Introdução
Cresce sobremaneira o interesse em prolongar a vida. Em curto espaço de tempo, melhorou-se substancialmente a condição e a média de vida das pessoas.
A saúde humana ocupa o espaço dos jornais, revistas e programas de TV. Pesquisas e novas descobertas são desenvolvidas para preservar a saúde da geração “sarada”, sadia e bonita que curte bem a vida.
Gente que pratica esportes radicais, que consome alimentos naturais, que bebe energéticos, que defende a natureza...
Mas, e a cabeça, como vai?
Entre os saudáveis há muita gente doente da alma, fazendo somente a manutenção do corpo. Ouvem de tudo, mas não filtram quase nada. São os que consomem ideologias, mas não processam. Lutam pela vida, mas caminham para a morte.
Em contrapartida, outros vivem excelente estado de saúde mental, mas não têm saúde física.
Encontram-se trancafiados em seu trabalho ou desfrutando do conforto de seus lares, consumindo gorduras, aumentando o colesterol; não praticam exercício físico, nem cultivam vida social ou qualquer atividade recreativa.
Torna-se por demais necessário o resgate da máxima latina: “mente sã, corpo são”.
Numa versão cristã deveríamos dizer: “corpo são, mente sã, espírito são”. Eis a grande necessidade para a nossa saúde: a busca de equilíbrio entre o corpo, a mente e o espírito.
Hoje, dispomos de muitas informações. Mas, ainda não rompemos com a comodidade, dispostos a voltar ao paraíso perdido.
No meio evangélico é possível encontrar fanáticos que chegam a dizer que as doenças são sinal de pecado na vida do doente. E há, também, os que valorizam a alma e esquecem do corpo. Hoje é possível distinguir as doenças:
- Doenças naturais: as denominadas doenças congênitas, doenças por contaminação, doenças por desnutrição (pessoas mal alimentadas e desnutridas adoecem com facilidade);
- Doenças psicossomáticas: que se relacionam com a natureza física e a emocional. No Manual de Psiquiatria, os autores Henry Ey, P. Berbardo e C. Brisset relacionam as seguintes doenças físicas/psicológicas que nos afetam:
a. Doenças psicossomáticas do aparelho digestivo - (anorexia, bulimia, náusea, vômito, cólica e diarreia) como respostas a uma situação traumática e estressada;
b. Doenças psicossomáticas do aparelho respiratório - (tosse, perturbações de linguagem, falta de ar e respiração ofegante);
c. Doenças psicossomáticas do aparelho cardiovascular - taquicardia e hipo ou hipertensões arteriais passageiras;
d. Doenças psicossomáticas do aparelho locomotor - tensão muscular, câimbras, tremores e arrepios;
e. Doenças psicossomáticas do aparelho cutâneo - alergias, reações vasomotoras (palidez, rubor, sudorese) e horripiladoras (o medo).
Ao mencionar diferentes tipos de enfermidades, não pretendemos abordar o assunto na perspectiva médica ou científica, mas sim despertar os cristãos para que aprendam a glorificar a Deus através da busca da saúde integral.
Deus deseja o melhor para os seus filhos. Pessoas mais saudáveis tornam-se instrumentos úteis ao reino de Deus.
Para se buscar a sanidade física e mental convém considerar as seguintes sugestões:1. Compreender que as doenças são parte de nossa vida
Primeiramente, convém mencionar que, na perspectiva bíblica, todos os seres humanos estão sujeitos a enfermidades.
Homens de Deus contraíram enfermidades e sofreram dores de toda sorte. Alguns conviveram com problemas físicos. Outros sofreram problemas de saúde de origem emocional.
Para exemplificar, mencionamos as seguintes experiências registradas na Bíblia:
- A doença física de Jó era de procedência permissiva da parte de Deus e foi curada pelo próprio Deus (Jó 1 e 2): Ele perdeu a saúde física, mas não perdeu sua saúde mental e psíquica.
- As dores de Davi eram de origem pecaminosa (pecados guardados), com sintomas que afetavam todo o seu organismo (Salmo 38): dores nos ossos, ferimentos com cicatrizações demoradas, dores lombares e taquicardia.
- A doença de Paulo (Gl 4.13-15) era de origem física natural e não espiritual, porém, explorada pelo inimigo para lançar dúvidas ou desestruturar o apóstolo em suas fraquezas. Deus não o curou, pois o tratava sob a sua graça evitando a exaltação ou soberba pessoal.
- As frequentes enfermidades de Timóteo procediam de sua natureza humana debilitada: problemas estomacais (I Tm 5.23).
Vezes sem conta, pessoas desorientadas vinculam as enfermidades com a existência de pecado. A luta em favor da saúde é interminável e, nesta vida, jamais venceremos todas as doenças.
Elas confirmam a nossa limitação, somos seres carentes da graça de Deus. As doenças nos assustam, nos amedrontam. Sabemos que só temos uma vida para viver e queremos vivê-la intensamente.
2. Utilizar os recursos científicos como instrumentos de Deus para a nossa saúde
Ensina a Bíblia que “todo boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17).
O cristão deve agradecer a Deus o avanço da ciência e os recursos disponíveis para o seu bem-estar. Mesmo sem admitir, os profissionais da saúde são instrumentos do Senhor.
Para o psiquiatra cristão Fábio Damasceno:
toda ciência, todo conhecimento real e toda verdade procedem de Deus. As verdades nunca são contrárias entre si, não se contradizem. Elas se somam, se acrescentam e se complementam, quer sejam verdades físicas, biológicas e psicológicas, quer sejam verdades espirituais.
Acrescenta o Bispo Robinson Cavalcanti:
Esse avanço científico está no coração de Deus, como parte de sua revelação natural, pois nos permite um maior e um melhor conhecimento da própria criação.
São bem-vindos os recursos dos médicos, terapeutas, psicólogos, químicos, farmacêuticos, técnicos e demais especialistas que buscam a saúde física e mental dos humanos, agindo com ética, profissionalismo, responsabilidade, comprometidos com a qualidade de vida humana.
Por isto, toda enfermidade deve ser diagnosticada, tratada e acompanhada por profissionais competentes, sob a retaguarda da oração a Deus (Is 38).
Doenças espirituais se relacionam com o coração endurecido, a mente pervertida, o entendimento cego e a consciência cauterizada.
A fé nos faz buscar em Deus a cura para todas as nossas enfermidades e a Deus compete, se assim o desejar, soberanamente curar pelo seu infinito poder (Is 40.28-31).
Em muitos aspectos, o mundo de hoje melhorou as nossas condições de vida. Se, de um lado, há muitas vítimas do câncer e da AIDS, de outro, algumas enfermidades do passado são tratadas com habilidade.
Hoje, um alimento industrializado contém a composição detalhada e a aprovação do Ministério da Saúde, e os nutricionistas assistem a nossa mesa.
Também podemos contar com profissionais de educação física e fisioterapeutas, dentre outros. Medicamentos eficazes se encontram disponíveis, graças ao empenho dos bioquímicos e farmacêuticos.
3. Cultivar uma vida saudável e equilibrada
Afinal, o que significa gozar boa saúde?
Segundo J. Harold Ellens, em seu trabalho “Psicoteologia”,
saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não mera ausência de enfermidade ou doença (...) É o bom estado do corpo, mente sadia e integridade de emoções, que torna possível a mais alta qualidade de serviço e vida eficientes. Saúde é a qualidade resultante do total funcionamento do indivíduo, que o capacita a viver uma vida pessoalmente satisfatória e socialmente útil. Saúde é a condição na qual o indivíduo é capaz de mobilizar todos os seus recursos - intelectuais, emocionais e físicos - para uma vida excelente.
A partir desta concepção, consideramos oportuno enfatizar os seguintes aspectos:
a) Uma visão integral da vida
Não se pode conceber o organismo em compartimentos. A nossa saúde depende de estarmos bem em todas as áreas da vida. Quem não cuida de sua mente ou de seu espírito corre o risco de adoecer.
Encontra-se no mercado uma interessante obra, de Marco Aurélio Dias da Silva, que chega a afirmar: “quem ama, não adoece”. Quer dizer que os problemas sentimentais ou afetivos, as preocupações ou ansiedades afetam o nosso corpo e vice-versa.
b) Uma visão equilibrada da vida
Semelhantemente, não se pode enfatizar demais uma área da vida em detrimento de outra. Uma vida equilibrada inclui trabalho e repouso; dieta balanceada e a prática orientada de atividade física; o cultivo de algum hobby para não estressar, a prática de relaxamento ou meditação, enfim, amor e vontade de viver de bem com a vida!
c) Uma visão feliz da vida
“Ser feliz” - eis o maior anseio do ser humano! Quanta gente infeliz existe por aí, contaminando os outros! São pessoas negativistas, pessimistas, mal-amadas, mal-amantes, indesejadas etc.
Até mesmo no meio evangélico há pessoas que falam sobre estar feliz em Cristo, mas, interiormente, são pessoas que vivem de mal com a vida! Isto gera doença e... mata!
Pessoas felizes contagiam as outras com bom-humor, otimismo, coragem, alegria. São companhias agradáveis que transmitem entusiasmo e beleza.
São pessoas bonitas que transmitem a graça do coração alegre que aformoseia todo o rosto (Pv 15.13). Diz, ainda, Provérbios que “o coração alegre é medicina para o corpo, mas o espírito abatido faz secar os ossos" (Pv 17.22).
Busquemos mais saúde! Peçamos a Deus que capacite os cientistas na busca de tratamento para tantas enfermidades que destroem a vida!
Que saibamos amar a vida e lutar em favor da saúde de nossa gente! Nesta busca, a glória do Senhor será engrandecida. Jesus disse: ‘‘eu vim para que tenham vida e vida em abundância" (Jo 10.10).
Autores: Wilson Emerick de Souza e Augusto César Pinheiro
Lista de Estudos da série
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12. Vença a Perseguição: 3 Revelações Poderosas Para o Cristão Que Sofre Pela Fé – Estudo Bíblico
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