A Força Mais Poderosa do Universo: Descubra as 3 verdades sobre o amor que age – Estudo Bíblico sobre o Amor de Deus

No último estudo bíblico vimos que Deus não nos salva por causa nossas obras, por melhores que acreditemos que sejam. Portanto, se é assim, por que Deus nos salva? Qual é a motivação de Deus para nos conceder a salvação e lidar conosco de forma tão bondosa e generosa?

Neste estudo, veremos que a razão da bondade generosa de Deus para conosco é o seu amor. O amor de Deus é a perfeição de Deus que faz com que ele trate de forma benévola todas as suas criaturas, de maneira especial, os seus eleitos.

I. O amor eterno

Uma das características do amor de Deus é a sua eternidade. Como Deus é eterno, seu amor também o é. Ele afirmou através de Jeremias ao povo da aliança: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí (Jr 31.3).

Paulo transmite o mesmo ensino aos crentes de Éfeso:

Efésios 1.4-5
[o Pai] nos escolheu nele [em Cristo] antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.

De acordo com o que vimos nesses dois textos, Deus nos ama desde a eternidade. Esta é mais uma prova de que o amor de Deus por nós é livre, gratuito e espontâneo, e não motivado pelas obras que praticamos. Deus nos amou antes mesmo que o universo fosse criado.

II. O amor incondicional

A capacidade de amar que os seres humanos possuem foi dada por Deus. O amor é um de seus atributos comunicáveis. Nós amamos porque Deus decidiu colocar em nossa natureza, a capacidade de amar. Isso significa que nosso amor não tem origem em nós mesmos, mas deriva-se de Deus.

O amor de Deus, ao contrário, tem origem no próprio Deus. Deus nos ama porque, ele é a fonte do amor. A razão do amor de Deus nunca está no ser que é amado por ele, mas nele mesmo. Ele ama porque tem prazer em amar.

Isso significa que o amor de Deus é constante e não depende das obras do objeto amado, nem mesmo da sua fidelidade. Deus permanece amando seu povo apesar da infidelidade dele.

A vida do profeta Oséias, e seu casamento com a prostituta Gômer, que mesmo casada continuou se prostituindo, foi usada por Deus para ilustrar a relação pactual entre Deus, o marido fiel, e Israel, a esposa adúltera.

Mesmo no meio de suas abominações, Israel era um povo amado por Deus e Deus se empenhou para fazer com que Israel se tornasse uma esposa santa e pura:

Oséias 14.1, 4-5
Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído... Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles. Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano.

Deus nos ama apesar de nossas inconstâncias e de nossa infidelidade, mas isso, de forma nenhuma significa Deus faça vistas grossas ao pecado do seu povo e ignore a sua infidelidade.

Assim como é claro o ensino bíblico de que o amor de Deus é eterno, é claro o ensino de que Deus é santo e requer santidade de seu povo.

Por isso, quando o seu povo se desvia do seu caminho, Deus manifesta seu amor através da disciplina. Ele nos ensina que ele repreende e disciplina (Ap 3.19; Hb 12.11; Pv 3.12) a quem ama quando há necessidade.

No caso do povo de Israel na época de Oséias, Deus o fez por intermédio da invasão assíria. Essa disciplina do Senhor foi uma demonstração de amor pelo povo infiel. Isso é o que o Cristo ressurreto nos ensina em Apocalipse 3.19:

Apocalipse 3.19
Eu repreendo e disciplino a todos quantos amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te.

Se ele disciplinou Israel, é porque o amava, apesar da sua infidelidade. O amor de Deus é eterno e longânimo, mas não tolera o pecado. Portanto, em vez de servir de desculpa para o pecado e a impiedade, o amor eterno de Deus deve servir de incentivo para nossa santificação e comunhão com ele.

Além do amor para com as suas criaturas, a Palavra de Deus fala de uma demonstração de amor entre as pessoas da Trindade. Pode-se assim dizer que Deus ama a si próprio.

A Escritura fala do amor do Pai pelo Filho (Jo 3.35; 10.17; 15.9,10), e afirma que esse amor existe desde antes da fundação do mundo (17.23, 24, 26). Ela também registra sobre o amor do Filho pelo Pai (Jo 14.31) e o amor do Espírito Santo (Rm 15.30).

III. O amor que age

Estamos muito acostumados a definir o amor como um sentimento, ao invés de uma qualidade ou uma atitude de uma pessoa em relação à outra. Isso provoca um grave desvio em nossa compreensão do amor de Deus.

O sentimento de amor pode ficar guardado e não se manifestar. Isso é muito comum entre os adolescentes. Comumente uma pessoa fica tomada de sentimentos de afeição por outra, sem que a pessoa por quem se nutre os sentimentos, sequer saiba da existência deles.

Há pessoas que têm um forte “sentimento de amor” por outra, mas não manifestam esse amor de maneira prática, através de atitudes concretas. Isso acontece quando concebemos o amor como um sentimento contemplativo e nada mais.

O amor de Deus não é assim. Ele não é um mero sentimento, mas uma qualidade divina. O amor de Deus age em favor da pessoa amada, demonstrando sua existência e sua importância de maneira prática. A Escritura diz que...

João 3.16
Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Repare que Deus amou e deu (agiu). Ele não ficou apenas contemplando amorosamente sua criação enquanto ela se perdia em seus próprios caminhos de pecado e impiedade.

Seu amor o levou a agir de forma benéfica para com aqueles a quem ele amou, dando seu Filho amado para salvá-los. Ele amou e deu seu Filho para morrer em lugar daqueles que ele amou.

Assim também deve ser o amor que Deus nos ensina a nutrir pelo próximo. O amor que Deus exige dos crentes é um amor que reflita o amor de Deus. Portanto, ele deve ser mais que mero sentimentalismo.

O amor cristão também deve ser um amor que age. Assim como o amor de Deus se manifestou através de atitudes concretas, o amor que ele exige de nós é uma atitude que o cristão deve ter em relação a Deus e à sua criação.

O aspecto prático do amor cristão é mostrado nas ações que esse amor deve produzir em favor do próximo. João fala de modo muito claro sobre isso:

1 João 3.16-18
Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a vida por nós; e devemos dar a vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.

Além disso, a generosidade do amor de Deus é tão grande que ele não apenas age em favor daqueles a quem ama, mas vai à procura deles, tomando a iniciativa de demonstrar o seu amor.

Isso aconteceu, por exemplo, quando Adão e Eva cometeram seu primeiro pecado, ainda no jardim do Éden. Em vez de se preocuparem em restaurar sua comunhão com Deus, eles procuraram solucionar as consequências temporais do pecado fazendo cintas para cobrir sua nudez, colocando um fim na vergonha que estavam sentindo.

A iniciativa da restauração não partiu deles, mas do próprio Deus, que, caminhando pelo jardim, perguntou: Onde estás? (Gn 3.9). O mesmo ensino é visto em Lucas 15, nas três parábolas contadas por Jesus.

Na parábola da ovelha perdida, o pastor vai à procura da ovelha que se perdeu (Lc 15.3-7); na parábola da dracma perdida, a mulher procura a moeda perdida (Lc 15.8-10); e na parábola do filho pródigo, o filho volta para casa para ser um dos trabalhadores de seu pai, buscando assim, solucionar o problema de sua fome.

Mas o pai toma a iniciativa de ir ao encontro dele e trata-lhe com a dignidade de filho. Essas parábolas mostram que Deus vai em busca daqueles a quem ama, tomando a iniciativa de encontrar o perdido e salvá-lo.

Esse desprendimento que caracteriza o amor de Deus, a ponto de vir em busca do pecador e o alcançar, também deve fazer parte do amor cristão. O cristão tem o dever de tomar a iniciativa de demonstrar amor pelo próximo, mesmo quando isso é muito difícil e não lhe traz prazer. Isso é ensinado por Jesus:

Mateus 5.44, 46
Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem... Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?

IV. O amor soberano

No exercício de seu amor, Deus não é influenciado por nada a não ser por sua própria natureza. Assim como Deus é soberano, seu amor também é soberano. Isso significa que:

Deus decide QUANDO demonstrar amor

O tempo está debaixo do controle soberano de Deus. Ele o dispôs de forma que há tempo para tudo debaixo do céu (Ec 3.1-8), até mesmo para a demonstração de seu amor. A demonstração maior do amor de Deus por nós foi o envio de Jesus Cristo, o que aconteceu na plenitude do tempo (Gl 4.4).

Deus decide COMO demonstrar amor

Assim como a sabedoria e a graça de Deus são multiformes (Ef 3.10; 1Pe 4.10), as manifestações de seu amor também são. Em Marcos 8.22-26, lemos o relato da cura do cego de Betsaida. Nesse caso ele aplicou saliva aos olhos do cego por duas vezes, e este recuperou sua visão gradativamente.

Em Marcos 10.46-52, lemos o relato da cura um cego de Jericó, que foi curado imediata e instantaneamente. Nos dois casos Jesus demonstrou seu amor realizando a cura da cegueira. No entanto, ele fez isso de formas diferentes. Ele é livre para agir assim.

Deus decide POR QUEM demonstrar amor

Já vimos que não há nada no ser humano que possa obrigar ou mesmo motivar Deus a amá-lo. Portanto, ele não é obrigado a amar ninguém. Sendo assim, Deus exerce seu amor de acordo com sua soberana vontade.

Esse é o ensino que encontramos em Romanos 9.11-13. Ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela:

Romanos 9.12-13
O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém, me aborreci de Esaú.

Conclusão

A motivação de Deus para nos conceder a salvação e lidar conosco de forma tão bondosa e generosa é unicamente o seu amor. Suas atitudes benéficas em prol de suas criaturas, principalmente em prol de seus filhos são motivadas por seu eterno amor.

O amor de Deus é soberano e, por isso, é demonstrado quando, como e a quem ele quer. No caso da pregação do evangelho em solo brasileiro, aprouve a Deus que a pregação fiel de sua palavra, ao povo e na língua do povo para levar brasileiros à salvação tivesse início com a chegada do primeiro missionário, em 1859.

O amor de Deus, ao longo da história do Presbiterianismo e do evangelho no Brasil, tem alcançado todos os tipos de pessoas, sem distinção de raça, cor, credo, condição social e etc. Louvado seja Deus!

Aplicação

Você já se deu conta de que faz parte de uma história vitoriosa e abençoada de pregação do evangelho e isso é fruto grande amor de Deus por você?

Você foi alcançado pelo amor de Deus, que busca o pecador. Esse agiu em seu favor, concedendo-lhe a salvação.

Agora você tem a responsabilidade de demonstrar ou refletir o amor de Deus por outras pessoas, anunciando-lhes a salvação e demonstrando por elas um interesse legítimo, suprindo suas necessidades.

Autor: Vagner Barbosa


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3. O Mistério Revelado: Como conhecer um Deus infinito sendo uma pessoa finita – Estudo Bíblico sobre a Revelação de Deus

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5. Alívio para os Aflitos: O segredo para receber o favor de Deus na sua dor – Estudo Bíblico sobre a Misericórdia de Deus

6. O Presente que Você Não Merece: Como a graça divina reescreve sua história – Estudo Bíblico sobre a Graça de Deus

7. A Força Mais Poderosa do Universo: Descubra as 3 verdades sobre o amor que age – Estudo Bíblico sobre o Amor de Deus

8. O Padrão Inegociável: Por que a santidade de Deus é a sua maior segurança – Estudo Bíblico sobre a Santidade de Deus

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