O Sr. Francisco fazia parte dos programas de festas ou das comemorações litúrgicas da Igreja. Durante a Semana Santa, convocava os filhos e os netos para rezar.
Dizia que as rezas teriam tanto mais merecimento quanto mais sacrifício se fizesse.
Os netos - eu e os meus primos - fazíamos competição: quantos terços poderíamos rezar de joelhos!?
Dizia-se que, com os joelhos dobrados sobre grãos de milho, poderíamos ganhar muitos anos de indulgência. É claro que tentamos fazê-lo!
Autor: Lázaro Arruda
(Extraído do livro “Os meus dias” – Rev. Lázaro Lopes de Arruda, 1997.)
[Nota do blog - O texto é uma memória de infância que narra uma prática religiosa específica: a tentativa de aumentar o "merecimento" das orações através do sacrifício físico. Essa história serve perfeitamente como uma ilustração para discutir temas teológicos como a diferença entre obras e graça, o zelo religioso e a verdadeira natureza do sacrifício que agrada a Deus.]