Em nossa última reflexão apontamos três aspectos tratados pela Bíblia a respeito de Satanás e seus demônios. Segundo ela, tais seres são opositores de Deus e suas ações, e seu poder é limitado. Hoje daremos continuidade a essa temática, demonstrando os estágios de sua ação:
1. No Antigo Testamento.
A palavra “demônio” não ocorre frequentemente no Antigo Testamento. Isso, contudo, não significa que esses seres não atuassem nesse período. Os israelitas pecaram, servindo a outros deuses. Estes deuses eram identificados como demônios em textos tais como Dt 32.16-17 e Sl 106.35-37.
Conforme o objetivo de Satanás, que é destruir a criação de Deus, o culto pagão põe em prática tal objetivo, uma vez que era caracterizado por práticas de destruição e imoralidade, tais como o sacrifício de crianças (Sl 106.35-37), a autoflagelação (1Rs 18.28; cf Dt 14.1) e a prostituição cultual (Dt 23.17, 1 Rs 14.24; Os 4.14).
2. No ministério de Jesus.
Durante anos os homens não obtiveram triunfo sobre as forças demoníacas. Os exorcismos praticados eram municiados por uma lista de aparatos tais como líquidos e fórmulas de orações. Jesus, por sua vez, expulsava demônios com autoridade e eficácia que jamais haviam sido vistos.
Craig Evans comenta: “Sua capacidade para expulsar demônios não envolvia magia ou embuste, mas era operada pelo dedo de Deus” (Lc. 11.20). Isso causava a admiração nas pessoas (Mc 1.27). A expulsão de demônios feita por Cristo indicava o colapso do reino de Satanás.
O mesmo autor complementa, dizendo: “O governo de Deus e governo de Satanás não podem coexistir pacificamente. O avanço de um significa a retirada do outro”.
3. Na era da nova aliança.
A autoridade sobre os demônios não se limitou apenas a Cristo. Ele a concedeu, primeiramente, aos doze (Mt 10.38, Mc 3.15), e depois aos setenta discípulos (Lc 10.17). Mais tarde se estendeu aos membros da igreja primitiva (At 8.7; 16.18; Tg 4.17; 1 Pe 5.8-9). Esses fatos se harmonizam com a ideia de que o ministério em nome de Cristo triunfa sobre os poderes do Diabo (1 Jo 3.8)
Conclusão
Satanás e os demônios estão presentes em todas as eras descritas pela Bíblia. No AT, são cultuados como deuses. No ministério de Cristo, o reino das trevas entra em colapso. Na era da nova aliança, sua degeneração continua, pelo ministério exercido em seu Nome.
Por Carlos Souza
Índice
01 - A criação dos anjos, seus nomes e tipos02 - Hierarquia, nomes e presença
03 - Número de anjos, "anjo da guarda" e elos entre si
04 - Seu poder; a identidade do Anjo do Senhor; quando foram criados
05 - Sua função pedagógica
06 - Sua ação e nossa postura
07 - Os cuidados a serem tomados quando falamos de anjos
08 - A origem dos demônios e de Satanás
09 - A oposição, ação e poder dos demônios
10 - A presença dos demônios nas diferentes eras
11 - A atividade dos demônios, o pecado e a possessão
12 - A postura do cristão em relação aos demônios