Vença a Inimizade: 3 Passos Urgentes para Reconciliação – Estudo Bíblico sobre Inimizade


Mateus 5.21-26

A inimizade é apenas um problema, ou é um pecado?

Sabe-se que a amizade é uma das maiores riquezas. Quem coleciona amigos é uma pessoa sábia. Se, por um lado, “o homem que tem muitos amigos sai perdendo” – como afirma o provérbio –, por outro, "há amigo mais chegado que um irmão” (Pv 18.24).

Mas, infelizmente, existe a inimizade. Esta já causou incalculável número de tragédias no mundo. Em diversos lugares é possível observar conflitos e mais conflitos.

Algumas pessoas têm sido condecoradas com o Prêmio Nobel da Paz, por seus esforços em promover a paz; porém, outras foram até martirizadas no seu empenho pela harmonia.

Os esforços humanos para resolver a inimizade são necessários; todavia, somente com a intervenção de Deus, é possível uma solução definitiva.

Neste estudo pretende-se abordar o assunto da inimizade, não somente do ponto de vista social, mas principalmente do aspecto espiritual.

Contexto

Nestes versículos – que fazem parte do famoso Sermão do Monte, proferido por Jesus –, ele explica melhor o significado das suas palavras: “Não vim revogar a lei, mas cumpri-la”, ensinando que o seu evangelho respeita a lei e exalta a sua autoridade. 

Ele deixa claro que a lei contém muito mais significado espiritual do que se pode imaginar.

A Lei de Deus, entregue a Moisés, proibia, com destaque, o ato de assassinar. O homicídio era severamente condenado por Deus. O Mestre trouxe um novo ponto de vista a respeito do homicídio, ou seja, demonstrou que o crime é possível ocorrer através da mais simples ofensa ao semelhante. 

A modificação de conceito entre a lei de Moisés e os ensinamentos de Jesus, está relacionada com ações físicas ou externas, e com atitudes subjetivas, no interior da pessoa. Por conseguinte, pode-se declarar que, muitas vezes, palavras assassinam mais do que armas ou punhais (1 Jo 3.15).

Assim sendo, essas atitudes contrárias à lei geram conflitos entre as pessoas, dificultando os relacionamentos humanos, como resultado das inimizades.

Jesus recomendou entrar em acordo com o adversário, enquanto há tempo, mostrando, assim, a realidade da inimizade e como tratá-la (v. 25). A inimizade dificulta o relacionamento com Deus e precisa ser corrigida do modo que Jesus ensinou.

1. Ações Geradoras de Inimizade

O texto-base mostra algumas atitudes que provocam inimizades. Jesus as apresenta com o propósito de diagnosticar o problema, a fim de que haja tratamento adequado:

  • Irar - Irar significa ficar com raiva de alguém, sentir cólera contra alguma pessoa. A Bíblia declara que é possível irar, mas sem pecar (Ef 4.26). Quando a ira é pecaminosa, certamente a inimizade se manifestará. A ira é pecaminosa quando o irado a retém (Ef 4.26,27); ou quando extravasa o seu rancor, em atos concretos, resultando em ofensa e até agressão. O salmista Davi recomendou deixar a ira e abandonar o furor (Sl 37.8). Tiago declara que "a ira do homem não produz a justiça de Deus" (Tg 1.20);
  • Proferir insulto contra o irmão - A Bíblia Viva cita o versículo 22, da seguinte maneira: "... Se vocês chamaram um amigo de idiota correm o perigo de serem levados perante um tribunal..." Insulto é uma agressão verbal, geradora de inimizade. Daí o apóstolo Paulo recomendar que os cristãos profiram apenas palavras que edifiquem (Ef 4.29);
  • Chamar o irmão de tolo - Chamar de tolo tem a ver com a intenção de amaldiçoar o semelhante. A ofensa não é só chamar de tolo: é considerar o outro, tolo. Quando isso acontece, o relacionamento está abalado. Ninguém suporta ser considerado idiota, desmiolado e estúpido.

2. Recursos para Vencer a Inimizade

Jesus apresentou não apenas as causas geradoras de inimizade, mas também ofereceu soluções práticas para essa questão. Ele não apenas fez uma sondagem do problema; foi além, apresentando alternativas para vencer tal situação:

  • Lembrar da ofensa praticada (v. 23) - O Mestre apela à consciência dos cristãos para que não se esqueçam de atos pecaminosos praticados, ou mesmo aqueles efetuados contra a própria pessoa. Existe a tendência de se deixar de lado, de esquivar-se, ou de não querer lembrar dos erros. Nada pode ser encoberto dos olhos do Senhor (Sl 50.21). Deus não tolera aqueles que pretendem adorá-lo, mas não revelam disposição em reatar os relacionamentos rompidos, fingindo haverem esquecido o que aconteceu! Dizem que quem bate esquece.
  • Ir ao encontro do irmão (v. 24) - O discípulo de Jesus, quer tenha sido o ofensor, quer seja o ofendido e inocente, precisa ter a coragem de dar o primeiro passo para reconciliar-se com o inimigo. Isso mostra a necessidade de ação. A vida cristã não é estática; sim, dinâmica em todos os seus aspectos. Essa atitude dinâmica deve ser praticada quantas vezes forem necessárias, pois não há limites para a reconciliação (Mt 18.21, Cl 3.13). Jesus recomenda que se deve ir ao encontro do próximo, com a intenção de acabar com a inimizade (Mt 18.15-17);
  • Aproveitar (ou criar) oportunidade para reconciliação (v. 25) - O texto adverte que isto precisa ser feito de modo urgente. É necessária uma procura urgente para se reconciliar, porque sobre o culpado pesa um julgamento. A inimizade precisa ser eliminada rapidamente, pois poderá chegar uma época em que não haverá mais oportunidade para reconciliação (Mt 5.25,26). Pode ocorrer o caso de se tentar a reconciliação e a outra parte não querer. Porém, nunca devemos deixar de fazer a nossa parte. Além disso, devemos acatar as orientações de Romanos 12.18.

3. O Valor dos Relacionamentos Sem Inimizade

O ensino do Mestre é completo, pois, além do diagnóstico e das diretrizes para a solução do problema da inimizade, ele conclui apresentando alguns dos benefícios de uma vida cristã isenta de inimizades:

  • Fortalecimento da vida comunitária - Os cristãos, conforme Atos dos Apóstolos, deixaram os exemplos de um estilo de vida caracterizado pela união, amizade e solidariedade (At 2.44,45 e Ef 4.32). Jesus declarou: "Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt 12.25). É oportuna a declaração do salmista: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! (...) Ali derrama o Senhor a sua bênção e a vida para sempre” (Sl 133).
  • Vida de culto que agrada a Deus (v. 24) - Quando Jesus se refere à oferta, ele fala a respeito de culto. Seu ensino refere-se a um culto sincero, verdadeiro, onde o mais importante é um adorador de bem com o seu próximo. O que Deus deseja é: "antes misericórdia do que sacrifício” (Mt 9.13). Por conseguinte, ele ordena “deixar a oferta” e correr para se reconciliar com o semelhante. A inimizade, com certeza, constitui-se em um obstáculo à vida de culto e oração (Mc 11.25,26).
  • Vida isenta de julgamento (vv. 25,26) - O texto é claro em afirmar que, se não houver a eliminação do mal da inimizade, haverá julgamento, ou seja, dura condenação. Portanto, uma vida de inimizade é passível de severo julgamento. Aos coríntios, o apóstolo Paulo recomendou a busca da reconciliação entre os irmãos, sem a intervenção dos tribunais humanos, para que não ocorra a condenação (1 Co 6.6-8). Nesse texto, Paulo declara que o fato de haver demandas entre os irmãos já é completa derrota.

Para pensar

1. Você acha que o culto que você tem prestado a Deus tem sido agradável a ele?

2. Como você age para dissipar as inimizades: criando condições para resolver a questão, ou deixando que o tempo se encarregue disso? De acordo com a Bíblia, a sua estratégia está correta?

3. Pelo exposto neste estudo, você se sente à vontade para orar como Jesus ensinou: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como temos perdoado aos nossos devedores”?

Autor: Dionei Faria


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