recebeu a visão do Apocalipse (1.9). Ele começa o livro dizendo que são as palavras que recebeu de Jesus, a respeito das coisas que estavam por vir, e que viriam depressa (1.1-3).

Em seguida traz uma palavra às igrejas que estão recebendo o livro sob a autoria do mesmo. João reafirma o senhorio de Cristo sobre a igreja, sua eternidade, sua soberania, seu amor, seu sacrifício, sua majestade e sua vinda em glória (1.4-8).

João passa a narrar a visão que teve dos sete candeeiros, que representavam as sete igrejas que receberiam a carta; sete estrelas, que eram os anjos das igrejas; e, no meio deles, um como filho de homem, mas resplandecente.

Quando João o viu, caiu como morto; ele o tocou e revelou-se, disse quem era, que era o primeiro e o último, o que vive, esteve morto, mas vive eternamente (1.12-20).

Resumidamente, assim começa o livro. E um livro cheio de mistérios, de profecias, de coisas que aconteceram tempos depois na vida daquelas igrejas, mas que prenunciam o que está por vir sobre a vida de toda a igreja.

2. Perseguições

As igrejas de Esmirna e de Filadélfia sofriam com a perseguição, tinham muitas lutas e tribulações.

Esmirna era uma igreja pobre (a cidade era rica e orgulhosa de si, mas a igreja era pobre) e sofria com a perseguição de judeus que falavam em nome de Deus, mas não adoravam a Deus, pois não reconheciam o senhorio de Jesus Cristo.

Por isso mesmo são chamados sinagoga de Satanás (2.9), pois não há nenhuma ligação entre eles e o verdadeiro “judeu”, que é filho na nova nação de Israel.

Filadélfia também era perseguida pela sinagoga de Satanás (3.9). Os judeus combateram os cristãos de Filadélfia com todo tipo de perseguição.

Policarpo, da igreja de Esmirna, foi um dos últimos contemporâneos de João. Ele foi a ligação entre os apóstolos e a igreja do século 2º, no entanto, foi morto por não negar a fé em Jesus em 155 d.C.

Essa foi uma das maiores perseguições contra aquela igreja, apesar das outras terem sido duras também.

3. Elogios - Palavras de incentivo

Esmirna e Filadélfia, recebem elogios e palavras de incentivo bem parecidos nas cartas destinadas a elas, veja:

À igreja de Esmirna o Senhor se apresenta como o primeiro e o último, que esteve morto e ressurgiu, em seguida fala das aflições que aquela igreja passa e diz: “Não temas as coisas que tens de sofrer" (2.10).

À igreja de Filadélfia ele se apresenta como santo, verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi e fala o que sabe sobre a igreja: “Conheço as tuas obras... que tens pouca força... guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” (3.8).

Tanto em Esmirna quanto em Filadélfia os cristãos passavam por grandes tribulações (2.9; 3.9), mas a palavra de Jesus para essas igrejas era: “Eu estou vendo, eu sei das suas tribulações, eu estou no meio das igrejas e não estou alheio a tudo isso.”

Talvez, em meio a tantos problemas, eles desanimassem e perguntassem: “Deus, o Senhor não está vendo?”. Talvez se sentissem abatidos, mas a palavra de Jesus para eles é que ele conhece toda tribulação e está no controle da situação.

As duas igrejas permaneceram fiéis, apesar de toda a tribulação. A igreja de Esmirna teve o mestre Policarpo morto, com a ajuda dos judeus. Filadélfia, mesmo com a invasão do Islã, continuou, ainda durante muito tempo, fiel.

No início do século 20 a igreja ainda apresentava cinco congregações. De todas as igrejas que receberam cartas no Livro de Apocalipse, somente Filadélfia transpôs os séculos.

4. Instrução e promessas

As igrejas de Esmirna e Filadélfia pareciam fracas, franzinas, pobres demais, sem condições de resistir. Já percebeu que os mocinhos dos filmes às vezes aparentam fragilidade? A igreja de Esmirna era uma igreja pobre, no entanto Jesus afirma, “mas tu és rico". Eles ainda iriam passar por muitas provações. A igreja de Filadélfia era uma igreja de pouca força.

Poderíamos considerar como o time dos perdedores, o time da terceira divisão: pobres e fracos.

Mas as palavras de Jesus deixam claro que isso era apenas uma aparência e, ao contrário, eram ricas e fortes. Esmirna tinha uma riqueza muito maior do que a visível. Filadélfia era forte, resistiu e guardou a Palavra e não negou o nome de Jesus.

Esmirna ainda passaria por grande provação, como vemos no versículo 10. O diabo estava para lançar na prisão alguns da igreja e ela sofreria por algum tempo, mas ele diz: "Não temas as coisas que tens de sofrer...", ele instrui a igreja a não temer, a não desanimar. Já para a igreja de Filadélfia ele diz que vai protegê-la da provação que está por vir, porque ela guardou a palavra da perseverança (3.10).

A instrução para as igrejas é praticamente a mesma: “Sê fiel!” ou “Conserva o que tens” (que significa: “conserva a tua fé, a tua força”). E como se Jesus dissesse: “Sei de tudo o que vocês já passaram, aguentem um pouco mais, sejam fortes e receberão a coroa da vida".

5. Conclusão

As igrejas de Esmirna e de Filadélfia tinham muito em comum: eram perseguidas pela sinagoga de Satanás, eram fortes na presença do Senhor, foram incentivadas a permanecerem fiéis e não receberam nenhuma crítica nas cartas que receberam.

Talvez eles mesmos desconfiassem que a situação estava muito ruim, que a igreja estava fraca e não ia suportar muito tempo, mas Deus sabia o que estava fazendo. Deus estava no controle, dizendo: “Não temas o que tens de sofrer...” (2.10), e “...eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro..." (3.10).

Aplicação

  1. Você tem pedido a Deus para te dar forças para testemunhar mesmo quando se sente debilitado, incapaz?
  2. Como você tem agido diante das perseguições que sofre por causa do evangelho?

Autor: LEANDRO ANTÔNIO DE LIMA


Lista de estudos da série

1. O Começo Explosivo: Descubra o Segredo do Crescimento da Primeira Igreja – Estudo Bíblico sobre a Igreja de Jerusalém

Semeando Vida

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