Texto básico: Filipenses 3.12-14
Introdução
Nada na vida se consegue sem esforço e dedicação. Ninguém chega ao topo de qualquer coisa sem primeiro ter escalado cada degrau.
Às vezes, olhamos para certos irmãos e admiramos a erudição deles, ou mesmo, sua piedade exemplar. Gostaríamos de ser como eles, mas, nem sempre estamos dispostos a pagar o preço que eles pagaram para chegar aonde chegaram.
Também, às vezes, olhamos para vencedores nos esportes e desejamos ser semelhante a eles, mas nem sempre temos conhecimento da vida de disciplina e dedicação que um esportista de sucesso precisa ter para chegar a ser reconhecido.
Neste estudo, seremos desafiados a olhar para frente, para os alvos que devemos fixar como metas em nossa vida.
1. Ainda não chegamos lá
O Apóstolo Paulo foi um homem extremamente dedicado à sua missão. Ele declara em 1 Coríntios 9.27:
1 Coríntios 9.27
Mas, esmurro o meu corpo e reduzo-o à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.
Em Filipenses 3.12-14, usando a linguagem dos esportes, ele nos fala um pouco sobre o que significa ter disciplina espiritual. Ele diz:
Filipenses 3.12-14
Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Paulo declara: "ainda não alcancei meu objetivo". Esta é uma forte declaração para um homem como Paulo, considerando-se sua posição espiritual que ele alcançou em sua vida cristã. Mas, ele sabe que ainda está longe: "irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado..." (v. 13).
É como se ele se sentisse um competidor que sabe que ainda não cruzou a linha de chegada. Ele sabe exatamente onde está na competição. Nem todos os crentes conseguem ter esta percepção clara de sua condição espiritual.
Alguns acham que já possuem tudo, ou pelo menos vivem como se precisassem de mais nada. Não exibem esforço ou dedicação. Muitos crentes vivem sem ter qualquer objetivo em sua vida cristã, apenas deixam os dias passarem. Parece que pensam da seguinte maneira: "sou salvo, isto basta".
Um competidor sério precisa saber em que ponto da corrida está. Por isso, a análise pessoal na vida cristã é de suma importância para que sejamos bem sucedidos. Nada melhor do que um fim de ano para que tal análise seja feita. Há a necessidade de conhecer muito bem a nossa condição espiritual.
Não podemos ser cegos ou negligentes com a maneira como estamos. Precisamos fazer algumas perguntas para nós mesmos: Será que não estamos correndo algum risco de sermos derrotados? Será que nossa maneira de viver é a melhor? Deus está contente com nossa vida? Estamos levando Deus realmente a sério?
2. O que passou, passou...
Não basta apenas entendermos em que ponto estamos, é necessário também deixarmos para trás as coisas que não nos ajudam mais. Paulo diz: "uma cousa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam..." (v. 13).
Um competidor não deve ficar olhando muito para trás, pois isso pode ser causa de tropeço para ele. Isso parece contradizer o que dissemos no último estudo bíblico; mas, na verdade é apenas uma complementação.
Há coisas realmente que não devemos ficar constantemente relembrando. Uma das coisas que devemos abandonar é a culpa pelos pecados. Paulo sabia que sua vida antiga não havia sido nada boa, afinal de contas ele até mesmo perseguiu a Igreja (v. 6), entretanto, entendia o perdão de Deus, sabia que sua vida havia sido lavada no sangue de Cristo e, por isso, não deixava que aquilo atrapalhasse seu ministério.
Mas é bem possível que Paulo, assim como quase todos os cristãos, tivesse mágoas por algo que outros fizeram contra ele, entretanto, como Deus já lhe perdoara, agora era sua vez de perdoar e esquecer. Há muitas coisas em nossas vidas que será muito bom se deixarmos esquecido no passado.
Nesse sentido, a Bíblia também nos fala de deixarmos para trás as práticas pecaminosas. O autor aos Hebreus diz:
Hebreus 12.1
portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta.
Pesos extras em uma corrida não ajudam em nada, ao contrário, tornam o competidor mais lento. O maior de todos os pesos neste sentido é o pecado.
Por isso, precisamos abandonar nossas antigas práticas pecaminosas, e assim estaremos mais livres para alcançarmos a vitória. Dessa forma, os erros cometidos durante o ano devem ser abandonados no próximo, se não quisermos sofrer outra vez as consequências.
3. O que importa é o alvo
Se olhar para trás não é o indicado para um competidor sério, então, para onde ele deve olhar? A linha de chegada é a melhor opção. Para um competidor, a linha de chegada é seu alvo. Na verdade, a própria palavra alvo significa "aquilo para o qual alguém fixa seus olhos".
Desde o início do capítulo 3, Paulo está mostrando como seu alvo mudou. Antes, a coisa mais importante para ele era sua posição religiosa, como um legítimo israelita, obediente à Lei, membro da seita dos fariseus. Aos olhos do povo de sua época, ele tinha uma conduta e uma condição admirada e até invejada.
Mas, ele diz:
Filipenses 3.7-8
o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu senhor: por amor do qual, perdi todas as cousas e as considero como refugo para ganhar a Cristo.
Desde que encontrou Cristo, o alvo da vida de Paulo mudou completamente. Já não era mais agradar aos homens, nem ser admirado por eles, mas agradar e conhecer cada vez mais a Cristo, para conseguir se tornar mais parecido com ele. Este é o alvo da vida cristã: tornar-se mais parecido com Jesus.
É de conhecimento popular que quando Paulo escreveu esta carta ele estava preso. Sua vida na prisão era muito sofrida, entretanto, esta é a carta em que ele mais fala de alegria.
O sofrimento não entristecia Paulo, pois ele sabia que, ao sofrer, estava tendo a oportunidade de se assemelhar mais com Cristo, por isso ele diz: "para o conhecer e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte" (v. 10). O alvo de Paulo era ser igual a Jesus.
4. A recompensa compensa
Ele ainda tinha algo mais para olhar e para desejar. Veja o que ele diz:
Filipenses 3.13-14
esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
O alvo imediato de Paulo era se tornar parecido com Jesus, mas seu alvo final era receber a recompensa. Isso se parece muito com o que o atleta faz na corrida.
Ele deseja muito alcançar a linha de chegada, mas deseja mais ainda, subir ao pódio. Paulo quer ser chamado para o alto a fim de receber seu prêmio. E isso o que motiva sua vida, sua luta, seus sofrimentos e sua disciplina.
Precisamos entender que o prêmio somente será entregue no final da corrida. Portanto, seremos muito sábios se não deixarmos coisa alguma atrapalhar nossa disciplina. Agora precisamos nos perguntar novamente: Como estou correndo? Alguma coisa está me distraindo?
Será que o namoro pode ser alguma distração? Ou quem sabe o trabalho, a família ou as diversões do mundo? Não serei sábio se deixar alguma coisa me atrapalhar, pois assim talvez, eu não receba o prêmio.
Conclusão
O Novo Ano que se inicia é uma oportunidade que temos para fazer aquelas modificações que precisam de ser feitas em nossa vida.
Quando estabelecemos metas a serem alcançadas poderemos trabalhar de forma mais organizada e com maiores chances de sucesso. Isso vale para todos os aspectos da vida. Mas vale, especialmente, para nossa vida espiritual.
Seguindo exemplo de Paulo, estabeleçamos um alvo para nossa vida nesse novo ano. O alvo de buscarmos a Cristo, nos conformarmos a ele, para, no fim, recebermos a recompensa.
Aplicação
Como estamos competindo? Um competidor treina, se empenha, deixa família, amigos, dentre outras coisas, para conseguir chegar a conquistar o primeiro lugar. Será que não estamos faltando aos treinos? Estabeleça alvos para o próximo ano, que lhe ajudem a ser mais fiel ao Senhor.
Autor: Leandro Antônio de Lima
Lista de sermões da série
1. Ano Novo, Maturidade Nova: Deixe a infantilidade espiritual para trás – Sermão sobre Crescimento
2. Balanço de Ano Novo: O segredo de Salomão para não correr atrás do vento – Sermão sobre Propósito
3. Reflexão de Ano Novo: Entenda por que o fim é melhor que o começo – Sermão sobre Sabedoria
4. O Deus do Ano Novo: Confie no Senhor do ontem para o seu amanhã – Sermão sobre Confiança em Deus