Não há como falar de pecado se não refletirmos, ainda que brevemente, sobre uma categoria que causa pavor em muitos crentes - o pecado imperdoável, registrado em Mateus 12.31,32, Marcos 3.29 e Lucas 12.10, que diz respeito à blasfêmia contra o Espírito Santo.
O que Jesus quis dizer com isso? É o que pretendemos mostrar.
1. O que não é pecado imperdoável
Doutor Leandro Lima lista três circunstâncias em que o pecado não se constitui blasfêmia contra o Espírito.
Para ele, negar a Cristo não se configura em pecado imperdoável. Se assim fosse, homens como Paulo não seriam perdoados.
Ofender o Espírito em si também não é esse pecado. “Apesar de alguém que faz isso pode estar no caminho certo para cometer esse pecado, evidentemente o ato em si de ofender o Espírito não é o pecado imperdoável”.
Finalmente, o suicídio, por mais que seja sério, não se caracteriza como pecado contra o Espírito Santo. “Se o único pecado que não tem perdão não é o suicídio, então, o mesmo suicídio pode ser perdoado por Deus”.
2. O que é pecado imperdoável
Jesus demonstrou ser o messias através de seu ensino, sinais e prodígios; mesmo assim, os fariseus não creram. Eles resistiram ao Espírito (Atos 7.51). Hebreus 6.4-6 nos ajuda a entender o ensino de Jesus.
Está escrito:
Hebreus 6.4-6
É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.
Esse texto fala de pessoas que frequentaram a igreja, ouviram a palavra e até receberam curas milagrosas, mas saíram e não voltaram mais.
São pessoas que não converteram, apesar daquilo que viram e ouviram.
Diante disso, concluímos que o pecado imperdoável é uma rebeldia “que vai contra todos os fatos, uma indesculpável indisposição contra Deus apesar de tudo o que viu de Deus e ouviu dele” (Lima).
3. A situação do crente
Não é possível que o verdadeiro crente cometa tal pecado, visto que é preservado por Deus (João 6.37-40,44). Louis Berkhof escreveu: “Podemos estar razoavelmente certos de que os que temem tê-lo cometido, e com isso se afligem, e desejam que os outros orem por eles, não o cometeram”.
Conclusão
O pecado imperdoável deve ser compreendido à luz de seu contexto. Nele, fica claro que é uma absoluta e contumaz disposição para resistir a Cristo, mesmo diante de seu ensino e obra.
Finalmente, o cristão está protegido por Deus para que não incorra nesse pecado. No Senhor estamos seguros.
Autor: Carlos Souza