Um deficiente visual estava numa praça um dia quando começou a
escurecer, aproximando-se a noite.
Ele aproveitou a aproximação de um
cavalheiro a quem pediu que lhe arranjasse uma lanterna, pois dali a pouco
estaria escuro.
O cavalheiro estranhou: mas você não é cego?
- Sou, respondeu.
- Mas então, por que você precisa de lanterna? Você não enxerga mesmo!
-
A lanterna não é pra eu ver, é para os outros me verem, pois eu estando com uma
lanterna as pessoas me enxergarão e não me atropelarão.
É para os outros me verem. A importância dos outros.
Jesus já ensinava:
Mateus 5.16
...de tal maneira brilhe a vossa luz diante dos homens
para que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que estás
nos céus.
E Paulo, apóstolo, também ensinava:
Romanos 14.7
Porque nenhum de nós vive para
si nem morre para si, porque se vivemos, para o Senhor vivemos e se morremos,
para o Senhor morremos
Uma senhora, cristã piedosa, sonhou que morreu e foi para
o céu. Lá chegando começou a andar de um lado para outro até que chegou a uma
sala, onde estavam milhares de pacotes, grandes uns, menores outros, todos
embrulhados como para presentes.
Cada pacote tinha um nome e um endereço. Entre
os pacotes encontrou vários com seu nome e endereço.
Perguntou ao cicerone o
que significavam aqueles embrulhos e ele disse que eram bênçãos destinadas aos
cristãos na terra.
- Mas eu encontrei vários pacotes destinados a mim e eu
nunca recebi nada disso.
Então respondeu o cicerone:
não recebeu porque a
senhora nunca pediu. Essa mulher apesar de cristã não conhecia o que disse o
apóstolo Tiago:
Tiago 4.2
Cobiçais e nada tendes, matais e invejais, e nada podeis
obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes porque nada pedis, pedis e
não recebeis porque pedis mal para esbanjardes em vossos deleites
Após o naufrágio de um barco recolheram, agarrado a um
rochedo, um menino de doze anos. Estava inconsciente e só recobrou os sentidos
no hospital. Na primeira entrevista com os jornalistas, um jornalista lhe
perguntou:
- quando você estava agarrado no rochedo você não tremeu de medo? - Eu tremi, respondeu o garoto,
mas o rochedo não tremeu.
Veio-me à mente:
Salmos 18.2
o meu Deus é o meu rochedo em que me
refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte e o meu
refúgio
Uma Igreja dos Estados Unidos estava comemorando
cinquentenário de organização. Um senhor foi até a Igreja para assistir as
solenidades de aniversário, mas não deixaram entrar porque era negro.
Voltou
triste para casa e dormiu. Dormiu e sonhou. No sonho o Senhor Jesus apareceu a
ele e lhe perguntou por que estava tão triste.
- Ó Senhor, eu tentei entrar em
tal Igreja que estava comemorando cinquentenário de organização e não me
deixaram entrar por causa da minha cor!
- Ah meu filho, não se preocupe não, eu
estou tentando entrar naquela Igreja há cinquenta anos e até hoje não consegui!
E pensar que Jesus diz:
Apocalipse 3.20
eis que estou à porta e
bato, se alguém ouvir a minha voz e abrir a sua porta, entrarei em sua casa e
cearei com ele e ele comigo
Um cego e um coxo mendigavam na mesma praça, mas tinham
que se limitar a pedir no mesmo lugar.
O cego então fez uma proposta ao coxo
-
eu carrego você nas costas e você me guia os passos, assim a gente pode pedir
numa área maior. A partir daquele dia aumentaram bem a sua receita. Eu me lembrei do profeta Isaías que disse
Isaías 41.6
um ao
outro ajudou e ao seu companheiro disse: esforça-te
Conta uma lenda que a chama de um lampião começou a
reclamar porque vivia sempre cercada por aquela manga de vidro que a impedia de
expandir-se, de conhecer lugares mais distantes.
Tanto reclamou que um dia o
seu dono resolveu fazer-lhe a vontade. Tirou a manga. Imediatamente uma lufada
de vento apagou a chama. O que ela julgava ser seu opressor era o que lhe
garantia a sobrevivência.
Lembrei-me então das palavras de Jesus Cristo:
João 8.36
se o
Filho vos libertar verdadeiramente sereis livres.
Um senhor entrou numa dessas igrejas que anunciam os
números dos hinos que vão ser cantados, numa tabuleta que fica ao lado do
púlpito. O pregador percebeu que o homem não desviava os olhos da frente,
olhava firmemente para o púlpito onde estava o pregador.
No fim do culto o
pregador, ao cumprimentar o homem, disse que estava muito contente porque viu
que ele esteve o tempo todo muito atento ao que o pregador dizia.
- Que nada,
disse o homem, eu passei o tempo todo tentando fazer umas milhares com aqueles
números que estavam na frente para jogar no bicho amanhã. Não ouvi uma só
palavra do que o senhor disse.
Salomão sabia das coisas:
Provérbios 2.1
filho meu, se aceitares
as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para ficarem
atentos à sabedoria os teus ouvidos para inclinares o teu coração ao
entendimento
A patroa mandou a empregada lavar um copo. Ela saiu e
voltou com o copo cheio de manchas. A patroa olhou e perguntou,
mas você não
lavou o copo?
- lavei sim sora, lavei por fora.
Aqui me lembrei do profeta Jeremias:
Jeremias 4.14
lava o teu
coração da malícia... até quando hospedarás contigo os teus maus
pensamentos?
E também do que disse o próprio Cristo:
Mateus 23.26
fariseu cego,
limpa primeiro o interior do copo, para que o exterior também fique
limpo
É comum nas queimadas, depois que as chamas se apagam,
encontrarem-se ninhos de passarinhos, principalmente rolinhas, com a ave
carbonizada e, tendo sob as asas seus filhotes.
Lembrei-me do lamento de Jesus sobre Jerusalém:
Mateus 23.37
Jerusalém, Jerusalém que matas os profetas e apedrejas os que te foram
enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos como a galinha ajunta os
seus pintainhos debaixo das asas e vós não o quisestes!
Em 1946 fui a São Paulo pela primeira vez. O São Paulo ia
disputar uma final do campeonato paulista com o Corinthians. Nunca tinha ido a
São Paulo, não conhecia nada, mas como eu ia com um colega de trabalho que
tinha uma irmã que morava no Brás em São Paulo, eu me senti mais animado.
Tomamos um trem que passava em Conchas às duas horas da manhã. Chegamos a São
Paulo às sete horas. Quando desembarcamos, o Antoninho me disse - eu não sei ir
na casa de minha irmã sozinho. Mas você sabe ler, então será mais fácil saber
que bonde a gente tem que pegar.
Só agora que ele disse que era analfabeto! Se
dissesse antes da gente sair de casa talvez a gente nem fosse assistir ao jogo.
Agora sim. Estamos bem aviados, que é como se dizia antigamente quando a gente
estava "no mato sem cachorro".
Ele não sabe ler eu não conheço nada
de São Paulo, como vai ser a nossa vida? Com muito custo ele lembrou do nome do
bonde - Penha-Lapa, nome da rua de que não me lembro agora.
Tomamos o bonde ali
mesmo perto da estação Júlio Prestes e com o auxílio do motorneiro, descemos na
esquina da bendita rua, uma travessa da rua Bresser. No outro dia saímos cedo e
fomos ao Pacaembu, agora já ciceroneados por um sobrinho do Antoninho.
Entramos
no Pacaembu às nove horas e saímos, ou melhor conseguimos sair às oito da
noite, cansados, famintos, tensos, mas alegres - 2 x 1 pro São Paulo - campeão
paulista de 1946.
Mas quando estávamos na estação, chegando a São Paulo e
quando o Antoninho me disse que não sabia ir sozinho à casa da irmã, quando vi
que ele estava confiando em mim, que sabia ler, me vieram à mente as palavras
de Jesus:
Mateus 15.14
Deixai-os, são cegos guiando outros cegos, ora se um cego guiar
outro cego ambos cairão no barranco
Viram como a gente pode aplicar os ensinos da Bíblia nas
mais variadas circunstâncias da vida!
Por Samuel Barbosa