O antídoto contra o egoísmo: como pensar nos outros pode revolucionar sua vida – Estudo Bíblico sobre Altruísmo


Texto básico: 1 Pe 3.8-12

INTRODUÇÃO

A palavra altruísmo provém do latim alter — que significa outro. Fraternidade provém da palavra latina frater — que significa irmão. Já pelo sentido dos termos, podemos ter ideia do assunto da lição, que tem que ver com o outro (o próximo) e o irmão.

Altruísmo, o oposto de egoísmo, é a virtude que nos leva a pensar nos outros e a tê-los na devida consideração. E fraternidade é a busca do convívio amigo com todos, especialmente com os irmãos na fé.

Cremos ser importante este estudo, porque o adolescente está vivendo um período da vida em que pensa muito em si mesmo e começa a se interessar pelo relacionamento com as outras pessoas. E essas virtudes são traços destacados do caráter cristão.

1 - VOCÊ E OS OUTROS

Altruísmo é uma virtude pessoal, como o egoísmo é um defeito pessoal. Para cultivar essa virtude é preciso levar em consideração alguns fatos muito importantes:

a) Você é parte de um todo chamado humanidade. Os outros não são coisas ou objetos. São seres humanos exatamente como você. Têm necessidades e aspirações semelhantes às suas. E você sabe muito bem que depende dos outros.

Em casa, precisa dos pais para poder alimentar-se, vestir-se, estudar, divertir-se; é deles, também, que recebe a educação e o exemplo. 

Fora de casa, depende do motorista do ônibus, que o conduz à escola; do professor, que lhe ministra o ensino, do balconista, que o atende na loja; enfim, sem os outros você não poderia viver, porque neste mundo somos todos dependentes uns dos outros.

O altruísmo considera esse fato: todos somos iguais como criaturas de Deus. Quem assim compreende os outros, mais facilmente pode vencer o egoísmo e a vaidade.

b) Os outros são tão importantes para Deus quanto você. Às vezes, nós agimos como se fôssemos o centro deste mundo. Na verdade, cada um de nós é importante. Você é importante diante de Deus. Por amor a você. Ele mandou Seu Filho ao mundo para morrer na cruz. Mas você não é o único por quem nosso Pai fez isso. Ele amou ao mundo todo.

E todo mundo para Deus é importante. Deus não faz distinção das pessoas, como fazemos. O Criador vê em cada um a alma que criou, e o que pode fazer de cada uma: um filho Seu. Diante de Deus todos somos iguais e igualmente importantes.

c) A prática do altruísmo. Em Fp 2.3,4, Paulo apresenta algumas recomendações, que nos ajudam a praticar este ensino sobre altruísmo: "Nada façais por partidarismo ou vanglória" evitemos tomar partido de uns contra outros, ao mesmo tempo em que coloquemos de lado o desejo de nos elevarmos acima das outras pessoas; "mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo" — vejamos nos outros suas boas qualidades, especialmente aquelas em que as pessoas se destacam; não tenhamos receio de reconhecer nelas virtudes maiores do que as nossas, quando elas existirem.

"Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros" — olhemos mais para as outras pessoas, vendo suas qualidades, para exaltá-las, e suas necessidades, para ajudá-las.

2 - VOCÊ E OS IRMÃOS

Também, para a prática da fraternidade, precisamos levar em consideração alguns fatos muito importantes:

a) Você é parte do corpo de Cristo, que é a igreja. Você precisa da igreja. E a igreja conta com você. Ela é a sua família maior. Por isso, os membros da igreja se tratam como irmãos. Não existe igreja de uma pessoa só. A palavra "igreja" significa, no original, reunião de pessoas, assembleia, congregação.

Um crente fora da igreja é como o braço e a perna fora do corpo. Leia o que Paulo diz em 1 Co 12.12-27, e medite na lição que ele deixa ao final: "Ora, vós sois corpo de Cristo, e, individualmente, membros desse corpo" — v. 27.

b) O bom relacionamento com os irmãos depende de você, que é parte da igreja. Você não pode isolar-se da igreja. Em parte, ela é o que você é. Se você deseja que seus irmãos sejam seus amigos, torne-se amigo deles.

Se quer ser amado por eles, ame-os; se quer ser compreendido, compreenda-os. E não espere que os outros tenham a iniciativa. 

Procure os irmãos. Converse com eles. Interesse-se por eles. Na medida do possível, ajude-os. Assim fazendo, estará contribuindo para que a sua família maior seja um verdadeiro paraíso aqui na terra.

c) A prática da fraternidade. O texto básico, de 1 Pe 3.8-12, traz algumas instruções práticas, que nos ajudam a manter o espírito fraterno.

Algumas virtudes devem ser postas em prática, para isso: harmonia (igual ânimo), compreensão (compadecidos e misericordiosos), humildade (humildes), perdão (não pagando mal por mal), autocontrole (refreie a sua língua do mal), bondade (pratique o que é bom), mansidão (busque a paz), oração (e os seus ouvidos abertos às suas súplicas).

A regra mais prática e objetiva para um bom relacionamento foi dada por Jesus, em Lc 6.31: "Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles".

3 - OS BENEFÍCIOS PARA VOCÊ

"É dando que se recebe", disse Francisco de Assis, certamente pensando no que Jesus disse: "Dai e dar-se-vos-á" — Lc 6.38.

À medida que você pratica o altruísmo e a fraternidade, vai recebendo, como resultado natural, muitos benefícios. Dentre esses benefícios, podemos destacar os seguintes:

a) Paz com os outros. Quem procura o bem acha o bem. Se você procura estar em harmonia com os irmãos, se evita a vingança, se procura não falar mal das pessoas, se se esforça por um bom relacionamento com amigos, colegas e irmãos, com poucas exceções, você será sempre uma pessoa querida, bem aceita e respeitada pelos outros. E é muito bom ter amigos e pessoas que nos queiram bem.

b) Paz com Deus. "Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos" — 1 Pe 3.12. Deus se agrada daqueles que procuram viver em paz com os outros. Pedro chega a dizer que os ouvidos de Deus estão abertos às suas súplicas. 

Que bom saber que Deus está satisfeito com a gente! Você não acha que vale a pena esforçar-se por manter a paz com os outros para poder estar em paz com Deus? Essa é a verdadeira felicidade.

e) Paz de consciência. Quem está em paz com as pessoas e com Deus, consequentemente irá ter paz de consciência.

Viver em paz consigo mesmo é uma das melhores receitas da felicidade. Quem não tem paz de consciência vive sempre com medo e não é feliz. Quem está em paz com a consciência não teme nada, porque sabe que tem a aprovação de Deus.

Conhecemos uma pessoa que nunca se preocupa em estar em boas relações com os outros. Pelo contrário, por causa de seu temperamento, costuma ofender e maltratar as pessoas. Com o tempo, foi perdendo os amigos.

Hoje, já envelhecida, reclama dos outros, que não a visitam nem a procuram. Está sozinha e triste. Não fora o espírito piedoso de um parente, não teria nem quem cuidasse dela. Seu egoísmo e sua falta de mansidão trouxeram-lhe uma velhice muito infeliz. 

Nós colhemos aquilo que plantamos. Quem plantou o bem, colhe o bem. Quem procurou a paz, encontrou-a. Quem fez amigos durante a vida, sempre os terá à sua volta.

Há um pensamento que diz: "Sempre fica um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas".

CONCLUSÃO

Paulo disse que o amor é o resumo de toda a lei" — Rm 13.9,10. E é o amor que está faltando no relacionamento entre as pessoas, a julgar pelos fatos sociais que a imprensa e outros meios divulgam. Parece que há mais ódio do que amor nos corações das pessoas. 

Houvesse amor e haveria paz. É o amor que constrói e resolve, neste mundo, conforme se diz neste soneto:

Se contra alguém você guarda rancor,
e a consciência de culpa, então, o envolve,
procure amar a quem lhe causa dor.
Para o seu caso só o amor resolve.

Se algum irmão pecar, seja quem for,
criticar não ajuda – só dissolve.
Vá exortá-lo, com sincero amor,
pois, nesse caso, só o amor resolve.

Se vir alguém aflito, não prossiga.
Pare, e lhe diga uma palavra amiga.
Fale que Cristo a calma lhe devolve.

Se você quer viver em paz, irmão,
procure amar e ter compreensão,
pois só o amor, somente o amor resolve

Autor: Thiago Rocha


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