O método de Deus: Descubra como Jesus preparou seus discípulos para mudar o mundo – Estudo Bíblico sobre Métodos Evangelísticos

João 1.41-42a
Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo). E o levou a Jesus.

O Dr. J. I. Packer, em seu livro "O Evangelismo e a Soberania de Deus", declara que "Evangelizar não é simplesmente uma questão de ensino... Inclui o esforço de obter resposta afirmativa à verdade ensinada. E uma comunicação que tem em vista a conversão."

Diante de significação tão elevada da obra evangelística, resta-nos saber qual o método mais indicado para que essa comunicação obtenha a resposta afirmativa e desejada.

1. O método de deus

A palavra método significa, em definição simples, o modo de se fazer alguma coisa. Na transmissão de Sua vontade e de Sua mensagem abençoadora, o Senhor tem-se valido predominantemente do homem. "Homens são o método de Deus", diz Bounds em seu livro "Poder Através da Oração".

E diz mais:

A Igreja está procurando métodos melhores; Deus está buscando homens melhores. Homens a quem o Espírito Santo possa usar; homens poderosos na oração. O Espírito Santo não se derrama através dos métodos, mas por meio dos homens. Não vem sobre maquinaria, mas sobre homens. Não unge planos, mas homens.

E somente homens ungidos podem elaborar e executar planos que, sob a orientação do Espírito Santo, resultam em vitória para Deus.

Para confirmação dessa tese e inspiração de nossa vida, examinemos as provas bíblicas: Após criar na terra um jardim de extraordinária beleza, Deus confiou ao homem a tarefa de cultivá-lo e guardá-lo (Gn 2.15).

No momento de libertar os hebreus da escravidão faraônica, o Senhor foi buscar um homem que guardava os rebanhos de seu sogro, nas terras de Midiã (Ex 3.1-10). O Senhor declara que desceu para livrar o seu povo da mão dos egípcios e fazê-lo subir à terra prometida.

Embora a iniciativa, a ação e o poder sejam de Deus, Ele realiza os seus propósitos através de um homem: "Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito" (v. 10).

Este método de Deus atravessa toda história do Velho Testamento, assumindo características mais detalhadas no ministério de Jesus Cristo. Isso porque "os dias que Jesus viveu na carne foram apenas o desdobramento, dentro do tempo, do plano de Deus, traçado desde o princípio".

2. Princípios norteadores

No desenvolvimento do seu método, o Senhor estabelece princípios que norteiam a consecução dos seus objetivos. Analisemos alguns desses princípios, conforme o proposto pelo Dr. Robert E. Coleman, em seu livro "O Plano Mestre do Evangelismo":

1. O princípio da escolha

Tudo começou quando Jesus chamou alguns poucos homens, para que O seguissem.

Isso revelou, de imediato, a direção que a Sua estratégia evangelística assumiria, porquanto a Sua preocupação não era com programas para atingir as multidões, e, sim, com homens a quem as multidões seguiriam.

Por mais notável que isso pareça, Jesus começou a reunir esses homens antes que houvesse organizado qualquer campanha evangelística, ou antes que houvesse feito qualquer sermão em público. Homens seriam o Seu método de conquistar o mundo para Deus.

O objetivo inicial do plano de Jesus foi alistar homens que pudessem dar testemunho acerca de Sua vida, dando prosseguimento ao trabalho do Senhor, depois que Ele retornasse ao Pai.

João e André foram os primeiros a serem convidados, ao deixar Jesus a cena do grande reavivamento encabeçado por João Batista em Betânia, do outro lado do rio Jordão (Jo 1.35-40).

André, por sua vez, trouxe seu irmão, Pedro (Jo 1.41,42). No dia seguinte, Jesus encontrou Filipe, quando ia a caminho da Galiléia; e Filipe encontrou Natanael (Jo 1.43-51).

Não houve qualquer evidência de pressa na seleção desses discípulos; tão somente determinação. Tiago, irmão de João, não é mencionado como participante do grupo, enquanto os quatro pescadores não foram novamente chamados, diversos meses mais tarde, à beira do mar da Galiléia (Mc 1.19; Mt 4.21).

Pouco depois, Mateus foi convidado a seguir o Mestre, quando Jesus passava pela cidade de Cafarnaum (Mc 2.13,14; Mt 9.9 e Lc 5.27,28). As particularidades que envolveram a chamada dos demais discípulos não ficaram registradas nos evangelhos; mas acredita-se que todas essas chamadas tiveram lugar ainda no primeiro ano do ministério do Senhor Jesus.

Aumentando o número dos seus seguidores, Jesus selecionou 12 dentre eles, aos quais deu também o nome de Apóstolos. Por que 12 e não mais nem menos? "Esse número sugere certa relação espiritual do grupo com o reino messiânico".

Segundo Edwin Schell, doze é o número do Israel Espiritual. Quer se veja isso nos doze patriarcas, nas doze tribos ou nos doze fundamentos ou doze portas da Jerusalém celestial, o número 12 por toda parte simboliza a presença de Deus na família humana a interpenetração do mundo por parte da divindade.

Isso não significa que a decisão de Jesus, de ter doze Apóstolos, tivesse excluído outros de segui-Lo; porquanto, segundo sabemos, muitos outros foram numerados entre os seguidores de Jesus, e alguns deles se tornaram obreiros eficazes na Igreja.

Os setenta discípulos (Lc 10.1); os reveladores do evangelho, como Marcos e Lucas; Tiago, o próprio irmão de Jesus (1 Co 15.7; Gál. 2:9, 12; cf. Jo 2.12 e 7.2-10), foram notáveis exemplos disso.

Não obstante, devemos reconhecer que havia uma prioridade que rapidamente diminuía, à proporção que nos vamos afastando do círculo íntimo dos doze. O Senhor tinha para eles um programa de ação, como o tem para nós, atualmente.

2. O princípio da preparação

Ao selecionar os 12, o Senhor tinha em mente prepará-los, convenientemente, para a continuidade da obra. Por isso mesmo, devotou a maior parte de sua vida restante na terra àqueles poucos discípulos, arriscando neles todo o Seu ministério.

Certamente que o padrão utilizado por Jesus neste ponto significa qualquer coisa, ensina-nos que o primeiro dever de um pastor, bem como a primeira preocupação de um evangelista, é cuidar que desde o princípio seja lançado um alicerce sobre o qual possa ser erigido um ministério evangelístico eficaz e contínuo entre as multidões.

Isso requererá mais concentração de tempo e de talentos, sobre o menor número de homens, na igreja local, ao mesmo tempo que não se negligencie a paixão pelas almas que estão no mundo. Significa que haverá necessidade de treinar líderes"... para o desempenho do serviço..." (Ef 4.12).

Embora em pequeno número, um grupo de pessoas dedicadas, com o tempo, poderá abalar o mundo para Deus. A vitória jamais é conquistada pelas multidões.

A História se encarrega de demonstrar que as multidões podem ser conquistadas facilmente, se lhes forem fornecidos líderes capazes que elas sigam. Foi também essa a compreensão de Paulo (2 Tm 2.2).

No treinamento e na preparação dos dozes, Jesus destacou alguns aspectos, exemplificados por ele mesmo:

a) Inspirou-lhes a prática da oração. E isso pela palavra e pelo exemplo. "Por mais de vinte vezes os evangelhos chamam a atenção para a prática da oração, seguida por Jesus": Reiteradas vezes o Senhor insiste quanto à necessidade de os seus Apóstolos orarem.

b) Acentuou-lhes a Importância e o Emprego das Sagradas Escrituras. "Jamais houve confusão na mente de Jesus referente à credibilidade e testemunho das Escrituras, pois sabia que elas eram inspiradas pelo Espírito Santo (vejam-se Mc 12.36; Mt 22.43).

As Escrituras eram, para Cristo, "a Palavra de Deus" (Jo 10.35; Mc 7.13; Mt 15.6). Realmente, em sentido único, eram a Sua própria Palavra, que Ele interpretava e expandia (Mt 5.21,22,27,28), conforme Ele mesmo declarou: "... e são elas mesmas que testificam de mim" (Jo 5.39).

Nessa consciência, Ele percebeu perfeitamente bem que a Sua vida era o cumprimento das Escrituras, e com frequência chamou a atenção para esse fato (Mt 5.18; 8.17). Porém, acima de tudo, era o Seu compêndio para o ensino das eternas verdades de Deus, em público e individualmente (Lc 4.17-21; 24.27,32,44 е 45).

c) Ensinou-lhes como ganhar almas. Tudo o que os discípulos necessitavam era de um Professor que praticasse, junto com eles, o que Ele esperava que aprendessem.

O evangelismo foi vivido diante dos olhos deles, em espírito e quanto à técnica. Observando a Jesus, os discípulos aprenderam tudo quanto está vinculado a essa atividade.

Ele os levou a reconhecerem a necessidade inerente a todas as classes de pessoas, bem como o melhor método de se aproximarem delas. Observaram como Ele atraía as pessoas para Si mesmo; como Ele conquistava a confiança delas e lhes inspirava fé; como Ele abria à frente delas o caminho de salvação, convidando-as a tomarem uma decisão.

Em todos os tipos de situação, e entre todas as variedades de caracteres individuais, ricos e pobres, saudáveis e enfermos, amigos e inimigos igualmente, os discípulos observaram o Mestre Conquistador de almas em operação.

3. Aplicações do método

Com pessoas escolhidas e treinadas, a Igreja poderá pôr em prática o método de Deus (homens buscando homens) sob as mais variadas formas.

Em face da escassez de espaço, apenas mencionaremos algumas dessas formas de aplicação do método:

  • Evangelismo pessoal (Jo 4.1-42;)
  • Comissões de 2 em 2 (Lc 10.1);
  • Evangelismo das massas (Mc 4.1,2; At 2.41) e muitos outros meios de transmissão da mensagem abençoadora.

Conclusão

Sejam quais forem os recursos usados pela Igreja, na comunicação do Evangelho, há de lembrar sempre, que por detrás de todos eles estará sempre o método infalível de Deus: Homens e mulheres cheios do Espírito Santo, empenhados em conseguirem e assegurarem resultados para Deus! Que Ele nos abençoe nesta gloriosa missão!


Lista de estudos da série

1. Não é só um prédio: Descubra o verdadeiro propósito da Igreja – Estudo Bíblico sobre a Missão da Igreja

2. Mais que palavras: Proclame a mensagem do amor de Deus que salva – Estudo Bíblico sobre o Evangelho

3. Fé inabalável: Como construir uma certeza que resiste a qualquer dúvida – Estudo Bíblico sobre Convicção Cristã

4. Não na sua força: Receba o poder do alto para testemunhar com autoridade – Estudo Bíblico sobre o Poder do Espírito Santo

5. O fogo de Deus: Acenda em seu coração o amor que move o céu pelas almas perdidas – Estudo Bíblico sobre Paixão por Almas

6. O método de Deus: Descubra como Jesus preparou seus discípulos para mudar o mundo – Estudo Bíblico sobre Métodos Evangelísticos

7. Quebrando fronteiras: Leve o Evangelho da sua rua até os confins da Terra – Estudo Bíblico sobre o Alcance Missionário

8. A hora é agora: Como aproveitar cada oportunidade para falar de Jesus – Estudo Bíblico sobre Oportunidades de Evangelismo

9. Contagem regressiva: Por que a tarefa de evangelizar não pode esperar para amanhã – Estudo Bíblico sobre a Urgência da Pregação

10. O mapa da salvação: O papel insubstituível da Bíblia na obra missionária – Estudo Bíblico sobre a Bíblia em Missões

11. A colheita celestial: Descubra os frutos eternos do seu trabalho para Deus – Estudo Bíblico sobre os Resultados do Evangelismo

12. A tarefa é sua: Entenda por que a Grande Comissão começa com você – Estudo Bíblico sobre Responsabilidade Pessoal

Semeando Vida

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