Guerra vencida: 12 passos para a verdadeira batalha espiritual - Estudo Bíblico sobre Batalha Espiritual

Efésios 4.25 a 5.2

Como devemos lidar com "casos complicados" e com pessoas com problemas? Como ajudar incrédulos que estão sendo afligidos espiritualmente? Ou um cristão professo que esteja lutando contra a escravidão do pecado e do sofrimento?

Enfim, como enfrentar biblicamente uma batalha espiritual? O aconselhamento bíblico tem fundamento, por meio da oração e da palavra de amor, ele fala profundamente e é altamente prático, como veremos nesta lição a partir de dois estudos de caso.

1 - Os assaltantes de Allison

Allison é uma mulher solteira, de 34 anos, que se envolveu no MME (Ministério do Método Ecbalístico) durante os últimos cinco anos. Ela aceitou a Cristo com cerca de 25 anos.

Proveniente de um ambiente de bruxaria e lesbianismo, ela achava que tinha sido liberta dos demônios por meio do MME, quando renunciou ao ocultismo e à imoralidade.

Allison nunca sentiu nenhum impulso irresistível para arrebatá-la de volta a seu antigo modo de vida e era grata ao Senhor por isso. Ela trabalha como recepcionista em um consultório dentário, mas seu real interesse é servir a Deus no ministério, de forma voluntária.

Depois de várias horas de conversa com ela, ela mesma confessou:

"Sei que a verdadeira batalha é contra a minha própria mente. A minha libertação depende basicamente de mim. Eu não sou um médico de demônio. Não saio por aí para exorcizar pessoas. Não estou brincando de poder."

"Realmente, uso o método de libertação em mim, com frequência. Mentiras e sentimentos vêm diretamente do diabo. Preciso travar uma batalha espiritual para me proteger e me libertar. Repreendo e afugento os demônios que me assediam, tentam-me e procuram me escravizar a eles".

Ela deu um exemplo de pensamentos ultrajantes que a invadiram e os chamou de visitantes mentais desagradáveis. Contou como ela chamaria com autoridade no nome de Jesus contra esses demônios e os derrotaria. Também descreveu o sentimento irracional de raiva que jorrava em sua mente sob a forma de demônios.

Vimos, por exemplo, que a raiva está intimamente ligada ao diabo (Ef 4; Tg 4), que todo problema é um problema que envolve Satanás.

Enquanto ela era grata a Deus pela sua salvação e sua fé se mostrava genuína, Allison não apresentava qualquer subsídio bíblico para suas práticas de expulsão demoníaca.

Allison insistia que sua raiva provinha de algum demônio, até que ela começou a ser instigada sobre outras possibilidades: "De onde vem essa raiva? O que aconteceu para que você a sentisse?".

Depois avançou-se mais sobre o corpo que essa raiva começava a criar no íntimo de Allison: "Em que você está pensando? Qual é o alvo da sua raiva, alguém do trânsito, Deus, você mesma?".

A medida que a conversa se desenvolvia, mais e mais o modelo bíblico lhe era apresentado, de como lidar com esses pecados e impulsos carnais.

Foi-lhe dito que Deus está interessado em renovar o nosso coração e que ele nos dispõe uma armadura de defesa e também de ataque contra o mal.

Deus é maior do que o tentador e do que qualquer mal que possa nos atingir. Além disso, Allison soube da importância de conhecer a Deus e crescer no entendimento bíblico.

Depois de prolongada análise, Allison confessou sua fúria contra um colega do ministério que a desprezou em determinada ocasião e parecia ser um pouco arrogante.

Ela sentia raiva por uma série de coisas, por ficar sozinha em casa, nas noites em que não ia ao ministério, por ter "estragado sua vida" por tantos anos e, agora, se sentia mal aos 34 anos.

Jesus e o MME chegaram em sua vida como uma válvula de escape. Muitos dos seus dilemas e complexidades não se enquadravam na teologia do MME.

Não há dúvida de que Satanás soube tirar proveito da situação, tentando para que Allison naufragasse na raiva e no desespero. Porém, agora, Deus também atuava em sua vida.

As perguntas feitas a Allison e a análise bíblica deram a ela perspectivas muito mais realistas, porque seus reais problemas foram atingidos. A visão de mundo do MME a tinha impedido do conhecimento de Deus e dela mesma.

Mas a verdade de Deus a fez chegar à realidade com profundidade, detalhe e muitas outras coisas boas, inclusive a liberdade em Cristo de amadurecer como um ser humano redimido.

2 – Bob e seu demônio

Bob tem 42 anos, é casado, tem 4 filhas. Ele é atormentado pelo que ele acredita ser um demônio da cobiça. Ele se sente quase impotente quanto a isso. Nessa experiência, esse demônio o importuna, incita, inflama, escraviza e o conduz pelo cabresto, como se fosse seu cachorrinho.

Bob descreveu sua mente como se fosse uma locadora de vídeos onde só houvesse seção de filmes pornográficos. Atrás da porta fechada dessa "fortaleza", acumulou sua "coleção de filmes".

Essa coleção de fantasias foi construída com experiências de namoradas anteriores, casos de pornografia, voyeurismo e sua própria imaginação criadora.

"Um dragão vive dentro de mim naquele local. Quando abro aquela porta, me transformo no dragão. Sou lascivo, orgulhoso, sou o rei que comanda o sexo. Depois, a cada vez que isso acontece, o dragão se volta e me acusa e sou novamente o escravo miserável e asqueroso".

O casamento de Bob com Jane é problemático na maior parte do tempo. Ele sempre está preocupado com suas lutas interiores e apresenta à família um lado mórbido, depressivo, irritadiço, enfadonho ou carente.

Jane desconfia, às vezes, que ele enfrenta problemas, mas ele procura guardar só para si essas coisas.

Ela não sabe da intensidade nem da frequência de suas lutas contra a lascívia e o desespero. Mas ela sabe que não pode aguentar o modo como ele descarrega essas emoções negativas e egoístas em cima dela.

A relação sexual deles é esporádica, cerca de uma a cada duas semanas, mas com muitas oscilações, como duas ou três vezes no mesmo dia e, depois, nenhuma durante um mês. Nenhum dos dois se envolve emocionalmente quando têm relações sexuais.

Bob e Jane brigam e, às vezes, perdem a cabeça. Não se arrependem, não perdoam um ao outro, nem fazem as pazes com facilidade.

Bob vende máquinas industriais recebendo por comissão. Isso significa períodos de fartura e outros de escassez. Quando recebe bastante dinheiro, é liberal e não se preocupa com os gastos, chegando a excessos exagerados.

Mas quando a situação fica apertada, a pressão aumenta em tudo por causa das dívidas. Eles nunca pouparam dinheiro para os períodos de necessidade ou para a aposentadoria.

Bob não tem boa referência de suas secretárias. Ele é grosseiro, instável e deixa tudo para a última hora. Faz de tudo para se mostrar e ter reconhecimento por seu trabalho.

Ele aceitou a Jesus na faculdade e é muito consagrado quanto à sua frequência na igreja. Ele sabe ser muito "espiritual" nas reuniões da igreja parece ser sempre alguém que recebe "uma palavra de sabedoria" da parte de Deus.

Antes de sua conversão, Bob vivia na imoralidade, mas ao se converter essa vida imoral cessou. Porém, os vícios da pornografia e da sensualidade permaneceram.

Ele lida com suas concupiscências orando, jejuando e decretando autoridade sobre os poderes do mal.

Ele ordena que os demônios o deixem, amarra, repreende. Ele ora "orações de batalha", clama por promessas da Bíblia e pensa em pedir libertação de demônios por algum ministro do MME. Sua leitura da Bíblia é fragmentada e sem sequência nenhuma.

Bob é muito sacrificai e generoso no que se refere a dinheiro — um pouco instável e impulsivo também. Mas, às vezes, por frustração e vergonha se afasta dos trabalhos da igreja. Bob é guloso, pois a fome também se torna uma válvula de escape para suas aflições. A teologia de Bob é confusa, de um Deus distante e de um Satanás que parece ser mais poderoso.

3 - Doze passos para uma batalha muito mais poderosa

Vejamos, agora, doze passos de como viver biblicamente nesta batalha espiritual, conforme foi aconselhado a Bob.

  1. Bob tem de enfrentar e vencer a batalha espiritual por meio da descoberta que o Deus criador é quem rege os céus e a terra. Ele luta com um inimigo que é inferior a Deus.
  2. Bob precisa entender que ele encontra suficiente refugio e proteção em Jesus. A autoridade não está em seus "decretos", mas em Deus.
  3. Bob precisa aprender a manusear as Escrituras à procura da verdadeira sabedoria e não esperando delas palavras mágicas.
  4. Bob tem que parar de lutar sozinho. Ele precisa de amigos que possam aconselhá-lo e orar com ele e por ele.
  5. Bob precisa entender os pensamentos e intenções do seu coração, pois falsas crenças e desejos enganosos conduzem às trevas.
  6. Bob precisa se empenhar em transmitir palavras que façam bem tanto a Jane quanto ao próximo. Isso implica ser paciente, gentil, amável, perdoador, prudente e pacífico.
  7. Bob precisa estar mais próximo de Jane para desfrutarem momentos de oração sincera e prazer mútuo no amor sexual.
  8. Bob precisa entregar ao seu chefe um dia de trabalho honesto, tratando a todas as pessoas com o devido respeito.
  9. Bob precisa pagar seus impostos e administrar seu dinheiro sabiamente, sem excessos e exageros.
  10. Bob precisa dirigir seu carro de maneira que ele não precisará frear ao ver um carro de polícia, pois Satanás se alegra com quem despreza as autoridades.
  11. Bob precisa direcionar seu coração para os propósitos contidos na oração verdadeira, isto é, glorificar a Deus, confiar nele e submeter-se à sua vontade.
  12. Bob precisa resistir aos desejos sexuais perniciosos do seu coração.

Ao ouvir essas coisas, Bob balançava a cabeça em concordância, como se estivesse acabando de ser despertado. Realmente, Satanás nos induz a dormir. Ele é quem trabalha para nos deixar bêbados, cegos, surdos, obscurecidos e esquecidos.

Com essa conversa, Bob compreendeu que Deus está no centro e ele é quem domina sobre todas as coisas. Bob também compreendeu que ele é responsável pelos seus pecados e precisava abandoná-los, na força do Senhor.

Conclusão

Batalha espiritual significa aprender novamente como Deus eterniza a sua glória em nossas vidas. Significa adquirir entendimento na progressiva santificação em uma cultura cristã habituada a procurar por rápidos concertos.

Significa ver histórias heroicas acontecendo nas pequenas esquinas da vida. Significa tornar-se humano, renovado na imagem de Jesus Cristo, o pioneiro e aperfeiçoador da fé. Significa aprendermos a nos tornar cristãos.

Aplicação

Empenhe-se em abandonar os pecados que atrasam sua caminhada rumo à santificação. Não lute sozinho naquilo que você não tem conseguido abandonar, aconselhe-se com irmãos maduros na fé que poderão o ajudar.

Autor: Mauro Filgueiras


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