Salmos 72:17
Todos aqui sabem que o nome que “dura para sempre” é o de Jesus Cristo.
Os seres humanos sempre tentaram criar obras eternas, mas a história é um cemitério de suas ambições fracassadas. Os construtores da Torre de Babel disseram: “Isso vai durar para sempre”. Mas Deus confundiu sua linguagem, e a torre se tornou um monumento à sua tolice.
Os faraós ergueram suas pirâmides, declarando: “Elas permanecerão para sempre”. E, de fato, elas ainda estão de pé, mas o tempo, lentamente, as devora. O mesmo acontece com os templos, as cidades e os impérios mais orgulhosos da humanidade.
Onde estão Nínive e Babilônia? Onde estão os milhões que marcharam pelos portões de Tebas ou os vastos exércitos dos imperadores romanos? Eles se foram. Roma, a autoproclamada “cidade eterna”, viu seu brilho se apagar.
O homem chama suas obras de eternas; Deus as chama de passageiras. O homem as constrói sobre o que ele pensa ser rocha; Deus revela que é apenas areia. Com um sopro, Deus desfaz o que levou séculos para ser construído.
Por isso, é um alívio saber que existe algo que realmente durará para sempre. É sobre esse algo que vamos falar: "O seu nome permanecerá eternamente".
Vamos explorar essa verdade em três partes: primeiro, a religião do seu nome durará para sempre; segundo, a honra do seu nome durará para sempre; e terceiro, o poder do seu nome durará para sempre.
1. A fé em seu nome durará para sempre
Muitos líderes e fundadores de movimentos religiosos sonharam com a eternidade para suas ideias. Mas a história mostra que a maioria deles foi como a planta de Jonas: cresceu em uma noite e desapareceu na seguinte.
Até mesmo as filosofias que se dizem baseadas na "razão" mudam a cada geração. O ceticismo de cem anos atrás, liderado por figuras como Voltaire, não é o mesmo de hoje. As formas de incredulidade mudam de roupa, mas a sua essência de se opor a Cristo permanece.
Sobre todos esses sistemas, podemos escrever: "passageiro", "frágil", "temporário". Mas sobre a fé em Cristo, a Palavra declara: “O seu nome durará para sempre”. E por que temos tanta certeza disso?
Primeiro, quando foi que essa fé não existiu? Seus críticos apontam para o nascimento de Cristo como o início, mas isso é um erro. A mensagem do evangelho já existia muito antes de Belém. Ela estava presente nos sacrifícios do templo, no deserto com Moisés.
Mais do que isso, ela estava no Jardim do Éden, quando Deus prometeu que "a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente". Enquanto outras religiões têm um ponto de partida claro na história, a fé no Redentor prometido é a história mais antiga da humanidade. Se ela é a primogênita, não faz sentido que seja a última a permanecer?
Segundo, o que poderia substituí-la? Se o cristianismo desaparecesse, o que colocaríamos em seu lugar? Voltaríamos a adorar ídolos de madeira e pedra? Adotaríamos a superstição ou rituais vazios que não podem transformar o coração?
Alguém poderia sugerir o ateísmo ou o materialismo. Mas o que a história nos mostra quando sociedades abandonam Deus? Vimos o caos e o terror na Revolução Francesa. Vemos hoje o vazio de uma vida focada apenas no aqui e agora. Nada que o mundo oferece se compara à justiça, ao amor e à esperança encontrados em Cristo.
Terceiro, como você conseguiria destruí-la? Pela perseguição? Já tentaram. As arenas romanas, as fogueiras da Inquisição e os regimes totalitários do século XX são testemunhas. Mas a cada mártir, a fé parecia se fortalecer. O sangue dos mártires sempre foi a semente da Igreja.
Talvez com meios mais "gentis"? Com argumentos? A fé bíblica sobreviveu a 2000 anos de críticas e ataques filosóficos. A Bíblia continua sendo o livro mais vendido e traduzido do mundo. O evangelho que Agostinho defendeu e Calvino pregou é o mesmo que transforma vidas hoje. Você não pode destruir o amor que temos por este nome.
Por fim, o que seria do mundo sem ele? Se você pudesse apagar o nome de Jesus da história, o que restaria? A civilização ocidental, com seus conceitos de dignidade humana, justiça e compaixão, desmoronaria. Nossas escolas, hospitais e instituições de caridade perderiam sua raiz.
E, mais importante, onde estaria nossa esperança de eternidade? Onde encontraríamos consolo diante da morte? O mundo seria um lugar escuro e sem esperança. Mas não precisamos temer, pois a promessa é certa: “O seu nome durará para sempre”.
Aplicação Prática
- Construa sua vida sobre a rocha: Não se deixe abalar pelas tendências culturais ou novas filosofias que surgem a cada dia. Ancore sua vida na verdade eterna do evangelho, que nunca muda.
- Confie na soberania de Deus sobre a história: O Reino de Cristo não está em perigo. Mesmo quando as coisas parecem sombrias, lembre-se de que a promessa de Deus é que o nome de Jesus prevalecerá.
- Seja parte da história eterna: Ao viver e compartilhar sua fé, você não está apenas participando de um movimento passageiro, mas construindo algo que durará para a eternidade.
2. A honra do seu nome durará para sempre
Os céticos já declararam a morte do cristianismo muitas vezes. Voltaire disse que vivia no "crepúsculo do cristianismo". Ele estava certo, mas errou o tipo de crepúsculo: não era o da noite que chega, mas o que precede o amanhecer de um dia glorioso.
A honra do nome de Jesus nunca desaparecerá. E eu vou te dizer por quê, em uma escala crescente.
Enquanto houver um único pecador na terra que foi transformado pela graça, o nome de Jesus será honrado. Enquanto houver uma pessoa que lavou suas vestes no sangue do Cordeiro, ela não se calará. Não podemos parar de honrar o nome que nos deu vida.
Mas e se todos os crentes se calassem? A honra de Jesus cessaria? Não. A própria criação continuaria a louvá-lo. O sol lideraria o coro. A lua tocaria sua harpa de prata. As estrelas dançariam em sua homenagem. Os oceanos cantariam sua grandeza e os trovões proclamariam seu poder.
E se o universo inteiro desaparecesse, a honra de Jesus se perderia? Não. Olhe para cima, para o céu. Os santos glorificados, um exército incontável de redimidos, cantam dia e noite diante do seu trono, honrando o Cordeiro que foi morto.
E se até eles se calassem? A honra de Jesus chegaria ao fim? Ainda não. Pois os anjos, serafins e querubins, que nunca pecaram, continuariam a clamar "Santo, Santo, Santo é o Senhor", honrando o Filho em perfeita adoração.
E se até os anjos desaparecessem? Se o silêncio tomasse conta de toda a existência? A honra de Jesus se extinguiria? Jamais! Pois a própria Trindade continuaria existindo. O Pai eternamente honraria o Filho, e o Espírito eternamente glorificaria o Filho. Seu nome está gravado nas rochas da eternidade.
Aplicação Prática
- Junte-se ao coro universal: Sua adoração aqui na terra não é um evento isolado. É sua participação no coro eterno que ecoa por toda a criação e pelo céu.
- Ouça a criação: Na próxima vez que você olhar para um céu estrelado ou para a imensidão do mar, lembre-se de que eles estão declarando a glória do seu Criador. Deixe que a natureza o inspire a adorar.
3. O poder do seu nome durará para sempre
Qual é o poder deste nome? Deixe-me mostrar duas cenas.
Primeiro, veja o ladrão na cruz. Ele está a minutos da morte e do inferno. Seu coração está endurecido por uma vida de crimes. Sua mente está em agonia. Não há esperança para ele. Mas então, ele olha para o lado e sussurra: "Jesus, lembra-te de mim".
O que acontece em seguida? O olhar de desespero é substituído por um sorriso de paz. O coração de pedra se torna um coração puro. A condenação dá lugar à justificação. Momentos depois, ele está no paraíso. Esse é o poder de salvação do nome de Jesus, e ele nunca diminuirá. Aquele que salvou o ladrão no último minuto pode salvar qualquer pessoa, a qualquer momento.
Agora, veja outra cena: um crente em seu leito de morte. Não há medo em seus olhos. Há fraqueza, talvez dor, mas também uma paz que o mundo não pode entender. Você pergunta: "O que te dá essa calma?". Ele sussurra: "Jesus".
Sua memória falha. Ele não reconhece mais sua esposa ou seus amigos mais queridos. Mas se você sussurrar em seu ouvido: "Você conhece o nome de Jesus?", seus olhos se iluminam, e um sorriso celestial toma conta do seu rosto. Esse é o poder de conforto do nome de Jesus, que nos leva em segurança através do vale da morte.
Conclusão
No final, não me preocupo se o meu nome será lembrado. Como disse o grande evangelista George Whitefield: "Que o meu nome pereça, mas que o nome de Cristo dure para sempre". Amém a isso!
Amo minha igreja, mas digo: que minha placa de igreja desapareça, mas que o nome de Cristo dure para sempre. Amo minha nação, mas que as fronteiras e as bandeiras um dia se dissolvam em uma grande fraternidade cristã, e que o nome de Cristo dure para sempre.
Amo a sã doutrina que prego, mas se houver algo nela que desonre a Cristo, que isso também pereça, mas que o nome de Cristo dure para sempre!
Tudo se resume a isso. Minhas últimas palavras para vocês são estas: Jesus! Jesus! Jesus! Coroem-no Rei de todos!
Adaptado do sermão "The Eternal Name", pregado por C. H. Spurgeon em 27 de maio de 1855, no Exeter Hall, Strand, Londres.
