Isaías 40:31
31 - Mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.
Introdução
A águia é uma ave que ama a liberdade. Ela tem intimidade com as alturas.
A águia não sabe viver em cativeiro. Não consegue viver em gaiolas. Não sobrevive enjaulada nos zoológicos.
Ela morre, mas não permanece cativa. A águia não aceita outra condição para a sua vida que não seja a liberdade.
Este é um princípio tremendo para nós.
Os que esperam no Senhor são como a águia, ensina Isaías 40.31. E, estendendo esta metáfora, nós também fomos chamados para a liberdade.
Gálatas 5:1
1 - Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.
João 8:36
36 - Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
Com base neste princípio, vamos abordar hoje um aspecto importante de nossa vida cristã.
Pois, se Deus nos libertou, por que vivemos nós ainda presos e escravizados a certos sentimentos, certos pecados e comportamentos?
Quando deixamos certas coisas nos escravizarem, nossa vida com Deus ficará prejudicada.
Ficaremos insensíveis, haverá dentro de nós um sentimento constante de derrota, culpa, e viveremos nosso cristianismo de uma maneira medíocre, apática, sem diferença ou impacto para quem convive com a gente.
Então como podemos vencer estas coisas que nos escravizam? Como podemos vencer o cativeiro?
Há centenas de coisas que podem nos prender, nos limitar. Mas eu quero em razão do nosso tempo abordar três áreas das quais não podemos viver cativos.
Como podemos vencer o cativeiro?
1. O cristão não pode viver cativo da omissão
2 Timóteo 4:1-2
1 - Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
2 - prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.
Nós estamos vivendo tempos difíceis, de muito sofrimento ao redor, muitas pessoas passando problemas.
Mas tempos assim abrem oportunidades para a pregação do evangelho, pois o evangelho continua o mesmo: é a boa notícia da salvação para um mundo sem esperança, sem Deus.
Quem, hoje em dia, que não está passando por algum tipo de dificuldade? Quem, hoje em dia, que não está passando por um dia em que está desanimado, abatido?
- As oportunidades de falar do evangelho estão ao redor. Mas a gente está aproveitando e se colocando como instrumentos de Deus?
O conselho de Paulo ao jovem pastor Timóteo foi exatamente esse.
Se colocar como instrumento de Deus e ser usado em qualquer circunstância. Pois o Deus que deu essa tarefa é o Deus que vai julgar as nossas obras.
Aplicação
Há crentes que são agentes secretos de Jesus.
Não se identificam como embaixadores do Rei. Sua vida é tão insípida e tão inexpressiva que ninguém nota que eles são de Jesus, se é que são.
- Vivem calados, quando se trata de falar de Jesus. São destemidos para falar de futebol. São ágeis para discursar sobre a moda.
- Defendem políticos como se fossem fanáticos de uma seita defendendo seu líder. Brigam e perdem a compostura ao falar de política.
- Conversam com desenvoltura sobre os filmes de sucesso. Conhecem os atores famosos; têm destreza em conversar sobre os grandes temas da atualidade.
Mas não abrem a boca para falar de Jesus. Têm medo. Se acovardam. São cativos da omissão!
A igreja de Deus não pode ser um exército em silêncio. Evangelho é proclamação de boas-novas. A fé vem pelo ouvir. Não podemos guardar esse tesouro apenas para nós.
- E você, tem sido omisso, crente secreto? Ou tem aproveitado as oportunidades de falar do amor de Deus para as pessoas que estão ao seu redor?
O cristão não pode viver cativo da omissão.
2. O cristão não pode viver cativo do pecado
Você se lembra do capítulo 11 de Hebreus? Ali temos a lista dos heróis da fé.
São pessoas que perderam tudo nesta vida e a única coisa que puderam se agarrar foi a fé em Deus e em suas promessas.
Mas veja o que o autor fala aos seus leitores no capítulo 12.
Hebreus 12:4
4 - Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue
Aqueles leitores eram judeus que haviam se convertido ao cristianismo. E nesse processo, sofreram alguma perseguição.
As propriedades de muitos deles tinham sido confiscadas. Muitos tinham sido aprisionados.
Outros tinham sido ridicularizados e zombados. Entre eles muitos foram excluídos da comunidade religiosa judaica, sendo classificados como hereges.
Mas, apesar de tudo isso, eles ainda não tinham sofrido uma perseguição cruel.
Nenhum deles tinha sido espancado ou martirizado. A perseguição que sofriam não tinha ainda assumido proporções radicais, como aquela que os heróis da fé suportaram no capítulo 11.
Por isso eles não poderiam desanimar. Afinal, eles não haviam ainda resistido até o sangue.
Hebreus 12:4
4 - Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue
O soldado no meio da batalha sabe que tem que persistir na luta mesmo que esteja em certo momento sujo de seu próprio sangue.
Assim também o atleta que luta, pode ver o seu sangue cair no ringue, mas se levanta e não desiste.
Esses lutam e resistem até o sangue.
Mas aqueles crentes ainda não tinham chegado nesse ponto na luta contra o pecado. Mas já estavam desanimando?
Não, não deveriam desanimar.
- Afinal, a vida não tem o propósito de ser fácil. Até porque a gente não ora para que a vida fique mais fácil. Nossa oração é para que Deus nos faça mais fortes.
- Não existe vitória sem luta. Não há prêmio sem agonia.
É isso que este texto está tratando. O pecado é nosso inimigo e não iremos vencê-lo sem luta e ajuda de Deus!
O verdadeiro cristão, pois, é aquele que resiste o pecado.
Temos muitos exemplos bíblicos de pessoas que, com ajuda de Deus, resistiram o pecado em situações críticas!
- Daniel arriscou sua vida ao decidir não participar das iguarias do rei. Seus amigos preferiram ir para a fogueira do que ser infiéis a Deus.
Será que hoje há crente com essa postura diante das iguarias que o mundo oferece?
Será que preferem ir para a fogueira da perseguição e opressão do que serem infiéis a Deus?
- José do Egito preferiu ser preso, mas com a consciência limpa, do que compactuar com o pecado.
- Estevão preferiu ser apedrejado a recuar no seu testemunho fiel.
Por estes exemplos vemos pessoas que resistiram até o fim na luta contra o pecado.
Aplicação
É triste ver hoje tantas pessoas que frequentam a igreja, são alunos da Escola Dominical, estudam a Bíblia, mas ainda vivem no cativeiro do pecado.
- Há tantas pessoas escravas dos vícios, escravas do dinheiro, escravas das seduções que o mundo oferece;
É escandaloso ver como vivem muitas pessoas que se dizem crentes não aparentam nenhuma diferença em relação aos que não conhecem a Deus.
Elas mentem do mesmo jeito, buscam vantagens fáceis nos negócios e não resistem às propostas de corrupção.
Todos nós somos falhos e temos fraquezas. Mas nós somos chamados a lutar contra o pecado.
Todavia o que temos visto é que muitos cristãos se entregam ao pecado de braços abertos.
Se dizem crentes. Frequentam a Igreja, mas estão cativos. Estão na jaula do adversário.
Não viva cativo do pecado. Não permita que nada domine sua vida, a não ser o evangelho transformador de Jesus!
Quem está em Cristo é nova criatura, ou então não está em Cristo. Se somos de Jesus, devemos andar como Jesus andou.
1 João 2:6
6 - aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.
1 João 3:9
9 - Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
- E você, tem algum pecado que tem escravizado sua vida? Você tem resistido com a ajuda de Deus? Ou você já se entregou como escravo desse pecado?
Não foi para isso que Jesus lhe libertou. Jesus te libertou para ser livre. Não viva cativo do pecado!
3. O cristão não deve viver cativo com medo do diabo
1 Pedro 5:8
8 - Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.
O diabo é o inimigo de Deus e inimigo de todo cristão.
E o problema, apesar de ser limitado, é um inimigo mais forte que nós. Ele é invisível, ele é astuto, ele arma ciladas e situações para que os filhos de Deus tropecem e caiam em pecado.
Ele e seus demônios com certeza sabem os pontos fracos de cada um de nós e trabalham dia e noite para nos derrubar.
Isso é fato, é bíblico.
Mas o problema é quando essa realidade, que deveria colocar em nós um sentimento de sobriedade e vigilância como diz 1 Pedro 5.8, ao invés disso, enche o coração de muitos com medo e obsessão.
Fobia e obsessão
Sim, há crentes que vivem roendo as unhas, tremendo, assustados, com medo do diabo. Sentem-se acuados.
Perdem a alegria da comunhão com Deus de tantas preocupações com o diabo: “O que o diabo está fazendo? Onde ele está? O que estará tramando?”
Deixam de aproveitar e ter prazer nas verdades do evangelho, porque vivem com uma fobia, com um medo, que lhes rouba toda alegria de viver assentados com Cristo nas regiões celestiais.
Isso também é culpa de certas igrejas, que infelizmente falam mais no diabo do que em Jesus. Atribuem a Satanás quase tudo o que acontece.
Tentam roubar de Deus sua providência, sua soberania, seus gestos de juízos e disciplina e até de cuidado, e fazem do diabo o protagonista de quase tudo.
E aí começa a obsessão.
Tem gente que vê demônios em cada esquina, em cada canto da casa. Uma dor de cabeça que pode ser resolvida com uma aspirina, mas para essas pessoas é culpa do diabo.
O pneu de um carro que fura no trânsito, é o diabo. O bolo queimou, é o diabo.
Se o sujeito bebe – é o “espírito da bebida”, sendo que a Bíblia não fala de espírito de bebida, mas fala da bebida como “obra da carne”, ou seja, fraqueza humana mesmo.
Gálatas 5:19-21
19 - Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem;
20 - idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções
21 - e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes...
Não só a bebida é obra da carne, mas a prostituição, imoralidade, ciúme, inveja, alcoolismo, glutonaria, ira, idolatria e vários outros.
Tenho também dificuldade para enxergar o tal “espírito de suicídio” em homens consagrados como Moisés (Números 11.14-15), Elias (1 Reis 19.3.4), Jonas (Jonas 4.3), Jó (Jó 17.1) – olhos para estes textos e para estes homens e não vejo demônio, vejo gente que está profundamente deprimida.
Infelizmente o fascínio pela guerra espiritual trouxe consigo o desequilíbrio teológico, o sensacionalismo e uma avalanche de revelações extra e antibíblicas.
Isso se deve muito a literatura que os crentes estão tendo acesso.
Tem um livro antigo chamado “Este Mundo Tenebroso”, de Frank Perreti, que deveria ser lido como ficção, mas para muitos parece que foi lido como teologia.
Começou-se a expulsar demônios de crentes, fazer orações de renúncias, sessões de cura interior a exemplo do antigo movimento G12, e ensinar uma série enorme de demônios bíblicos que jamais poderia ser encontrada na Bíblia.
Já o autor Peter Wagner, no livro Oração de Guerra, vem falar dos espíritos territoriais controlam as cidades. Ele fala o nome, a quantidade e como se organizam.
E se a gente pudesse saber disso, o que mudaria na sua vida, me diga? Edificaria você?
- Que os demônios se organizam, são metódicos e há uma hierarquia entre eles – isso é óbvio.
Mas saber os detalhes disso, que nem a Bíblia trata, o que edificaria você? O que mudaria na sua vida?
Aliás, você ainda não percebeu que a Bíblia não trata de certas coisas pelo simples motivo que elas não são tão importantes?
Se o fato de saber detalhadamente como funciona o inferno e como os demônios trabalham fosse importante, a Bíblia tinha ido a fundo.
Mas esse não é o foco. O foco é Deus! O centro da vida do crente é Deus. É por isso que o principal assunto da Bíblia é Deus!
Outros autores chegam afirmar que o crente pode ficar endemoninhado.
Em suma, o que muitos tentam construir é uma teologia amplamente especulativa, baseada em achismos e experiências pessoais, até mesmo no ocultismo, mas nunca embasada na Bíblia.
É claro que os demônios se aproveitam das brechas que lhe são dadas, mas não adianta ficar colocando a culpa neles o tempo todo e nos eximir da nossa responsabilidade.
O que a Bíblia diz
A Bíblia diz que nós não recebemos espírito de medo:
2 Timóteo 1:7
7 - Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.
A Bíblia em lugar nenhum nos manda temer o diabo, mas resistir a ele.
O diabo é astuto, mas SÓ Jesus é Todo-Poderoso. O diabo não tem autoridade nem no inferno. As chaves da morte e do inferno estão nas mãos de Jesus e não nas mãos do diabo.
Apocalipse 1:17-18
17 - Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último
18 - e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.
Se estamos com Jesus, somos mais do que vencedores. Se estamos com Jesus, podemos todas as coisas. Jesus se manifestou para destruir as obras do diabo.
1 João 3:8
8 - Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.
Jesus já triunfou sobre o diabo e seus demônios na cruz. Humilhou todos eles como um rei que volta vitorioso da batalha, levando-os prisioneiros no seu desfile de vitória, como ensina Colossenses 2.14,15.
Jesus é o mais valente e o mais forte que venceu o diabo, despojou-o, tirou-lhe a armadura em que confiava e dividiu-lhe os despojos, conforme Lucas 11.22.
Agora recebemos autoridade sobre o diabo e seus demônios, de acordo com Lucas 9.1.
Não precisamos temê-los, mas devemos expulsá-los pelo poder do nome de Jesus – Marcos 16.17, sabendo que em breve Satanás será esmagado debaixo dos pés.
Romanos 16:20
20 - E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco.
- Então meu irmão, concentre-se em Deus, nas coisas de Deus, na vida com Deus. No louvor, na Palavra, na oração. Deus quer ele seja o centro de sua vida!
O Diabo é como uma pedra no caminho. Se aparecer, você tira e continua andando. Mas lembre-se que há coisas muito mais belas para olhar no caminho do que pedras.
O cristão não deve viver cativo com medo do diabo.
Conclusão
Precisamos entender que a liberdade em Cristo é completa.
Temos de sair não só da omissão, como do cativeiro do pecado, cativeiro do medo do diabo.
Mas agora pense. O que está escravizando sua vida? O que está afastando você de Deus? Nós vamos agora orar por isso, e pedir que Deus o liberte.
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