Vença a Insensatez: 4 maneiras definitivas de lidar com a tolice e proteger sua sabedoria – Estudo Bíblico sobre Insensatez


Provérbios 26:1-12

Introdução

É interessante observar que, no livro que aborda com muita propriedade a sabedoria, existem inúmeras referências à falta de sabedoria, ou seja, a insensatez

Percebe-se que o escritor utiliza a forma de contraste, a fim de ressaltar o valor e a importância da sabedoria. Esse recurso é muito utilizado pelos grandes mestres que, quando desejam falar sobre um determinado assunto, apresentam a sua forma inversa.

Mas, o que vem a ser insensatez? Insensatez quer dizer falta de senso ou de razão; demência, loucura, tolice; falta de juízo e bom senso.

O biblista Derek Kidner mostra que, em Provérbios, há três palavras diferentes para “insensato”, conforme a língua original (hebraico):

A primeira é kesil - Ocorre quase 50 vezes e é a mais comum. Significa aquele que é estúpido e obstinado. 

Refere-se ao indivíduo que não tem ideia alguma da procura paciente pela sabedoria: não possui a concentração para isso (17.10, 16, 24; 15.2; 13.16; 26.7-9). Na sociedade, o insensato se constitui numa ameaça. Ele rejeita o temor do Senhor (1.32) e gosta da sua estultícia (14.8; 26.11);

A segunda é ewil - Ocorre cerca de 19 vezes. Sugere estupidez e teimosia. É o birrento, que não se deixa refrear (20.3; 12.16). Não tem senso de proporção (27.3; 29.9). Sua frase famosa é: “Os loucos zombam do pecado” (14.9);

A terceira é nabal - Ocorre apenas 3 vezes. Refere-se ao indivíduo grosseiro, de mente fechada para Deus (17.7; 30.22, 32).

Realmente, à luz dessas definições, percebe-se que o caminho da insensatez é perigoso e tremendamente prejudicial. Ele deve ser evitado, para que se viva com sabedoria.

É preciso ver um pouco mais sobre a insensatez, como se deve tratá-la, e as suas funestas consequências. Esse é um tema extremamente relevante para os dias atuais, visto que a insensatez tem determinado o comportamento de muitas pessoas, inclusive formadores de opinião.

Lições para a Vida

1. A insensatez e a sua caracterização

Através de alguns provérbios e outros textos bíblicos, é possível caracterizar a insensatez, entendendo-a a partir das atitudes dos que a praticam. Essas são apenas algumas das marcas do indivíduo insensato, mas a lista é bem maior. Quem é o insensato?

  • É causador de problemas - “Quem manda um tolo dar um recado está procurando problemas...” (v.6);
  • É sem caráter, ou seja, sem força, sem credibilidade - “Um provérbio citado por um tolo tem tanto valor como as pernas de um aleijado.” (v.7). O reformador J. Knox parafraseou esse versículo da seguinte maneira: “Dando-se licença para falar ao tolo, é tudo perna bonita mas nada de andar.”;
  • Não é digno de honra - “Elogiar um tolo é o mesmo que amarrar a pedra no estilingue.” (v.8);
  • É ingênuo para perceber a verdade - “...é como o bêbado tentando tirar um espinho da mão.” (v.9). Ele não percebe as verdades agudas dos ensinos do Senhor;
  • Prejudica o próximo - “O patrão que contrata qualquer tolo que lhe pede emprego acaba prejudicando todos.” (v.10);
  • É incrédulo - “Os tolos pensam assim: Deus não existe.” (Sl 14.1; 53.1);
  • Não pratica a Palavra - “Quem ouve esses meus ensinamentos e não lhes obedece é como um homem sem juízo que construiu a sua casa sobre a areia.” (Mt 7.26);
  • É louco - “...queria saber por que a maldade e a falta de juízo são loucura.” (Ec 7.25);
  • É causador de tristezas e amarguras - “O filho sem juízo é tristeza para o seu pai e amargura para a sua mãe.” (17.25; 10.1);
  • É ignorante no agir - “O homem sensato sempre pensa antes de agir, mas o tolo anuncia a sua ignorância.” (13.16).

2. A insensatez e os seus resultados

O caminho da insensatez é de morte, de destruição. Quase sempre, quando se fala em vida sem juízo, repleta de tolice e impregnada de insensatez, o fim é trágico. Se não houver mudança e genuína conversão, muitos chegarão a essa triste realidade.

Os insensatos estão em nosso meio, dentro das igrejas, como crentes falsos, joio no meio do trigo. Eles acabam promovendo um estrago grande, pois sua boca está repleta de bobagens, de palavras cruéis e desanimadoras (15.2-4).

Esse fim trágico é enfocado em vários versículos:

  • ...quem não tem cuidado com o que diz acaba na desgraça.” (10.8);
  • A falta de juízo é o que faz a pessoa cair na desgraça...” (19.3);
  • Um filho sem juízo pode levar o pai à desgraça...” (19.13);
  • Quem não tem juízo será sempre escravo de quem é sábio.” (11.29);
  • Quem anda com os tolos acabará mal.” (13.20);
  • O tolo orgulhoso sofre por causa das coisas que diz.” (14.3).

Vale a pena mencionar, aqui, o ensino do Mestre, no final do seu Sermão da Montanha, quando fez referência ao sábio e ao insensato. 

Ele afirma que a casa construída pelo insensato sobre a areia foi completamente destruída diante das chuvas, ventos e tempestades. A insensatez, com certeza, leva à destruição (Mt 7.27).

3. A convivência com o insensato

Nos versículos 4 e 5 do capítulo 26, o sábio instrui, com muita propriedade, sobre a maneira correta de se conviver com o insensato. É preciso aprender com essa sabedoria, pois a cada instante é possível cruzar com pessoas que agem de forma insensata:

  • Não se deve igualar ao insensato - “Quem dá uma resposta séria a uma pergunta tola é tão tolo como quem a fez.” (v.4). É necessário que exista discernimento, a fim de conhecer quando se está diante de uma pessoa insensata. De forma alguma se deve igualar a ela, o que seria uma forma de valorizá-la. O ensino da sabedoria é que “o tolo não se interessa em aprender, mas só em dar as suas opiniões.” (18.2). Por isso, a postura de um cristão deve ser de superioridade diante de qualquer forma de insensatez. Em outras palavras, o insensato não merece crédito;
  • Não se deve nutrir um falso conceito no próprio insensato - “Responda ao tolo de acordo com a tolice dele para que ele não fique pensando que é sábio.” (v.5). Quem tenta elevar o nível do tolo, acaba lhe dando oportunidade de nutrir uma esperança falsa de sabedoria. Interessante é que o sábio diz: “o tolo pensa que sempre está certo.” (12.15). A insensatez não deve ser valorizada, pois, se isso ocorrer, o insensato terá um conceito errôneo de si mesmo. Em outras palavras, o insensato não merece que se gaste tempo com a sua insensatez. O ensino é este: “Mesmo que você batesse num tolo até quase matá-lo, ainda assim ele continuaria tão tolo como antes.” (27.22).

Finalizando, a recomendação do sábio é que não se deve compactuar, ou valorizar os insensatos, dando-lhes respostas às suas palavras repletas de tolice. 

É preciso que eles sejam desmascarados, para que não venham a se considerar sábios. 

Ainda, nesse mesmo sentido, o sábio recomenda afastar-se das pessoas sem juízo, deixando a companhia dos tolos, pois os seus planos são pecaminosos (14.7; 9.6; 24.9). 

Assim sendo, uma vida de sabedoria, a partir do temor do Senhor, é o caminho que o cristão deve trilhar. Deste modo é o ensino bíblico: “Não seja sem juízo como o cavalo ou a mula, que precisam ser guiados com cabresto e rédeas para que obedeçam.” (Sl 32.9).

É preciso saber conviver com o insensato, procurando, como cristão, se possível, ajudá-lo a superar o mal da insensatez.

Para pensar

  1. Que atitudes, verificadas em muitas pessoas hoje, revelam insensatez?
  2. Por que não se deve dar crédito aos insensatos?
  3. Você crê na recuperação dos insensatos? Justifique.


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