Fraqueza ou poder?


2 Coríntios 12. 1-10 

Noé foi um homem íntegro, que andou com Deus quando todos os homens tinham mergulhado no pecado. 

Ele e sua família foram poupados quando o Senhor, no dilúvio, inundou toda a terra destruindo-a. Mas em um instante de fraqueza, ele se embriagou com vinho e se pôs nu dentro de sua tenda. 

Davi, o homem segundo o coração de Deus, servia ao Senhor com alegria, almejava sempre estar a presença do Altíssimo. Ele buscava ao Senhor até altas horas da noite e se fartava em suas recordações.

Havia ele obtido muitas e muitas vitórias com a ajuda divina. Mas, uma vez exposto às suas fraquezas, ele acabou cometendo adultério com Bate-Seba e assassinando indiretamente o marido dela.

A queda destes servos de Deus não tira a importância que eles tiveram nos propósitos do Senhor, mas nos deixa um alerta: todos nós temos fraquezas e devemos saber lidar com elas

Será que isso quer dizer que devemos nos acovardar? O verdadeiro cristão tem uma atitude diferente: 

1 - Nos momentos de fraqueza caímos ao pés do Senhor 
2 Coríntios 12:7-9
7 - Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.
8 - Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim.
9 - Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.
Paulo tinha recebido grandes revelações da parte de Deus. Havia um perigo ou uma tendência para se gloriar, se orgulhar por isso. Deus então permite permite que Paulo tenha um “espinho na carne”, para que ele não se ensoberbecesse. 

Não sabemos exatamente o que seria este “espinho na carne”, apenas percebemos que era algo que o incomodava como se estivesse sendo surrado. 

No verso 9 aquilo que tanto o afligia, ganha o nome de “fraqueza”, o que dá a ideia de que ele travava uma luta interior para não ceder ao mensageiro de Satanás. 

Era um momento em que Paulo tomava consciência de quem ele era: “um miserável pecador”. Um momento no qual o Apóstolo caía aos pés do Senhor. 

De igual forma, nós nos vemos em constante batalha no nosso interior, lutando contra nossas fraquezas, contra nossas tendências carnais. E de semelhante modo, quando tomamos consciência de nossas fraquezas, também percebemos quem nós somos: miseráveis, limitados. 

Experimentamos um quebrantamento, um arrependimento, e a palavra de Deus nos mostra que Ele se agrada de um coração quebrantado. Afinal, "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” - Salmo 34.18

E ainda no Salmo 51. 17 lemos que: “O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”. 

Então, depois de termos caído aos pés do Senhor reconhecendo o quão pequenos nós somos, acabamos sendo fortalecidos porque “(...) a tribulação produz a perseverança e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança" - Romanos 5. 3 e 4 

Precisamos cair aos pés do Senhor, porque o poder de Deus se aperfeiçoa em nós, nas nossas fraquezas. 



2 - Nos momentos de fraqueza tomamos a consciência de quem é Deus 
2 Coríntios 4:7 - Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós.
O Apóstolo Paulo ensina que o Espírito Santo de Deus em sua glória repousa sobre vasos de barro, que somos nós, para que a excelência do poder pertença a Deus e não de nós. 

Quando sabemos que somos meros vasos de barro vemos a grandeza de nosso oleiro, nosso criador, que é o Senhor. A consciência de quem nós somos aliada com a de quem Deus é, nos mostra o quanto somos dependentes dEle. 

Em Romanos 3.12 Paulo diz que: “(...) Não há quem faça o bem, não há nem um só”. Quando o Apóstolo declara algo assim, ele inclui a si mesmo nessa afirmação. "Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo." - Romanos 7.18

Nos momentos de fraqueza tomamos a consciência de quem é Deus, do quanto dependemos dele.
Filipenses 2:1313 -  pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.

Salmos 21:7
7 -  O rei confia no Senhor: por causa da fidelidade do Altíssimo ele não será abalado.
Precisamos dessa maravilhosa graça de Deus! Que nas nossas fraquezas tenhamos essa consciência, do quanto dependemos do Senhor.

3 - Nos momentos de fraqueza lembramos que Deus nos deu Espírito de poder 
2 Timóteo 1:7
7 -  Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.
Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Quando nos encontramos frente a frente com nossas limitações, nossas dificuldades, nossos problemas, a tendência é a de nos acovardarmos, é a de temer enfrentá-los. 

Quando os espias foram investigar a Terra Prometida para o povo de Israel, viram que ela era boa e que "manava leite e mel". Mas eles se acovardaram com os seus moradores, pois eles possuíam alta estatura, para eles eram “gigantes”! O povo, ouvindo tal relato, logo se amedrontou. 

Foi preciso que Moisés lhes dissesse: 
Deuteronômio 1:29-31
29 - ... Não fiquem apavorados; não tenham medo deles.
30 - O Senhor, o seu Deus, que está indo à frente de vocês, lutará por vocês, como fez no Egito, diante de seus próprios olhos.
31 - Também no deserto vocês viram como o Senhor, o seu Deus, os carregou, como um pai carrega seu filho, por todo o caminho que percorreram até chegarem a este lugar.



Quantas vezes nos atemorizamos com os “gigantes” que vemos pela frente, com as dificuldades, com as nossas fraquezas? Nestes momentos é preciso lembrar que Deus é bem maior do que os gigantes que podemos encontrar e que Ele lutará por nós, nos dará a vitória.

Somos vasos de barro, mas Deus nos deu “espírito de poder”, em nosso interior repousa a glória de Deus. Por isso o Apóstolo Paulo nos diz para que "não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja esgotando, o interior, contudo, se renova de dia em dia”. - 2 Coríntios 4. 16

Nós não chegamos a desfalecer porque o Deus nos deu espírito de poder, o Espírito Santo de Deus renova o nosso interior dia após dia. 

Há uma música do conjunto oficina G3 que fala em sua letra: 

Lutar ou fugir? 
Qual tem sido a sua opção? 
Sonhar ou desistir? 
O que tem feito o seu coração? 
O que tem feito nosso coração? Temos fugido? Temos desistido? 

Precisamos lutar, do contrário jamais alcançaremos a vitória. O pior derrotado é aquele que nunca se quer lutou. 

Concluindo
Você se considera uma pessoa forte? Qual tem sido a fonte de sua força? Qual tem sido a sua reação diante dos “gigantes” desta vida? 

O Salmista faz a seguinte declaração: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me terei medo?” - Salmo 27.1. E ainda no mesmo salmo, versículo 14: “Espera tu pelo Senhor; anima-te, e fortalece o teu coração; espera, pois, pelo Senhor”. 

A minha oração é a que Deus nos fortifique e que Ele seja a força da nossa vida.

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Danilo Cassemiro de Campos é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul em 2010. Ordenado em 2011. Bacharel em Design (Projeto do Produto) pela Faculdade Asseta de Tatuí (2008), além de Técnico em Processamento de Dados e Hardware (1998 e 2002). É fundador e editor do site www.maravilhosagraca.org

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