Vença a Mentira: 3 lições essencias para uma vida cristã autêntica – Estudo Bíblico sobre Mentira

Colossenses 3:5-11
5 – Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão, má concupiscência e a avareza, que é idolatria;
6 – Por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
7 – Nas quais também, noutro tempo, andastes, quando vivíeis nelas.
8 – Agora, porém, despojai-vos também de tudo isto: ira, cólera, malícia, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.
9 – Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos,
10 – E vos revestistes do novo, que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
11 – Onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.

Introdução

  • Será que é necessário dizer a verdade em qualquer situação?
  • A retenção da verdade é, necessariamente, uma mentira?

O filósofo Aristóteles distingue duas espécies fundamentais de mentira: “jactância, que consiste em exagerar a verdade; e a ironia, que consiste em diminuí-la. Nestes dois casos não se trata de simples mentira, mas de vícios mais graves”.

Conforme os dicionários, mentira é engano, impostura, fraude, falsidade, erro, ilusão, juízo falso, fábula, ficção etc. Mentir é contar ao próximo aquilo que se sabe ser falso, como sendo verdadeiro. É interessante lembrar que há, no calendário popular, o “Dia da Mentira”: 01 de abril.

O pior é que a mentira faz parte do cotidiano de muitas pessoas, de uma forma até costumeira ou inconsciente, tornando-se um costume ou um hábito negativo, gerando sérios prejuízos.

Breve Análise do Texto

Paulo, dirigindo-se aos cristãos de Colossos, que estavam ameaçados por ensinos errôneos difundidos pelos falsos mestres (Cl 2.16-23), apresenta verdades de suma importância, em forma de mandamentos, dentre as quais encontra-se esta: "Não mintais uns aos outros” (v. 9). 

Esta recomendação está inserida no contexto do "novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (v. 10). 

O apóstolo realça, neste trecho bíblico, uma série de imperativos relativos à conduta cristã, convocando cada um a demonstrar, na prática, que o cristão está morto para o pecado e vivo para Deus. 

O desejo e as orientações paulinas dizem respeito àqueles que haviam se convertido do paganismo e que, agora, deveriam revelar uma nova vida, colocando em prática aquela profissão de fé no ato da conversão (Cl 2.13). 

É nesse sentido que ele fala sobre "fazer morrer a natureza terrena", "se despojar” e “se despir do velho homem com os seus feitos”, pois agora a vida não é mais como “noutro tempo" (vv. 8,9). 

Na língua original, a ideia paulina refere-se ao ato de despir e ao ato de vestir. Isso porque os cristãos são convocados a demonstrar que “não pertencem mais ao “reino das trevas”, mas sim, que foram “transportados para o reino do Filho" (Cl 1.13). 

Trata-se do grande desafio de renunciar a vida antiga, ou seja, abrir mão dos velhos hábitos e viver o agora, de modo novo. Nesse contexto, ele menciona, de modo inicial, o mandamento: “Não mintais”.

Esse mandamento, que ocorre também em Efésios 4.25, é o assunto central deste estudo, o qual tem como objetivo mostrar que o cristão, que é nova criatura, precisa ter uma postura diferente, eliminando qualquer tipo de mentira em sua vida, revelando-se uma pessoa comprometida com a verdade.

Tópicos para Reflexão

1. Tipos de mentira

Olhando para a própria Bíblia, verificamos a menção de alguns tipos de mentira, os quais são obstáculos que precisam ser transpostos:

  • Falsas acusações contra o próximo (Pv 6.16-19; Mt 5.11);
  • “Mentirinhas”, ou meia verdade (At 5.3,4);
  • Enfeitar ou exagerar a verdade (Pv 30.6);
  • Gabar-se de atitudes que, na realidade, não foram executadas (Pv 25.14);
  • Desculpar o pecado praticado (Pv 17.15);
  • Brincadeiras enganadoras e que prejudicam o próximo (Pv 26.18,19);
  • Deixar de cumprir as promessas feitas a Deus e ao próximo (Ec 5.4-6; Tg 5.12);
  • Inversão da verdade divina (Rm 1.25).

Entretanto, aqui é necessário focalizar alguns casos bíblicos onde a mentira parece justificada, apesar de tudo. 

Este é um assunto de difícil compreensão, mas que precisa ser mencionado num estudo como este: no caso de Abrão, quanto a Sara ser sua irmã (Gn 12.20); no caso de Raabe, para proteger os espias de Israel (Js 2.3-6); e no caso das parteiras do Egito, visando proteger as crianças dos hebreus (Êx 1.15-22). Estes são alguns tipos especiais de mentira, considerados como exceções à regra. 

Mas, como afirmou D. W. Gill: “essas são mentiras aparentemente justificáveis pelo motivo de salvar vidas e defender os interesses nacionais” (Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, Vol. II). 

Esses casos especiais não servem de regra geral, mas precisam ser citados, pois estão relatados na Palavra, que é um livro verdadeiro e autêntico. Ninguém deve usar esses exemplos para justificar o hábito de mentir.

É preciso ser vigilante nesta área, pois uma mentira sempre leva a outras mentiras, isso para que se encubra a primeira. Porém, seja qual for o tipo de mentira, ela deve ser enquadrada neste mandamento: “Não mintais”.

2. Prejuízos da mentira

São vários os prejuízos que a mentira provoca, e aquele que profere mentiras não escapa deles (Pv 19.5). Torna-se impossível mencionar todos eles, mas é preciso destacar os seguintes:

2.1. Prejudica o relacionamento com Deus

Deus é verdadeiro e abomina a mentira, pois ele é a própria verdade (Jo 17.3). Ele não pode mentir (Hb 6.18). A Bíblia afirma que Jesus é a verdade (Jo 14.6) e que o Espírito Santo é o “Espírito da verdade” (Jo 16.13). 

Portanto, quando a mentira prevalece, o relacionamento com Deus fica prejudicado. O profeta Isaías disse que os pecados fazem separação entre as pessoas e Deus (Is 59.2,3). É impossível relacionar-se bem com Deus, usando de mentira.

2.2. Dificulta o relacionamento com o próximo

A mentira possui a faculdade de colocar as pessoas em situação conflituosa. Ela promove inimizades, contendas e separações. Muitos relacionamentos interpessoais estão quebrados por causa da mentira (Pv 25.18; 26.18,19,28). 

A mentira provoca a perda da confiança mútua, prejudicando o bom relacionamento com o próximo. Isso ocorre entre muitas pessoas, que chegam até a dizer: “Agora eu não confio mais em ninguém. Eu não confio mais em você”. 

Conforme o comentarista Ralph R. Martin, “a mentira leva ao rompimento da comunhão cristã, porque engendra a suspeita e a desconfiança, e assim destrói a vida em comum no corpo de Cristo, mediante a qual somos membros uns dos outros”.

2.3. Destrói o próprio mentiroso

Com certeza, o prejuízo mais drástico que a mentira causa é a morte. Isso está claríssimo no episódio bíblico de Ananias e Safira

Este era um casal, até certo ponto bem intencionado. Mas, devido à prática da mentira, ele tombou morto aos pés de Pedro (At 5.1-11). A palavra profética de Oséias apresenta um povo rebelde, corrupto e mentiroso, e, por causa disto, ele declara: a “terra está de luto" (Os 4.1-3).

Quantos tentam adquirir riquezas utilizando a mentira como sua arma principal! Mas a Bíblia diz que isso é laço mortal (Pv 21.6). Aqui está a seriedade deste delito, levando à morte e ao castigo final (Ap 21.8; 22.15).

Realmente, a mentira não pode ser tolerada dentro da comunidade cristã.

3. A verdade no lugar da mentira

O ensino central deste estudo reside aqui, pois a vontade de Deus, os princípios bíblicos e aquilo que promove a felicidade entre o povo de Deus, é que a verdade reine absoluta. 

O sábio Salomão disse que os lábios mentirosos, são abomináveis ao Senhor (Pv 6.16-19; 12.22). Paulo oferece o seu exemplo pessoal, declarando: “Não minto” (Gl 1.20). Jesus disse, com clareza, que a palavra do cristão é esta: “sim, sim; não, não" (Mt 5.37). 

É bom lembrar que a recomendação paulina quanto ao perfil de um oficial de igreja tem muito a ver com uma vida íntegra, verdadeira e sem falsidade; ele diz que os diáconos devem ser “de uma só palavra” (I Tm 3.8).

Fica evidente que toda pessoa que se chama pelo nome de cristão possui o dever de refletir a natureza e o caráter do Deus que é verdadeiro, e não a imagem de Satanás, o enganador e o pai da mentira (Jo 8.44). Deus escolhe cada um para ser semelhante à imagem do seu Filho (Rm 8.29).

Quando a mentira dá lugar à verdade, é possível perceber:

  • Paz com Deus, com os outros e consigo mesmo;
  • União, amor e alegria na igreja;
  • Pleno funcionamento do Corpo de Cristo;
  • Autoridade e capacitação para se pregar o evangelho ao mundo;
  • Progresso humano e a preservação da vida.

Finalmente, não se pode esquecer que é impossível se esconder de Deus. Ele sabe e ouve tudo o que se fala. Por isso, mais cedo ou mais tarde, a mentira será descoberta (Pv 12.19).

Para pensar

  1. Você tem cumprido a recomendação de Colossenses 3.9, contribuindo, assim, com o bem-estar de sua comunidade?
  2. Você já enfrentou alguma situação em que teve dificuldade para falar a verdade? Como você reagiu? A sua atitude foi correta?

Autor: Anderson Sathler




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