A inegável décima parte (3) - O Dízimo depois da Lei


O dízimo depois da Lei - Este é o ponto principal, embora pareça o mais obscuro para alguns. Há mesmo os que afirmam não existir qualquer "doutrina sôbre o dízimo" no Novo Testamento. Felizmente ela existe na minha Bíblia e a considero particularmente para mim.

Leiamos Mateus 23:23, onde temos as palavras de Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas sem omitir aquelas". Compare com Lucas 11:42.

Ora, se omitir é deixar de fazer, logo, ao dizer Jesus, devíeis fazer estas coisas (praticar a justiça, a misericórdia e a fé) sem omitir aquelas (o dízimo), ele exorta aqueles religiosos a dar o dízimo de tudo, mas não julgar isto como o suficiente, porém praticar também a justiça, a misericórdia e a fé, que são preceitos bem mais importantes.

Seria absurdo admitirmos que Deus estabelecesse regras de contribuição (dizimo) para manutenção do ministério sacerdotal no tempo da lei e nada tivesse determinado para a atual dispensação cujo ministério é mais glorioso (2 Cor. 3:7-1l).

Como poderíamos entender passagens bíblicas como estas: "Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus"? (Mc. 12:17). "Assim ordenou o Senhor aos que pregam o Evangelho, que vivam do Evangelho"? (1Co. 9:14).


Na primeira citação, o que é de César são os impostos e o que é de Deus o que será? Na segunda "vivam do Evangelho", o que poderia o Evangelho produzir para a subsistência dos que o pregam, se Deus não estabelecera norma alguma de contribuição no Novo Testamento?

E porque Deus assim ordenou, se não tem o direito de fazê-lo? E como teria tal direito, se o mandamento era apenas para os dias da lei?

Isto é muito claro sobretudo à mente cristã, iluminada pelo Espírito Santo.

Se os textos citados, e outros contidos no Novo Testamento representarem ensino insuficiente a respeito do dízimo na era cristã, temos a considerar duas razões por que Cristo e os apóstolos não insistiram mais no assunto:

a) Em relação aos judeus, a quem Cristo ministrou diretamente, não havia necessidade de enfatizar esta doutrina, visto que eles a praticavam escrupulosamente, chegando mesmo a se gloriarem disso. (Lc. 18:I1 e 12; Mt. 23:23).

Jesus apenas os advertiu a não desprezarem os outros preceitos implícitos da lei a respeito da justiça, da misericórdia e da fé, pois realmente não há razão para desprezarmos uma parte, pelo fato de obedecermos a outra. A obediência que devemos a Deus é integral, e não é nada de mais obedecê-lo de coração e por inteiro.

b) Em relação aos cristãos, também tornou-se desnecessário um ensinamento insistente a respeito de contribuições pois estes, cheios do Espírito Santo, transbordando de amor a Deus e ao Seu trabalho, não se limitavam só dízimo e ofertas "rotineiras".

Foram além: vendiam propriedade e bens trazendo o produto aos pés dos apóstolos; então se distribuía a qualquer um na medida das necessidades. (At. 4:32-35)

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