Vença a Ganância: 3 lições surpreendentes para escapar da armadilha do ter – Estudo Bíblico sobre Ganância

Provérbios 11:24-28
24 – Há quem dê generosamente e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar e acabam na miséria.
25 – O generoso prosperará; quem ajuda os outros, também será ajudado.
26 – O povo amaldiçoa quem retém o trigo, mas abençoa quem o vende.
27 – Quem busca o bem, encontra favor; mas quem procura o mal, este o apanhará.
28 – Quem confia em suas riquezas, cairá; mas os justos florescerão como a folhagem verdejante.

Introdução

Enquanto acontecia a guerra entre uma facção criminosa e a polícia, em São Paulo, pessoas entre o tiroteio se aglomeravam em uma fila de casa lotérica para apostar no prêmio acumulado em 39 milhões de reais.

Entre a morte e a possibilidade (remota) de ganhar muito dinheiro, a vida parece ter perdido o sentido. O desejo de ficar rico, por meios fáceis e instantâneos, leva algumas pessoas a abdicarem da proteção à própria vida. E a pergunta que se faz, em face disso é: por que esse comportamento?

No mundo em que vivemos, você só é alguém se tiver dinheiro. Dinheiro é tudo para alguns; é a própria vida. As propagandas enaltecem aqueles que tem o poder de compra, e insuflam a felicidade e o sucesso daqueles que têm recursos. 

A ganância explora no coração do homem submerso em uma cultura sem Deus, a ideia de que é preciso ter cada vez mais recursos materiais. O ter é sinal não apenas de poder e status, mas, também de segurança. Existem aqueles que já são possuidores de fartos recursos, mas não se dão por satisfeitos. 

Exploram pessoas, trapaceiam, jogam tudo no desesperado afã de acumular mais. Em um mundo cujos valores são materiais, ambição financeira e ganância tornaram-se sinônimas de virtude! Ao contrário dessa realidade, Paulo, escrevendo a Timóteo, alerta contra o perigo desse desejo (I Tm 6.9).

A intenção do presente estudo é refletir sobre esse tema que nos é tão próximo, e perceber, à luz da realidade bíblica de Provérbios, caminhos de resistência à ganância. 

No livro de Provérbios, o sábio faz uma séria reflexão sobre a conduta humana. Para ele, muita coisa na vida do homem vem pelas influências do ambiente. Ele afirma: “Se os maus tentam seduzi-lo, não ceda!” (Pv 1.10 - NVIT).

O homem não é mau por causa do ambiente apenas; ele traz, também, dentro de si, o germe do pecado que faz com que as influências sejam altamente perniciosas. 

A sociedade na qual cada cristão está inserido exerce suas influências próprias de um mundo sem Deus e sem qualquer noção dos valores bíblicos. E, como resultado das influências desse mundo, estão a ganância e o desejo de enriquecer a qualquer custo (Pv 1.11-13).

A realidade descrita pelo sábio pode ser vista nas manchetes dos dias atuais: crimes do colarinho branco, desvio de verbas para contas particulares, corrupção, subornos, e até crimes que acabam beneficiando economicamente seus infratores. 

A busca pela riqueza tem levado o homem secular à loucura! Nunca se viu tamanha banalização da vida, como atualmente.

Na busca do enriquecimento a todo custo, percebe-se até a criação das chamadas “igrejas da prosperidade”, cuja finalidade é apresentar, numa versão evangélica, o discurso em prol da ganância, do sucesso econômico e da prosperidade material.

Jesus abordou por diversas vezes a temática do dinheiro, das ambições e da ganância humana. No Sermão da Montanha, ele apresenta advertências ante as investidas dessas vãs filosofias (Mt 6.19-21, 24).

O Dr. John Stott, comentando Mateus 6, no livro Contracultura Cristã (ABU Editora), afirma: “É importante examinar os versos 31 a 33 juntos. O versículo 31 repete a proibição contra a ansiedade pelo alimento, pela bebida e pela roupa. 

O verso 32 acrescenta: Os gentios é que procuram todas estas cousas. Isto mostra que, no vocabulário de Jesus, procurar e ficar nervoso são intercambiáveis. Ele não está falando tanto de ansiedade, mas de ambição. A ambição dos pagãos está focalizada nas necessidades materiais. 

Mas, isto, de maneira alguma pode acontecer com os cristãos, em parte porque vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas, mas, principalmente, porque estas coisas não constituem objetivo digno da busca do cristão”.

Tópicos para Reflexão

Reaprender e vivenciar os valores do reino de Deus, é a forma mais eficaz de se combater a ganância que está implantada como filosofia principal de nossa sociedade. 

Qualquer outra alternativa que despreze os valores do reino, será ineficaz no combate à ganância. Por isso, é necessário considerar, à luz da Bíblia, as seguintes questões:

1. “Pessoas” versus “Coisas”

Algo muito comum na sociedade atual, na busca desenfreada por riquezas e acúmulo de bens, é a inversão de valores. As pessoas valem menos que as coisas. 

Em alguns casos, as pessoas são apenas trampolins para se alcançar as coisas. Para muitos, o importante não é quem você é, ou o que faz, mas quanto você tem.

Em I Reis 21.1-16, lemos que Acabe desejava adquirir a vinha de Nabote, que era seu vizinho. Nabote todavia, recusou-se a vendê-la. 

O rei, chateado, compartilhou com Jezabel, sua esposa, seu desalento. Jezabel não pensou duas vezes: arrumou falsas testemunhas contra Nabote. Toda a família dele foi apedrejada e ela conseguiu a vinha para Acabe.

Adquirir, não importando os meios, é o padrão desse mundo terreno. Primeiro, vem o desejo de possuir bens e coisas materiais; depois, as pessoas. 

Essa inversão é observada em diferentes níveis. Ela acontece dentro de casa, nos relacionamentos profissionais, e se projeta em escalas maiores, cada vez mais, a ponto de personificar coisas e “coisificar” pessoas.

2. “Terreno” versus “Espiritual”

As preocupações que dominam a mente das pessoas, no dia a dia, são quase que exclusivamente terrenas. Tiago diz que tais preocupações são malignas: “Atendei agora, vós que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos e teremos lucros... Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna" (Tg 4.13-16).

Jesus declara, onde estiver o teu coração, aí está o seu tesouro. O tesouro de muita gente está nas coisas carnais, terrenas, passageiras e efêmeras. 

Há pessoas que se dizem crentes e que se deleitam em suas ambições e aquisições materiais. Todavia, são incapazes de regozijarem-se com a conversão de uma pessoa e com o crescimento da igreja. São tão preocupadas com as coisas terrenas, que nada fazem e nem investem nas questões espirituais. 

A essas pessoas Jesus advertiu, comparando-as a um homem que teve uma grande colheita e a si mesmo disse: “Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma: e o que tens preparado, para quem será?" (Lc 12.19).

O apóstolo Paulo afirma que devemos pensar em algo mais nobre (Fp 4.8; Cl 3.1-3).

3. “Próximo” versus “Si mesmo”

O mundo atual é dominado pela ideologia do individualismo e do egocentrismo. O acúmulo de bens, de forma desordenada e gananciosa, está diretamente relacionado a esse fator. 

Não importa o outro. O que importa é o meu sucesso. Não importa se o empregado tem contas a pagar, se tem família para alimentar. 

Alguns patrões chegam a atrasar propositalmente os salários. Novamente, Tiago faz esta confrontação: “Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, e que por vós foi retido com fraude, está clamando: e os clamores dos ceifeiros penetram até os ouvidos do Senhor dos Exércitos. Tendes vivido regaladamente sobre a terra. Tendes vivido nos prazeres. Tendes engordado os vossos corações, em dia de matança" (Tg 5.4,5).

Jesus alertou quanto à necessidade do amor ao próximo: “Amarás o senhor teu Deus de todo o teu coração... e ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37,38). Ao ser questionado sobre quem era o próximo, Jesus contou a parábola do Bom Samaritano, evidenciando a preocupação do sacerdote apenas consigo, a indiferença do levita, e também o amor altruísta do samaritano (Lc 10.25-37).

No mundo atual não tem havido disposição para se cuidar do próximo, como fez o homem da parábola, que até dos seus recursos usou para cuidar do caído e ferido (Lc 10.25-37).

É importante refletirmos que, como sal da terra e luz do mundo, devemos apresentar um estilo de vida diferenciado nesse mundo que jaz no maligno, demonstrando amor ao próximo. Os valores do reino precisam fazer diferença em nossas vidas para que façamos diferença no mundo!

Conselho para a Vida

Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33).

Autor: Carlos Oliveira Orlandi Jr.




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