Vença o Desespero na Doença: 4 Segredos Bíblicos Para Lidar com a realidade da doença – Estudo Bíblico

Tiago 4:13-15
13 - Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros.
14 - Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.
15 - Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.

Introdução

O corpo humano é um organismo notável. Ele é composto de bilhões de células, inúmeros elementos químicos, centenas de músculos, quilômetros de vasos sanguíneos e uma variedade de órgãos.

O corpo humano pode crescer, curar-se a si mesmo, lutar contra a doença, adaptar-se a mudanças de temperatura, reagir ao estímulo do ambiente e sobreviver a numerosos abusos físicos.

Quando temos saúde, geralmente não nos preocupamos com o corpo. Porém, quando ficamos doentes, especialmente quando a doença é mais séria, penosa, ou de longa duração, nós somos forçados a reconhecer as nossas limitações.

De fato, como diz o texto bíblico, somos apenas uma “neblina que aparece por instante e logo se dissipa”.

Observe que a doença é mais do que falta de saúde. Trata-se de uma expressão de nossas limitações físicas, emocionais e espirituais. Ela é uma indicação clara de que somos seres humanos, habitando num corpo destinado a morrer.

Como podemos enfrentar a doença? É isso que vamos falar resumidamente hoje.

1. A doença é um problema universal

Salmos 90:10
10 - Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.

A doença está em toda parte: Europa, Ásia, América; em países quentes ou frios, nações civilizadas ou tribos selvagens - homens, mulheres e crianças adoecem e morrem.

Existem doenças em todas as classes. E a graça de Deus não mantém os crentes fora do alcance dela. A riqueza não pode comprar isenção dela. A graduação não pode prevenir contra a doença.

Nada que o homem seja capaz de fazer poderá evitar a doença. A média de duração de uma vida pode ser prolongada por algum tempo. Mas mesmo assim, apesar de aparentemente “adiada” a morte vem de qualquer forma.

Aplicação

Os adeptos da Teologia da Prosperidade acreditam que crente não fica doente. Mas o fato é que eles também ficam doentes e acabam morrendo. A doença é um problema que atinge a todos.

2. A doença traz consigo uma série de dificuldades

Salomão descreve bem esse desgaste e limitação do corpo humano ao avançar dos anos.

Eclesiastes 12:1-7 (NTLH)
1 - Lembre do seu Criador enquanto você ainda é jovem, antes que venham os dias maus e cheguem os anos em que você dirá: “Não tenho mais prazer na vida.”
2 - Lembre dele antes que chegue o tempo em que você achará que a luz do sol, da lua e das estrelas perdeu o seu brilho e que as nuvens de chuva nunca vão embora.
3 - Então os seus braços, que sempre o defenderam, começarão a tremer, e as suas pernas, que agora são fortes, ficarão fracas. Os seus dentes cairão, e sobrarão tão poucos, que você não conseguirá mastigar a sua comida. A sua vista ficará tão fraca, que você não poderá mais ver as coisas claramente.
4 - Você ficará surdo e não poderá ouvir o barulho da rua. Você quase não conseguirá ouvir o moinho moendo ou a música tocando. E levantará cedo, quando os passarinhos começam a cantar.
5 - Então você terá medo de lugares altos, e até caminhar será perigoso. Os seus cabelos ficarão brancos, e você perderá o gosto pelas coisas. Nós estaremos caminhando para o nosso último descanso; e, quando isso acontecer, haverá gente chorando por nossa causa nas ruas.
6 - A vida vai se acabar como uma lamparina de ouro cai e quebra, quando a sua corrente de prata se arrebenta, ou como um pote de barro se despedaça quando a corda do poço se parte.
7 - Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu.

Vamos enumerar algumas dificuldades que a doença traz:

1) A influência da dor

A dor influencia as nossas emoções. Cada pessoa reage de maneira diferente à dor: alguns ficam irritados, outros impacientes e outros até toleram bem. Mas em geral, conviver com a dor física não é algo fácil.

2) Sentimento de desesperança

Não é fácil ficar doente especialmente quando nossa rotina é interrompida, quando não compreendemos o que está errado com o nosso corpo ou não sabemos quando ou se iremos sarar. É normal vir então aquele sentimento de desesperança.

3) Integridade ameaçada

Quando damos a entrada em um hospital, percebemos que não somos tão fortes quanto acreditávamos. E depois que um paciente dá entrada em um hospital é esperado que ele obedeça passivamente dezenas de ordens. Suas atividades não dependem mais de seus caprichos e desejos.

Quando somos internados precisamos nos conformar ao sistema hospitalar. É nos dito quando temos que dormir, quando acordar, quando comer, quando ir ao banheiro. Em suma, somos tratados como crianças.

4) Medo de estranhos

Quando ficamos doentes, as circunstâncias fazem com que coloquemos nossas vidas e nossos corpos nas mãos de pessoas estranhas, com quem talvez não tenhamos qualquer laço pessoal e cuja competência às vezes não podemos julgar.

5) Ansiedade pela separação

A doença nos separa de amigos e da rotina costumeira. Durante a hospitalização ficamos separados das pessoas e das coisas que nos são familiares, no momento em que precisamos delas.

6) Medo de perder o amor e aprovação

A doença ou ferimento podem nos deixar fisicamente deformados, nos obrigar a rever nossas atividades e nos tornar dependentes de outras pessoas. Isso mexe com a autoestima e traz também um medo de não ser mais amado ou respeitado. Idosos que acabam ficando os últimos anos de vida na cama reclamam muito disso, de ter que depender de outras pessoas.

7) Medo de perder o controle

É muito ameaçador experimentar uma perda temporária de nossa força física, agilidade mental, controle dos intestinos ou bexiga, controle dos membros ou fala, ou a capacidade de dominar nossas emoções. Pode ser ainda mais ameaçador saber que essas coisas podem ocorrer quando estamos em exposição semi pública num quarto de hospital.

8) Medo de expor e perder partes do corpo

É ameaçador quando uma parte do nosso corpo pode estar prejudicada, tem de ser operada ou mesmo removida.

9) A culpa e o medo do castigo

A doença ou acidentes levam muitas vezes a pessoa a pensar que seu sofrimento possa ser um castigo por pecados ou faltas cometidos no passado.

10) A presença de reações na família

Quando a pessoa fica doente a família é afetada. As mudanças na rotina, problemas financeiros, dificuldades em organizar as visitas ao hospital – tudo isso cria dificuldades que acabam cansando, irritando e elevando a ansiedade.

3. Como enfrentar a doença

1) Desenvolva uma perspectiva bíblica

A Bíblia ensina que a doença faz parte da vida. O pecado é a causa original de toda doença, moléstia, dor e sofrimento que prevalecem na terra.

Tudo isso faz parte da maldição que veio ao mundo quando Adão e Eva comeram do fruto proibido e caíram. Não haveria doença se não tivesse ocorrido a queda. Não haveria doença se não houvesse pecado.

Romanos 5:12
12 - Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

A doença faz parte da vida. E há muitas páginas da Bíblia que mencionam pessoas que enfrentaram doenças.

No Antigo Testamento, lembre-se de:

  • Miriã teve lepra – Números 12.10-15
  • Naamã teve lepra – 2 Reis 5.10-14
  • Jó também foi afligido na sua saúde com febre e úlceras – Jó 2.7

No Novo Testamento lembre-se do:

  • Paralítico de Betesda – João 5.1-9
  • O homem da mão ressequida – Mateus 12.9-13
  • O criado do centurião – Mateus 8.5-13
  • Mulher que sofria de uma hemorragia – Mateus 9.20-22

Estas são apenas algumas das inúmeras referências bíblicas que mostram que a doença faz parte da vida neste mundo.

Em segundo lugar, doença, pecado e fé não são coisas necessariamente relacionadas

Tem gente que liga doença a um pecado específico que cometeu ou um castigo que esteja recebendo. Mas é necessário ter sabedoria antes de interpretar as coisas desse modo porque nem sempre a coisa está relacionada desta forma.

Quando Jó perdeu a sua família, bens e saúde, seus amigos tentaram argumentar que isso tudo era resultado do pecado. Jó descobriu, porém, que a doença nem sempre resulta do pecado do indivíduo. Jesus ensina isso em João 9.

João 9:2-3
2 - Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
3 - Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.

Por outro lado, existem algumas ocasiões em que o pecado pessoal e a doença têm relação. Por exemplo, uma pessoa que pega uma doença venérea ou até mesmo AIDS por manter relações sexuais ilícitas. A doença nesse caso é fruto direto de um pecado.

Agora na questão da fé, é interessante notar também a variedade de casos. Algumas pessoas na Bíblia foram curadas por causa da sua fé. A mulher com hemorragia é um bom exemplo.

Mateus 9:20-21
20 - E eis que certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia, chegou por detrás dele e tocou-lhe a orla do manto;
21 - porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar-lhe o manto, ficarei sã.

Outras pessoas foram curadas pela fé de outros. Vários pais procuraram Jesus, por exemplo, e falaram de seus filhos doentes, sendo estes curados.

Marcos 9:20-27
20 - Então lho trouxeram; e quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o convulsionou; e o endemoninhado, caindo por terra, revolvia-se espumando.
21 - E perguntou Jesus ao pai dele: Há quanto tempo sucede-lhe isto? Respondeu ele: Desde a infância;
22 - e muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.
23 - Ao que lhe disse Jesus: Se podes! - tudo é possível ao que crê.
24 - Imediatamente o pai do menino, clamando, [com lágrimas] disse: Creio! Ajuda a minha incredulidade.
25 - E Jesus, vendo que a multidão, correndo, se aglomerava, repreendeu o espírito imundo, dizendo: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e nunca mais entres nele.
26 - E ele, gritando, e agitando-o muito, saiu; e ficou o menino como morto, de modo que a maior parte dizia: Morreu.
27 - Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu; e ele ficou em pé.

Mas temos ainda outra ocasião. No Jardim do Getsêmani, a orelha de um servo foi curada embora ninguém tivesse fé, além de Jesus. Em contraste, vemos Paulo, um homem de grande fé em Cristo, mas cujo “espinho na carne” nunca foi tirado. Outros ainda não tiveram fé e não foram curados.

Mateus 13:58
58 - E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

Aplicação

Com base nesses exemplos, fica bastante evidente que a doença não é necessariamente um sinal do pecado ou manifestação de falta fé.

A Bíblia não apoia os cristãos que afirmam que os doentes estão fora da vontade de Deus ou lhes falta a fé. 

Deus jamais prometeu curar todas as nossas doenças nesta vida e é tanto incorreto como cruel ensinar que a saúde instantânea sempre virá para aqueles que possuem uma “fé forte”.

2) Use de todos os recursos da medicina

Pesquisando na internet sobre este assunto, achei dois depoimentos interessantes. São moças que tinham AIDS e foram orientadas em suas igrejas a largarem os medicamentos.

Cristina Costa e Silva, evangélica da Assembleia de Deus do Recife e seguiu à risca as palavras de um pastor, que pregava – e continua pregando – que só Jesus cura. Suspendeu o tratamento com os anti-retrovirais e quase morreu.

Ela percebeu que a fé, somente, não poderia curá-la da infecção pelo HIV. “Não quero deixar de ser evangélica, mas quero uma igreja saudável. Jesus cura sim, mas os remédios ajudam e muito”.

O avanço na medicina como nas demais áreas da vida é uma bênção. Não podemos menosprezar tratamentos, jogar fora remédios ou evitar médicos.

Na Parábola do Bom Samaritano, o óleo e o vinho são usados para amolecer e esterilizar as feridas.

Lucas 10:34
34 - E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.

Por isso entendemos que a medicação é um instrumento de Deus. A medicação tem que ser compreendida como uma resposta às orações, uma resposta divina para melhorar a qualidade de vida na terra.

3) Alimente a esperança

A esperança é a base de nossa fé cristã. Trata-se mais do que o desejo de que Deus opere um milagre. É a confiança de que Deus, que está vivo e é soberano, controla também todas as coisas e podemos esperar que realize aquilo que, em última análise, é melhor para nós.

Romanos 8:28
28 - Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

O cristão deve ter sempre esperança no conhecimento de que o Deus cheio de amor, o soberano do universo, se interessa por ele tanto agora como na eternidade. E mesmo diante de uma doença grave e fatal, o cristão reconhece que a morte não é o fim da vida.

4) Esteja preparado

Há um ditado que diz que o crente deve sempre estar preparado para duas coisas: para pregar e para morrer.

O fato de existirem doenças e de Deus permiti-las na humanidade, é uma advertência para que nós vivamos preparados.

a) Preparado para encontrar com Deus

Uma das principais obrigações que a prevalência da doença impõe ao homem é a de viver constantemente preparado para encontrar-se com Deus. 

A morte é a porta pela qual todos teremos que passar para o julgamento. O julgamento será o dia em que, finalmente, veremos a Deus face a face.

b) Preparado para suportar

Outra importante obrigação que a doença nos impõe é a de vivermos constantemente prontos para suportá-la com paciência.

c) Preparados para ajudar

Diante da realidade da doença, deve ser constante nossa prontidão para ajudar os enfermos. A doença nunca está muito distante de nós. Sempre há alguém na família ou na comunidade que enfrenta uma doença. 

Neste mundo tão cheio de doença, devemos "levar as cargas uns dos outros", "e sermos benignos uns com os outros" (Gálatas 6.2; Efésios 4.32). E é recebendo este apoio e ajuda que muitos entregam suas vidas a Jesus.

Conclusão

Para concluir, o psicólogo cristão Gary Collins, autor do livro Aconselhamento Cristão, o qual baseei parte deste estudo, afirma o seguinte:

A doença é vista frequentemente como algo prejudicial e negativo, mas não é necessário que seja assim. A doença pode diminuir nosso ritmo de atividades, obrigar-nos a enfrentar as nossas limitações, dar-nos uma perspectiva mais clara da vida e da eternidade, e ensinar-nos mais plenamente sobre o amor e o perdão de Deus.

"A doença," escreveu um capelão do hospital, "muitas vezes transforma-se na oportunidade que muitos precisam a fim de deixar de correr o suficiente para descobrir uma vida mais feliz e proveitosa. Há ocasiões em que o indivíduo necessita ficar doente para melhorar, pelo menos emocional e espiritualmente, caso não fisicamente."

Tal atitude nos ajuda a ver a doença sob uma luz mais significativa.


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