Gálatas 6.6
O que está sendo instruído na palavra faça participante de todos os seus bens aquele que o instrui.
1. A mordomia missionária da igreja
Em tempos mais recentes, as igrejas do Senhor foram reanimadas em seu dever missionário. Por muitos séculos, permaneceram adormecidas, satisfeitas consigo mesmas, sem se importar com a sorte de milhões sem Cristo. Com a ida de William Carey à Índia, os cristãos evangélicos foram despertados de sua indiferença, e as igrejas começaram a sentir um novo impulso.
A missão da igreja
A missão principal de uma igreja é evangelizar. Quando ela perde isso de vista, perde sua razão de ser. Nenhuma igreja poderá se manter forte e vigorosa se não colocar como sua prioridade a necessidade de buscar os perdidos e levá-los ao conhecimento de Cristo.
A visão dos campos
Mordomia e missões são inseparáveis. Podemos chamá-las de irmãs siamesas: vivem tão intimamente relacionadas que isolá-las seria matá-las. A mordomia fornece os recursos para o avanço missionário, enquanto as missões oferecem o estímulo para a prática crescente da mordomia.
Igrejas doutrinadas na mordomia são igrejas missionárias, onde o povo contribui com prazer. Igrejas bem informadas sobre as necessidades do campo missionário são lugares onde a mordomia se manifesta na entrega de vidas e de recursos.
Se nossas igrejas realmente tiverem a visão dos campos brancos para a ceifa, e se os crentes se conscientizarem de que não pertencem a si mesmos, o problema financeiro delas estará a caminho de uma solução. Se o amor de Deus está em nossos corações, não poderemos deixar de contribuir com alegria e liberalidade para que o evangelho seja anunciado.
2. A igreja e suas finanças
O apóstolo Paulo apresentou um plano financeiro que, se adotado por nossas igrejas, produzirá os mais benéficos resultados. Referindo-se à coleta para os crentes em Jerusalém, ele diz:
1 Coríntios 16.2
No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar.
Esse plano serve perfeitamente como modelo para nossas contribuições regulares. Nossa contribuição deve ser:
a) Periódica: "No primeiro dia da semana". Para nossa realidade, podemos pensar em uma frequência mensal ou sempre que recebermos nossos rendimentos. Assim como temos despesas fixas todo mês, a igreja também tem compromissos que precisam ser honrados.
b) Pessoal: "Cada um de vós". A igreja deve incentivar cada um de seus membros a participar da contribuição. O ideal é que o crente seja instruído na graça de contribuir desde o início de sua caminhada, assumindo o compromisso de ajudar a sustentar o trabalho.
c) Proporcional: "Conforme a sua prosperidade". Se vamos usar um método proporcional, por que não aquele que Deus mesmo colocou no coração dos patriarcas e ordenou na lei? O dízimo é uma proporção razoável para começar, lembrando sempre que ele é um ponto de partida, e não a meta final da generosidade cristã.
3. Por que contribuir para a igreja
Existem razões profundas que devem nos motivar a sustentar a obra de Deus com alegria.
Por gratidão
A igreja é a instituição que Deus estabeleceu para a propagação do evangelho. Foi através dela que chegamos a Cristo. A melhor maneira de expressarmos nossa gratidão a Deus pela salvação é sustentando nossa igreja, para que outros, por meio dela, também desfrutem dos mesmos privilégios.
Por respeito
Paulo compara a igreja à noiva de Cristo, a quem Ele amou e por quem se entregou sem reservas (Efésios 5.25-27). No livro de Apocalipse, a igreja é a noiva adornada, preparada para a vinda do noivo. Essas imagens revelam o altíssimo valor que a igreja tem para Deus.
Se Cristo deu tudo por sua igreja, como poderíamos nos negar a auxiliar em seu sustento? Como permitiremos que a noiva de Cristo ande em andrajos que desonrem seu divino noivo? Se temos respeito pela igreja que Cristo comprou com seu próprio sangue, faremos tudo para mantê-la de modo que tenhamos orgulho de pertencer a ela.
Para o sustento do ministério
Para que a igreja possa alimentar seus membros espiritualmente, ela precisa de uma estrutura e, acima de tudo, de um ministro dedicado ao bem das almas. Tudo isso requer recursos, e o crente deve ter prazer em sustentar dignamente aqueles que se consagram ao cuidado pastoral.
O ideal de toda igreja deve ser o sustento integral e digno de seu obreiro. Precisamos valorizar o ministério pastoral em tempo integral, pois um "pastor de horas vagas" dificilmente consegue realizar todo o trabalho que uma igreja requer para seu crescimento e aperfeiçoamento.
O Novo Testamento é claro sobre a obrigação dos crentes de sustentarem o ministério. O Senhor Jesus, ao enviar os setenta, disse: "digno é o obreiro do seu salário" (Lucas 10.7). Paulo reforça: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho" (1 Coríntios 9.14).
"A única provisão que Deus fez para o sustento do seu ministério, desde o princípio do evangelho e da religião organizada, é o dízimo do crente."
- W. C. Taylor
Lista de estudos da série
1. Seu corpo, morada de Deus: Como honrar ao Criador com sua saúde e hábitos – Estudo Bíblico sobre a Mordomia do Corpo
2. A batalha pelos seus pensamentos: Como cultivar uma mente e espírito que glorificam a Deus – Estudo Bíblico sobre a Mordomia da Mente
3. O poder silencioso do seu exemplo: Como sua vida impacta o Reino de Deus – Estudo Bíblico sobre a Mordomia da Influência
4. Portas abertas por Deus: Como reconhecer e aproveitar cada chance para o Reino – Estudo Bíblico sobre a Mordomia das Oportunidades
5. O recurso irrecuperável: Como usar cada minuto para a glória de Deus – Estudo Bíblico sobre a Mordomia do Tempo
6. Mais que um dia de folga: Como o descanso bíblico renova sua fé e suas forças – Estudo Bíblico sobre o Propósito do Domingo
7. Dinheiro como ferramenta do Reino: Os segredos para administrar seus recursos com sabedoria – Estudo Bíblico sobre a Mordomia dos Bens
8. A raiz da fidelidade: A origem e o propósito do dízimo antes de Cristo – Estudo Bíblico sobre o Dízimo no Antigo Testamento
9. Mais que obrigação, um ato de amor: O que Jesus e os apóstolos ensinaram sobre o dízimo – Estudo Bíblico sobre o Dízimo no Novo Testamento
10. A prova da bênção: Por que a prática do dízimo transforma a vida do crente – Estudo Bíblico sobre a Experiência do Dízimo
11. Indo além dos 10%: Descubra a alegria de dar com um coração sacrificial – Estudo Bíblico sobre a Graça da Liberalidade
12. Sustentando a noiva de Cristo: Seu papel vital no avanço da igreja local – Estudo Bíblico sobre a Mordomia e a Igreja