Vença o Materialismo: 3 revelações chocantes sobre riqueza, vaidade e a verdadeira bênção de Deus – Estudo Bíblico sobre Materialismo

Eclesiastes 5:9 a 6:12

Introdução

“Dinheiro na mão é vendaval” - diz uma canção popular brasileira, apontando os riscos da riqueza. Ela pode destruir pessoas e pode desaparecer tão inesperadamente quanto foi acumulada.

A mesma canção, porém, também diz: “dinheiro na mão é solução” - e revela a ambiguidade com que, em nossa cultura, tratamos a questão do dinheiro, já que ele é necessário para a sobrevivência e o bem-estar.

O texto de Eclesiastes oferece uma profunda reflexão sobre o dinheiro e as riquezas. Ser rico pode ser bênção de Deus (5.18), mas, também pode não ser bênção, sendo apenas vaidade (5.11-16; 6.1,2,9).

A diferença de ênfase entre as afirmações de que a riqueza é “vaidade” (nove vezes), contra apenas uma vez afirmando que ela é bênção, já deveria alertar-nos sobre como interpretar esse difícil texto bíblico. Uma coisa, porém, é absolutamente certa, clara, nesse texto: ter ou não ter riquezas, tudo é “dom de Deus”; ou seja, Deus é o Senhor de toda a vida humana (5.18-20).

Para melhor entender esse texto, é necessário perceber sua estrutura. Como é o caso em muitos textos bíblicos, essa passagem tem uma organização chamada quiasmo (vem do nome da letra grega khi - χ - cuja forma é semelhante à de nossa letra xis - X).

A estrutura quiástica revela uma forma de escrever diferente da comum, em que um texto tem começo, meio e fim, sempre progredindo. 

A forma quiástica de texto trabalha a partir da repetição de temas; e a parte mais importante do texto não está no fim, mas no centro. Vejamos como o texto está organizado. 

Repare que a ordem quiástica faz repetir os temas, conforme indicado pelas letras que se repetem:

  • A Insuficiência das riquezas (5.9-11);
    • B A pequena duração da vida humana (5.12-16);
      • C A bênção de Deus (5.17-20);
      • C' Negação da bênção de Deus (6.1,2);
    • B' A infelicidade da vida humana (6.3-6);
  • A' Insuficiência do esforço e da sabedoria humanos (6.7-9).

1. Em que consiste a bênção de Deus? (5.17-20; 6.1,2)

Vamos iniciar nossa reflexão pela parte mais importante do texto. Observe que os dois parágrafos do texto estão em contraste. O primeiro mostra o que é a bênção de Deus; o segundo, mostra a sua ausência, a sua negação.

A bênção divina na vida humana é poder “comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol.” (5.18, cf. 5.19; 2.24s; 3.12s; 3.22; 8.15; 9.7-9). Vemos claramente aqui que a bênção consiste em poder desfrutar o resultado do próprio trabalho.

Este é o critério para o valor do dinheiro e da riqueza: só são legítimos se forem conseguidos pelo trabalho da pessoa (família). 

A riqueza conseguida de forma injusta, sem trabalho, não é digna, não pode ser considerada parte da bênção de Deus, ainda que - em última análise - também seja dom de Deus (6.2); mas é dom sem bênção!

Para o autor de Eclesiastes, Deus é o Senhor de todas as coisas, o autor de todas as coisas, ou seja, nada acontece no mundo sem que Deus, mesmo não a realizando diretamente, não seja Senhor. 

Por exemplo, o pecado não é causado por Deus; mas o fato de que o ser humano peca, não nega a soberania de Deus. 

A morte não é dom de Deus, é consequência do pecado; mas, ela também não nega a soberania de Deus. Diante da morte de alguém, dizemos: “o Senhor o levou”. 

Mesmo que saibamos que a morte é o castigo do pecado, nós mesmos falamos dela como um ato de Deus. Assim também deve ser entendido esse texto de Eclesiastes. 

Riqueza e pobreza, saúde ou doença, qualquer coisa e todas as coisas da vida, são dom de Deus - no sentido de que Deus é o Senhor de todas as coisas -, embora muito do que aconteça em nossas vidas seja consequência de nossos próprios atos - pecaminosos ou não.

A bênção de Deus, portanto, não pode ser identificada com os dons de Deus, em Eclesiastes 5.9 a 6.12. Tudo na vida é dom de Deus, mas nem tudo é bênção! 

Tudo na vida humana acontece debaixo do senhorio divino, mas nem tudo é bênção para nós! A bênção de Deus, segundo esse texto de Eclesiastes, está ligada à justiça na vida humana. 

Deus abençoa quem pratica a justiça: ou seja, a riqueza, ou a não riqueza, é bênção para quem “se afadigou debaixo do sol”, para quem trabalhou honestamente e não explorou ou oprimiu o próximo. É isso que Eclesiastes 5.8 nos ensina claramente.

Trabalhar e usufruir o fruto do trabalho são dons e bênçãos de Deus, na medida em que são feitos com integridade, justiça e sem opressão.

2. A vaidade da vida e o culto a Mamon (5.9-16; 6.3-9)

Mamon é o termo utilizado para se referir à riqueza e bens materiais (Lc 16.13; Mt 6.19-21, 24).

Os demais parágrafos do texto de Eclesiastes mostram a vida com riqueza, mas sem bênção divina. Releia atentamente esses parágrafos, e compare-os com Mateus 6.19 a 24 e I Timóteo 6.6 a 10.

Através desses textos bíblicos, Deus quer nos ensinar que a busca da riqueza é um mal. Enriquecer é acumular bens e posses. Mas, por que a ânsia em acumular? Porque acumular é fruto do pecado humano! 

Por que acumular? Porque acumular é o oposto da vida abençoada, que consiste em repartir com os demais aquilo que temos. 

Por que acumular? Porque não confiamos em Deus para nos sustentar (somos diferentes dos lírios e dos pássaros - Mt 6.25-34). 

Por que acumular? Porque Mamon, e não o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, é o nosso deus. Por que acumular? Porque amamos ao dinheiro mais do que a Deus e ao próximo.

Tanto a acumulação pessoal quanto a coletiva é mal que provoca inúmeras injustiças na vida humana. 

O sistema econômico capitalista tem sido extremamente eficiente em produzir e acumular riquezas, mas completamente ineficaz quando se trata de distribuir de forma justa essas riquezas. Poucos possuem quase tudo; e, muitos, quase nada. Vivemos em um país rico, mas injusto. 

Os dons de Deus para o Brasil são imensos, mas a bênção de Deus é barrada diariamente pela injustiça das pessoas que acumulam, que adoram Mamon, que não sabem que “mais bem-aventurado é dar que receber”! (At 20.35).

3. A ilusão das riquezas e a vida abençoada

O que aconteceu com Eclesiastes 6.10 a 12? Esse parágrafo não faz parte da estrutura quiástica do texto. Ele é um parágrafo independente, mas que serve de conclusão ao texto que começa em 5.9. Leia e releia esse parágrafo. 

Qual é a sua grande lição? Mostrar que a vida humana é efêmera, ou seja, dura muito pouco e é muito frágil; e só tem valor quando é vivida debaixo da soberania de Deus (cf. Tg 4.14,15).

Na linguagem do autor de Eclesiastes, a vida humana é cheia de vaidade; é vazia e sem sentido, porque Deus é esquecido. 

Quem sabe o que é bom para a vida humana? Quem tem controle sobre o futuro? (v.12) Somente Deus, o Senhor de toda a criação. Por que acumular? Porque falta confiança em Deus. Quem nele crê e a ele se submete, não acumula. Não precisa acumular; pode repartir, pode abençoar.

Dinheiro na mão é vendaval quando é conseguido e usado em obediência a Mamon. Mas é solução quando é conseguido e usado em obediência a Deus.

Bênção de Deus é poder amar o próximo; e amor verdadeiro se mostra com verdadeira partilha de nossos bens: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (I Jo 3.16-18).

Para pensar

  1. Sua atitude em relação ao dinheiro e bens materiais corresponde à vontade de Deus, ou é baseada na visão mundana?
  2. Em que consiste, verdadeiramente, ser feliz nesta vida?
  3. Riqueza ou pobreza define se uma pessoa é abenervada ou não? Por quê?

Autor: Carlos Oliveira Orlandi Jr.



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