Jeremias 36 explicado:
📜 Baruque escreve em rolo profecias de Jeremias e lê ao povo no templo.
🔥 Rei Jeoaquim queima rolo da palavra de Deus em ato de rebeldia.
✍️ Deus manda reescrever rolo com juízos maiores após desprezo de Jeoaquim.
📜 Baruque escreve em rolo profecias de Jeremias e lê ao povo no templo.
🔥 Rei Jeoaquim queima rolo da palavra de Deus em ato de rebeldia.
✍️ Deus manda reescrever rolo com juízos maiores após desprezo de Jeoaquim.
Resumo
Jeremias 36 relata um episódio significativo no ministério do profeta Jeremias, que ocorre no contexto do quarto ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá. Neste período, Judá enfrenta a ameaça iminente do exército babilônico liderado por Nabucodonosor.
A palavra do Senhor vem a Jeremias, instruindo-o a registrar todas as profecias dadas desde o reinado de Josias até aquele momento. O objetivo divino é claro: oferecer ao povo de Judá uma última oportunidade de arrependimento, na esperança de que a divulgação das profecias possa levar à conversão e ao perdão dos pecados (vv. 1-3).
Incapacitado de ir ao templo devido à sua prisão, Jeremias convoca Baruque, filho de Nerias, para atuar como seu escriba.
Baruque escreve as palavras ditadas por Jeremias e, posteriormente, lê o rolo para o povo no templo, cumprindo a missão de transmitir a mensagem divina em um dia de jejum nacional. A leitura visa provocar uma reflexão coletiva sobre as ações que levaram Judá à beira da destruição (vv. 4-10).
A reação inicial à leitura das palavras proféticas é de temor entre os líderes judaicos, que reconhecem a gravidade da mensagem e a necessidade de informar o rei Jeoaquim.
A interrogação de Baruque sobre a origem das palavras ressalta a importância do processo profético, na qual Jeremias recebe diretamente de Deus as mensagens que Baruque transcreve e declama (vv. 11-19).
Contudo, a reação do rei Jeoaquim é de total rejeição. Ao ouvir as palavras do rolo, ele o destrói, queimando-o no fogo, numa demonstração de desdém pela palavra profética e pela possibilidade de arrependimento.
Este ato simboliza o repúdio final de Jeoaquim às advertências divinas, marcando um ponto de não retorno na relação entre Judá e Deus. Notavelmente, nem o rei nem seus conselheiros mostram qualquer sinal de arrependimento ou temor diante das profecias (vv. 20-26).
A resposta divina ao desafio de Jeoaquim é imediata: Jeremias é instruído a escrever outro rolo, reiterando todas as profecias anteriores e acrescentando novas advertências direcionadas especificamente ao rei.
Deus pronuncia um juízo específico contra Jeoaquim, predizendo a ausência de sucessores diretos no trono de Davi e um destino ignominioso para o seu corpo. Além disso, reafirma o castigo coletivo sobre Judá e Jerusalém por sua persistente desobediência (vv. 27-31).
O capítulo conclui com Jeremias e Baruque preparando um novo rolo, reescrevendo as mensagens destruídas e adicionando outras palavras. Este ato não apenas desafia a autoridade de Jeoaquim, mas também enfatiza a indestrutibilidade da palavra de Deus, que permanece firme apesar das tentativas humanas de silenciá-la (v. 32).
Jeremias 36 destaca, assim, a tensão entre a fidelidade profética e a rebelião humana, explorando temas de arrependimento, juízo e a soberania de Deus sobre sua palavra.
O episódio ilustra dramaticamente a escolha enfrentada por Judá: ouvir e se voltar para Deus ou enfrentar as consequências de continuar no caminho do pecado e da rebeldia.
Contexto Histórico e Cultural
A narrativa de Jeremias 36 desdobra-se durante um período crítico na história do antigo Israel, especificamente no reino de Judá, sob o reinado de Jeoaquim, filho de Josias.
Este capítulo não apenas retrata um episódio dramático envolvendo a rejeição da palavra de Deus por parte da liderança política, mas também oferece uma janela para compreender as dinâmicas culturais, religiosas e políticas da época.
O cenário é marcado por tensões internacionais, com o império babilônico emergindo como potência dominante na região após a batalha de Carquemis em 605 a.C., evento que significou a derrota do Egito e a ascensão de Nabucodonosor II.
No quarto ano do reinado de Jeoaquim, Deus instrui Jeremias a compilar suas profecias anteriores em um rolo. Isso sugere não apenas a importância de preservar a mensagem divina, mas também reflete sobre o uso de escritos como meio de comunicação duradouro, especialmente em tempos de crise.
A cultura escrita estava se tornando cada vez mais relevante em uma sociedade que valorizava a transmissão oral. A decisão de Deus em ter suas advertências registradas destaca a esperança de arrependimento e redenção para o povo de Judá, mesmo diante da iminência do juízo.
A escolha de Baruque, secretário de Jeremias, para escrever as palavras no rolo, revela aspectos interessantes sobre as práticas literárias da época. Baruque pertencia a uma família influente, o que sublinha a intersecção entre religião, política e a elite intelectual na sociedade judaica.
A tarefa de compilar, escrever e ler publicamente as profecias de Jeremias demonstra o papel vital dos escribas na comunicação e preservação das tradições e revelações divinas.
O ato de ler o rolo no templo durante um dia de jejum indica a centralidade do templo na vida religiosa de Judá. O templo não era apenas um local de culto, mas também um espaço para a proclamação da palavra de Deus e para o arrependimento coletivo.
Essa prática ressalta a crença em um Deus que deseja se comunicar com seu povo e na importância da resposta comunitária à sua mensagem.
A reação dos líderes e do rei ao rolo lido por Baruque revela as tensões entre a fidelidade à palavra divina e as ambições políticas e pessoais. Enquanto alguns líderes expressam temor e reconhecimento da gravidade da mensagem, o rei Jeoaquim demonstra desprezo e rejeição, chegando ao ponto de cortar e queimar o rolo.
Esse ato simboliza não apenas a rejeição da palavra de Deus, mas também a tentativa de apagar a autoridade divina sobre o reino e seu destino.
A resposta de Deus a essa afronta, instruindo Jeremias e Baruque a preparar outro rolo com mensagens adicionais, enfatiza a indestrutibilidade da palavra divina.
A destruição do rolo por Jeoaquim não impede que a mensagem de Deus continue a ser proclamada. Isso destaca a soberania divina sobre os reis e reinos humanos e a futilidade dos esforços humanos para silenciar ou controlar a revelação divina.
O destino profetizado para Jeoaquim, de não ter descendentes no trono e de ter um fim desonroso, reflete a concepção bíblica de justiça divina, onde a desobediência e a rebeldia contra Deus têm consequências não apenas para o indivíduo, mas também para a linhagem e a nação.
A promessa de continuidade da linhagem davídica, apesar da maldição sobre Jeoaquim, aponta para a fidelidade de Deus às suas promessas e para a esperança messiânica que transcende as falhas humanas.
Por fim, a história de Jeremias 36, com sua interação complexa entre Deus, o profeta, o escriba, os líderes e o rei, oferece uma rica tapeçaria de lições sobre a soberania divina, a responsabilidade humana, a importância da palavra de Deus e a inevitabilidade do juízo divino frente à iniquidade.
Esse episódio ressalta a centralidade da fidelidade à revelação divina como fundamento para a vida e a sobrevivência do povo de Deus.
Temas Principais:
A Persistência da Palavra de Deus Frente à Oposição: A tentativa de Jehoiakim de destruir a palavra profética, queimando o rolo, destaca o tema da indestrutibilidade e persistência da palavra de Deus. A ordem de Deus para escrever outro rolo, incluindo todas as palavras anteriores mais "muitas palavras semelhantes", reforça a ideia de que a verdade divina não pode ser silenciada ou destruída por ações humanas.
Responsabilidade e Julgamento: A reação de Jehoiakim ao rolo de Jeremias ilustra a responsabilidade humana frente à revelação divina. Ao rejeitar e destruir a palavra de Deus, Jehoiakim personifica a rebelião e o desdém pelo divino, atraindo consequentemente o julgamento específico contra si e sua linhagem. Isso ressalta o ensino reformado sobre a seriedade do pecado e a justiça do julgamento de Deus.
O Papel dos Profetas e Seus Assistentes: A colaboração entre Jeremias e Baruque na produção do rolo enfatiza o papel vital dos profetas e seus assistentes na comunicação e preservação da palavra de Deus. Isso ressalta a importância da fidelidade e obediência na tarefa de transmitir a mensagem divina, independentemente da oposição ou desafios.
Ligação com o Novo Testamento e Jesus Cristo:
A Palavra de Deus como Inalterável: A tentativa falha de Jehoiakim de destruir a palavra de Deus prenuncia o ensino do Novo Testamento sobre a imutabilidade da palavra de Deus (Mateus 24:35; 1 Pedro 1:25). Isso aponta para Jesus Cristo, a Palavra viva, que encarna e cumpre todas as promessas e julgamentos de Deus (João 1:1,14).
Julgamento e Misericórdia: A condenação pronunciada sobre Jehoiakim reflete os temas do julgamento e da misericórdia divina presentes em toda a Bíblia. Jesus Cristo, na Nova Aliança, oferece perdão e salvação, absorvendo o julgamento de Deus sobre o pecado na cruz, mas também adverte sobre as consequências eternas da rejeição da graça de Deus (João 3:16-18; Hebreus 10:26-31).
O Ministério da Palavra: Assim como Jeremias e Baruque trabalharam juntos para preservar e proclamar a palavra de Deus, o ministério da Palavra continua no Novo Testamento através dos apóstolos e, posteriormente, da igreja. O compromisso com a escrita, preservação e pregação da verdade divina é central para a missão da igreja, seguindo o exemplo de Paulo e seus colaboradores (2 Timóteo 4:2-5).
Aplicação Prática:
Valorização da Palavra de Deus: Os crentes são chamados a valorizar, estudar e obedecer à Palavra de Deus, reconhecendo sua autoridade e imutabilidade. Isso envolve um compromisso pessoal e comunitário com as Escrituras, como guia para a vida e a prática cristã.
Resposta ao Chamado Divino: A disposição de Jeremias e Baruque de enfrentar perseguição e oposição por causa da fidelidade à missão divina desafia os crentes a serem igualmente corajosos e obedientes ao chamado de Deus, mesmo em face da adversidade.
O Papel da Igreja na Preservação e Proclamação da Palavra: A igreja é chamada a ser uma guardiã da Palavra de Deus, comprometendo-se com sua correta interpretação, ensino e pregação. Isso envolve uma responsabilidade corporativa e individual de viver de acordo com os princípios bíblicos e de compartilhar a mensagem do evangelho com o mundo.
Versículo-chave:
"Então Jeremias tomou outro rolo e o deu a Baruque, filho de Nerias, o escriba, que nele escreveu, sob a ditadura de Jeremias, todas as palavras do livro que Jeoaquim, rei de Judá, havia queimado no fogo; e ainda se lhe acrescentaram muitas outras palavras semelhantes." - Jeremias 36:32 (NVI)
Sugestão de Esboços:
Esboço Temático: A Invencibilidade da Palavra de Deus
- A ordem divina para escrever o rolo (v. 1-3)
- A rejeição e destruição do rolo por Jehoiakim (v. 22-26)
- A resposta de Deus: um novo rolo com mais revelações (v. 27-32)
Esboço Expositivo: Desafios à Proclamação da Verdade
- A preparação e proclamação inicial da palavra (v. 4-10)
- A audiência e ação dos líderes de Judá (v. 11-19)
- Oposição real e a preservação divina da palavra (v. 20-32)
Esboço Criativo: Palavras Que Não Podem Ser Queimadas
- As palavras gravadas e a resistência ao esquecimento (v. 1-8)
- As palavras proclamadas e a rejeição arrogante (v. 9-26)
- As palavras multiplicadas e a promessa de persistência (v. 27-32)
Perguntas
1. Em que ano do reinado de Jeoaquim o Senhor falou a Jeremias? (36:1)
2. O que Jeremias foi instruído a fazer com as palavras ditas a ele por Deus? (36:2)
3. Qual era o propósito de escrever todas as palavras no rolo? (36:3)
4. Quem Jeremias chamou para ajudá-lo a escrever as palavras no rolo? (36:4)
5. Por que Jeremias não podia ir ao templo do Senhor? (36:5)
6. Onde Baruque deveria ler as palavras do Senhor para o povo? (36:6)
7. Qual era a esperança de Jeremias ao fazer Baruque ler as palavras no templo? (36:7)
8. Baruque seguiu as instruções de Jeremias? (36:8)
9. Quando foi proclamado um jejum para todo o povo de Jerusalém? (36:9)
10. Onde Baruque leu as palavras de Jeremias no templo? (36:10)
11. Quem ouviu as palavras do Senhor e relatou aos líderes? (36:11)
12. Onde estavam os líderes quando Micaías relatou a eles as palavras lidas por Baruque? (36:12)
13. Como os líderes reagiram após ouvir o relato de Micaías? (36:14)
14. O que os líderes pediram a Baruque após ele ler o rolo para eles? (36:15)
15. Qual foi a reação dos líderes após ouvirem o conteúdo do rolo? (36:16)
16. Os líderes inquiriram como Baruque escreveu todas essas palavras? (36:17)
17. O que Baruque respondeu quando perguntado sobre como ele escreveu o rolo? (36:18)
18. O que os líderes aconselharam Baruque a fazer depois de ouvir o rolo? (36:19)
19. Onde os líderes deixaram o rolo antes de ir falar com o rei? (36:20)
20. Quem o rei mandou pegar o rolo? (36:21)
21. Como era o ambiente em que o rei estava quando Jeudi leu o rolo? (36:22)
22. O que o rei fez com o rolo após ouvir seu conteúdo? (36:23)
23. Qual foi a reação do rei e seus conselheiros ao ouvirem as palavras do rolo? (36:24)
24. Elnatã, Delaías e Gemarias tentaram convencer o rei a não queimar o rolo? (36:25)
25. O que o rei ordenou fazer com Baruque e Jeremias? (36:26)
26. Deus falou novamente com Jeremias após o rolo ser queimado? (36:27)
27. O que Deus instruiu Jeremias a fazer depois que o rolo foi queimado? (36:28)
28. Que mensagem específica Deus mandou Jeremias dizer a Jeoaquim? (36:29)
29. Qual foi o destino profetizado para Jeoaquim por Deus? (36:30)
30. Deus prometeu castigar quem além de Jeoaquim? (36:31)
31. Jeremias seguiu as instruções de Deus após o rolo original ser queimado? (36:32)
32. O que foi acrescentado ao segundo rolo que Baruque escreveu? (36:32)
33. Qual era o motivo de Jeoaquim queimar o rolo? (36:29)
34. Qual era a reação esperada do povo ao ouvir as palavras do rolo? (36:3)
35. O que indica que Jeremias estava restrito de ir ao templo? (36:5)
36. Como a leitura do rolo se encaixava no contexto de um jejum proclamado? (36:9)
37. O que a ação do rei ao queimar o rolo revela sobre sua atitude em relação à palavra de Deus? (36:23-24)
38. Como a persistência de Jeremias e Baruque em seguir as instruções de Deus contrasta com a reação do rei? (36:4, 32)
39. Por que os líderes sentiram a necessidade de esconder Jeremias e Baruque? (36:19)
40. A localização específica da leitura no templo tem algum significado? (36:10)
41. Como a leitura das palavras do Senhor afetou o povo e os líderes que ouviram? (36:16)
42. Por que Jeoaquim não mostrou nenhum sinal de arrependimento ou temor? (36:24)
43. Qual era a importância de usar um rolo para registrar as palavras de Deus? (36:2)
44. O que a determinação de Jeremias em reescrever as palavras no rolo após serem queimadas demonstra sobre sua fé? (36:28, 32)
45. Como os eventos descritos neste capítulo ilustram a relação entre os profetas de Deus e os governantes de Judá? (36:1-32)
46. Qual foi a reação dos conselheiros do rei, diferentemente do próprio rei, ao ouvirem as palavras do rolo? (36:25)
47. De que maneira a história do rolo queimado serve como uma advertência para futuras gerações? (36:29-31)
48. O que o ato de Jeudi ler o rolo diante do rei e seus servos simboliza sobre a disseminação da palavra de Deus? (36:21)
49. Por que era importante que as palavras do Senhor fossem lidas não apenas em privado, mas também publicamente no templo? (36:6)
50. O que a história de Jeremias, Baruque, e o rolo queimado ensina sobre a persistência na face da oposição? (36:4, 27-32)