Êxodo 14
Não é difícil encontrarmos alguém reclamando por não ter uma roupa nova para sair ou não ter dinheiro para comprar um doce ou ir ao cinema. Todos sabemos que essas coisas não são essenciais, embora sejam importantes para nós.
O mesmo não se pode dizer a respeito de ter o que comer no almoço, ou um cobertor no inverno. Chamamos essas necessidades de básicas à sobrevivência, e há muitas pessoas que não conseguem supri-las.
O que Deus tem a dizer acerca das nossas necessidades básicas e não-básicas? Podemos esperar alguma coisa dele? O estudo bíblico de hoje tem muito a nos ensinar.
A viagem dos filhos de Israel do Egito para Canaã seria longa. O povo andava lentamente e ainda seria necessário ir até o Sinai como o Senhor determinara.
Eles saíram apressadamente e as provisões de comida logo acabaram. Como sobreviver no deserto? Não havia onde conseguir comida, muito menos como plantar.
Será que foi um erro sair do Egito? Iriam todos morrer de fome no deserto? De jeito nenhum. Deus estava conduzindo o povo por aquele caminho.
Ele conhecia as suas necessidades e não deixaria de supri-las. Seu plano nunca é incompleto. Ele é sábio, por isso pensa em tudo. E poderoso, por isso faz tudo o que for preciso para cuidar do seu povo.
Quando o povo começou a reclamar, Deus enviou pão do céu, o maná.
1. O QUE É MANÁ?
A palavra maná deriva da expressão hebraica man hu' que significa literalmente "o que é isto?" (Ex 16.15). Dá para perceber que era algo extraordinário, fora do comum.
O maná foi uma providência especial de Deus exclusiva para aqueles dias. Nem antes, nem depois daquele período houve algo semelhante ao maná.
Veja como Deus cuida de maneira singular de seu povo. Ele criou um alimento especial para alimentar o povo de Israel durante a peregrinação no deserto.
Depois de 40 anos, no dia em que o povo entrou na Terra Prometida e comeu do fruto dela, o maná deixou de cair (Js 5.12).
O maná vinha com o orvalho da manhã. Quando o orvalho evaporava sobrava no deserto uma coisa fina branquinha como a geada sobre a terra, semelhante a escamas.
Quando vinha o calor se derretia.
Era um alimento refinado tinha gosto de bolos de mel. Podia ser moído ou amassado e cozido no forno ou em água. Com ele se fazia um pão com um sabor que parecia ter sido amassado com azeite.
Havia uma outra característica especial: só dava para um dia. Deus proibiu expressamente o povo de recolher mais do que poderiam comer em um dia.
Aqueles que desobedeceram tiveram uma triste surpresa. No outro dia, o maná cheirava mal e dava bichos.
Todos os dias era assim, exceto no sábado. Sábado era o dia de descanso. O maná não desceria. Em compensação, Deus autorizou o povo a recolher na sexta o equivalente a dois dias e o maná não apodreceria.
O povo, ingrato, chegou a dizer que a sua alma estava enjoada e a chamar esta maravilha de pão vil (Nm 11.6, 21.5). Deus castigou os insolentes, mas nunca deixou o povo, um dia sequer, sem este maravilhoso alimento.
2. O QUE O MANÁ ENSINAVA?
A. TODO O SUSTENTO VEM DE DEUS
Deuteronômio 8.3
"Não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem"
A primeira e mais importante lição é que só Deus pode prover sustento.
O maná mostra que o poder de Deus está acima dos recursos que temos. Quando, e se eles faltarem, o nosso Deus pode nos sustentar.
Nossa confiança não deve estar depositada no trabalho que temos ou no dinheiro ou bens que possuímos.
Eles não são provedores, mas instrumentos do nosso sustento. Entretanto, quem nos faz viver é Deus. Assim, nossa confiança deverá ser colocada inteiramente sobre Deus. Ele não deixará que nada nos falte.
Com esse ensino em mente, Jesus venceu o Diabo que o tentava a usar seus poderes em benefício próprio transformando pedras em pães. Tendo vencido, Jesus foi servido pelos anjos (Mt 4.141).
B. O QUE DEUS DÁ É SUFICIENTE
Deus não se limitou a mandar o maná, mandou juntamente codornizes, de forma que o povo comeu até se empanturrar. Ele preservou as vestes, não deixou que os pés do povo inchassem, tirou água até da rocha.
Em nenhum momento o povo de Israel passou necessidade. Tudo o que o povo precisava foi dado.
Quando o Senhor é nosso pastor, nada falta (Sl 23.1). Não precisamos sequer ficar insistentemente pedindo porque o Senhor sabe de todas as coisas que necessitamos (Mt 6.32) e suprirá cada uma de nossas necessidades (Fp 4.19).
Paulo disse que sendo fortalecido por Deus era capaz de estar contente tanto na fartura quanto na escassez. Deus quer nos ensinar que sempre teremos o suficiente. E esse suficiente será de primeira qualidade pois vem das mãos de Deus.
C. DEPENDEMOS DIARIAMENTE DE DEUS
Mateus 6.11
"O pão nosso de cada dia dá-nos hoje"
O maná nos ensina que todos os dias Deus renova seu favor para conosco. Não precisamos temer o futuro. Se ele nos dá o suficiente para hoje, amanhã ele fará o mesmo.
O povo foi tentado a guardar provisões para o dia seguinte. Quem sabe se Deus vai mandar esse maná amanhã? Essa desconfiança de Deus não podia terminar bem.
A Bíblia nos ensina a abrir mão de toda ansiedade, porque Deus tem cuidado de nós. Não é preciso andar ansioso pelo dia de amanhã. Jesus ensina aqueles que não conhecem a Deus vivem assim. Nós sabemos que o mesmo Deus que cuida das aves e das plantas cuidará de nós.
Isso não quer dizer que Deus proíbe poupar. Pelo contrário, na sexta-feira, o povo deveria poupar para o sábado e os que não o fizeram passaram fome.
Precisamos administrar bem os nossos recursos, o que não podemos é confiar neles. Nossa confiança está em Deus que a cada dia nos dará o pão que necessitamos.
3. O QUE O MANÁ APONTAVA?
O maná aponta para o verdadeiro pão que desceu do céu, Jesus. Certa vez ele disse:
João 6.48-51
"Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne"
- Jesus tem a mesma origem do maná: o céu. Ele foi enviado pelo Pai.
- Tem a mesma singularidade. Não houve nenhum salvador antes, nem haverá outro depois.
- Tem o mesmo sabor. Não há nada mais gostoso do que viver com Jesus.
- Sacia as nossas necessidades. Quando temos Jesus não precisamos de mais nada.
- Mas Jesus é muito mais eficaz. Ele nos dá vida eterna. O povo comeu maná no deserto e morreu.
- Quem crê em Jesus nunca mais terá fome, nem sede. Quem come desse pão não perece.
- De todas as coisas que podemos receber de Deus, nenhuma é mais preciosa que Jesus Cristo. Desprezá-lo e buscar outras coisas significa a morte. Recebê-lo implica vida abundante, satisfeita, feliz.
- É através de Cristo que recebemos todas as coisas. Sem ele não adianta ganhar o mundo inteiro.
- Em nosso deserto, só Jesus pode nos alimentar verdadeiramente.
Aplicação
Diante de tudo isso algumas atitudes devem ser tomadas. A principal delas é aceitar a Jesus, o pão do céu, como Senhor e Salvador.
Nada está bem, se nossa necessidade básica de salvação não for suprida. É muito importante tomar essa decisão na idade em que você está.
Na adolescência tomamos muitas decisões. Se escolhermos seguir a Cristo tudo o mais estará bem orientado.
Se não, estaremos em grande perigo. Converse com seu pastor ou seu professor sobre como receber a Cristo. Não deixe essa decisão para depois.
Tendo Jesus, devemos confiar na provisão de Deus para as nossas necessidades. Todos os nossos temores e ansiedades devem ser colocados diante de Deus em oração.
Ele é poderoso para nos ajudar e certamente o fará cuidando de nós e suprindo cada uma das nossas necessidades.
Por fim, o crente deve estar satisfeito com as coisas que tem. A alegria e a gratidão devem ser marcas do cristão.
Alguém que vive reclamando das coisas que não tem está afirmando que Deus não está cumprindo sua promessa.
Um espírito ganancioso só nos afastará de Deus. A recomendação bíblica básica é a de estar contente, se tem o que comer e o que vestir cada dia. Deus pode nos dar mais, se quiser. Qualquer que seja o caso devemos ser agradecidos.
Autor: Dário de Araújo Cardoso
Lista de estudos da série
1. Rindo do Impossível: O Segredo da Promessa que Venceu a Esterilidade – Estudo Bíblico sobre Abraão e Sara2. A Queda dos Falsos Deuses: Como as 10 Pragas Revelaram o Único Deus Verdadeiro – Estudo Bíblico sobre o Êxodo
3. O Beco Sem Saída: O Milagre Desesperado que Abriu um Caminho no Meio do Mar – Estudo Bíblico sobre o Mar Vermelho
4. O Alimento Secreto do Deserto: O Pão Diário que Apontava para a Salvação Eterna – Estudo Bíblico sobre o Maná
5. O Toque Fatal: A Morte Instantânea que Ensinou o Verdadeiro Temor a Deus – Estudo Bíblico sobre Uzá e a Arca
6. Jantar com Leões: O Segredo da Oração que Silenciou as Feras Mais Ferozes – Estudo Bíblico sobre Daniel
7. O Quarto Homem no Fogo: A Presença Divina que Tornou a Fornalha um Lugar Seguro – Estudo Bíblico em Daniel 3
8. A Prova Definitiva: O Milagre que Revelou o Poder de Jesus para Perdoar Pecados – Estudo Bíblico em Marcos 2
9. A Cura que Chocou os Sábios: Como um Cego de Nascença Expôs a Cegueira Espiritual – Estudo Bíblico em João 9
10. O Milagre que Salvou a Festa: Como Jesus Transformou o Comum no Extraordinário – Estudo Bíblico em João 2
11. O Lanche que Alimentou uma Multidão: O Segredo da Multiplicação nas Mãos de Jesus – Estudo Bíblico em João 6
12. A Ordem que Desafiou a Morte: O Milagre que Provou o Domínio de Jesus sobre o Túmulo – Estudo Bíblico em João 11
13. O Sinal Ignorado: Por que a Ressurreição de Jesus é a Única Prova que Você Precisa – Estudo Bíblico sobre o Sinal de Jonas