Hino 220 - Plena dedicação

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1. Sobre a cruz Jesus comprou-me, 
Corpo e alma, todo o ser.
Hoje e sempre, inteiramente,
Quero a ele pertencer.
Meu Senhor! Meu Senhor!
Sempre a ti pertencerei.

2. Os meus olhos guia sempre,
Consagrando-os a Jesus!
Da vaidade bem distantes,
Faze-os ver celeste luz.

3. Oh! Dispõe o meu ouvido 
A fechar-se a todo mal,
Atendendo ao teu ensino
Com respeito filial.

4. Torna, ó Deus, a língua serva
De Jesus, meu grande Rei!
Põe palavras nos meus lábios,
E teu Nome exaltarei.

5. Minhas mãos, Senhor, emprega
No serviço que convém,
Diligentes para o Mestre,
Trabalhando em todo o bem!

6. Os meus pés sustenta sempre,
Firmes, nos caminhos teus.
Nos sagrados mandamentos
Consolida os passos meus.

7. Que ventura pertencer-te!
Ouve a minha petição:
Vem, Senhor, supremo Amigo,
Dominar meu coração!


Informações
Letra: Sarah Poulton Kalley, 1877
Música 1: William Batchelder Bradbury, 1862
Música 2: Joachim Neander, 1650 - 1680

Ênfase do hino: O hino enfatiza a consagração total ao Senhor Jesus, que comprou o cantor com o seu sangue na cruz. O cantor declara a sua vontade de pertencer inteiramente ao Senhor, e pede para que Deus o guie em todas as áreas de sua vida.

Teologia do hino: O hino fala sobre a obra redentora de Jesus na cruz, que comprou o cantor com o seu sangue. A partir disso, o cantor declara a sua vontade de consagrar todo o seu ser ao Senhor, desde os olhos até os pés. O hino também destaca a importância da obediência e submissão ao Senhor, e a disposição para servi-lo em todas as áreas da vida.

Textos bíblicos: 
- "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." (Romanos 5:8)

- "Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês." (Romanos 12:1)

- "Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram." (2 Coríntios 5:14)

Metáforas e simbologia: 
- "Corpo e alma, todo o ser" - A consagração total ao Senhor é simbolizada pelo oferecimento de todo o ser, tanto o corpo quanto a alma.

- "Celeste luz" - A luz é simbólica da verdade e da orientação que o Senhor traz para a vida do cantor.

- "Serva" - A língua é simbólica do serviço que o cantor presta ao Senhor, e a disposição para falar palavras que exaltam o seu nome.

Aplicação prática: O hino nos convida a consagrar toda a nossa vida ao Senhor, seguindo o exemplo de Jesus que se entregou na cruz por nós. Devemos buscar a orientação do Senhor em todas as áreas de nossa vida, e estar dispostos a servi-lo em todo o tempo. Também devemos cultivar a obediência e submissão ao Senhor, sempre buscando a sua vontade em nossas vidas.

Quando cantar: O hino é apropriado para ser cantado em momentos de adoração e consagração, como em cultos de consagração, de entrega ou de renovação de votos. Também pode ser cantado em momentos de reflexão sobre a obra redentora de Jesus na cruz e a importância da consagração total ao Senhor.

História
Este belíssimo e original poema de D. Sarah Poulton Kalley foi escrito em 1877, ano de muitas produções de hinos. Aparece na edição de 1959 do "Salmos e Hinos" já com as sete estrofes originais e associado à música de Bradbury que, nessa edição, tem o título "Yacatan" e não o atual "Even me". 

O texto está relacionado com I Coríntios 6.15: "Não sabeis que vossos corpos são de Cristo?". E D. Sarah inicia o poema: "Sobre a cruz Jesus comprava nossos membros, todo o ser". 

A Comissão do "Salmos e Hinos" encarregada da última edição, de 1975, transformou o texto para a forma que nós usamos: "Sobre a cruz Jesus comprou-me, corpo e alma, todo o ser". 

Na tentativa de unificação de nossa hinologia, a Confederação Evangélica do Brasil inclui este hino no "Hinário Evangélico" desde a edição preliminar de 1952 com o texto: "Sobre a cruz Jesus salvou-nos, corpo e alma, todo o ser", texto este também usado no hinário "Seja Louvado". ("Seja Louvado"... Igreja Presbiteriam Unida São Paulo... Newark, NJ, 1972. Hinário bilíngüe, editado por João W. Faustini)

A seqüência da Plena Dedicação passa nas sete estrofes através da dedicação de todo o ser, olhos, ouvidos, língua, mãos, pés e coração.

Duas músicas estão associadas a este hino: a primeira, já referida, de Bradbury (v. hino n° I 17) e a segunda "Meine Hoffnung", de Joachim Neander (v. hino n° 4), D. Sarah Poulton Kalley (v. hino n° 19) tem seu nome relacionado diretamente ao hinário pioneiro "Salmos e Hinos", manancial que nutre tantos outros hinários brasileiros, inclusive o nosso "Novo Cântico". 

A origem remota desse hinário mostra um ateu, um médico escocês chamado Dr. Robert Reid Kalley. Sua fria ciência não o deixava perceber um Deus Onipotente e Criador. 

Foi necessário o testemunho de uma de suas clientes mais idosas, crente fervorosa que, pela sua atitude de louvor mesmo quando se aproximava a morte, impressionou sobremaneira o seu médico e o levou ao conhecimento da Bíblia e posteriormente à conversão (Continuaremos na página 339).

Dr. Kalley estudou Teologia e resolveu ser missionário. Sua esposa, D. Margareth Crawford de Paisley Kalley tinha saúde precária e o casal foi para a Ilha da Madeira onde o clima era mais favorável.

Durante oito anos, de 1838 a 1846, o Dr. Kalley exerceu uma atividade missionária assistencial e educacional. Ali foram produzidos os primeiros hinos em português. 

Uma perseguição religiosa sem precedentes obrigou o Dr. Kalley a deixar a ilha, em situação dramática, e abandonar as escolas e o hospital que fundou e manteve com tanto esforço e dedicação.

Até os livros religiosos, bíblias e outros escritos, foram queimados em praça pública. Em 1851 o Dr. Kalley perdeu sua esposa. 

Um ano depois, em segundas núpcias, casa-se com D. Sarah Poulton Kalley. Vem para o Brasil em 1855, dando início ao ministério a que nos referimos no hino n° 19. A primeira edição do "Salmos e Hinos" data de 1868 e tem, em sua "Advertência", algumas preciosidades que aqui transcrevemos: 

"Aconselha-se a todos de nunca forçar a voz; melhor é cantar com demasiada brandura do que com aspereza. Lembramos também que suposto convenha haver muita solenidade e reverência no modo de cantar louvores ao Altíssimo Deus, todavia o costume de pronunciar as palavras com grande lentidão não corresponde à santa alegria que deve caracterizar o culto dos Remidos pelo precioso sangue de Cristo. A principal coisa, porém, é tributar a Deus o verdadeiro louvor do coração; e bem triste será se, pelo uso deste livrinho, alguém for induzido a prestar maior atenção à música do que as palavras que se expressam por meio dela. O desejo ardente do compilador destas harmonias é que resulte do emprego delas maior facilidade e perfeição no modo de entoar os louvores daquele grande Salvador a quem devemos consagrar os melhores poderes e faculdades da vida, por ele tão maravilhosamente abençoada". (Braga, Henriqueta Rosa Fernandes. "Salmos e Hinos, sua origem e desenvolvimento". Rio de Janeiro, I. Evangélica Fluminense, 1983, p. 28.)
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