Quem é o senhor desta geração?

Jesus respondeu: "Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me". Ouvindo isso, o jovem afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas - Mateus 19.21, 22

Está na moda hoje em dia ser um cristão próspero financeiramente. Mas nem sempre foi assim. Na idade média, por exemplo, havia uma grande valorização da pobreza, que estava ligada à honra e a dignidade.

A causa desse pensamento foi a vida de homens piedosos que fizeram votos de pobreza e, na sua sinceridade, influenciaram várias gerações com discípulos e mosteiros.

O trabalho, por sua vez, era tido como uma espécie de castigo pelo pecado original. Nobre seria dedicar-se tão somente para as questões da alma. 

Veio a Reforma Protestante e mudou-se a cosmovisão sobre o assunto. Como está registrado em Gênesis 2.15, o trabalho veio antes do pecado.

Assim, a realização do ser humano não se encontraria em uma vida ociosa, mas no trabalho em obediência à vontade de Deus. 

Essa visão de mundo juntamente com outras mudanças na sociedade (como o iluminismo) foi a força motriz da vida comercial e industrial.

Agora os trabalhadores eram dedicados, calmos e obedientes, mesmo nas piores condições de trabalho e com salários de fome. 

A coisa toda foi evoluindo e chegamos ao consumismo de hoje em dia. Não adianta apenas ter algo que se necessita. É necessário ao homem moderno gastar dinheiro excessivo com coisas inúteis – tudo para se sentir bem! 


Esse desejo por riqueza nasce do egoísmo, mas hoje em dia, amparado por muitas igrejas e doutrinas, acaba sendo envolto numa redoma de santidade.

Tornou-se algo legítimo. Mais: ter sucesso na vida material é sinônimo de sucesso na vida espiritual. Tem até culto que pastor deixou de falar da Bíblia para falar de carro novo e sonhos materiais. 

O dinheiro em si não é o mau, mas sim uma ferramenta. Sabemos que o “amor ao dinheiro” é o problema. E sejamos sinceros. Nossa sociedade nos ensina desde pequenos a ter uma relação de amor com o dinheiro.

A torná-lo nosso centro, nosso senhor. A sermos escravos de dívidas, acumularmos parcelas, financiamentos e ficarmos feliz quando o banco “aumenta” o limite para gastarmos. 

Tem algo errado aí, não acha? Sim, tem. O perigo de, ao buscarmos em primeiro lugar essas ‘bênçãos materiais’, fazermos do dinheiro o nosso senhor.

E então, como o jovem rico, seremos um dia desafiados a escolher quem de fato seguimos: a Deus ou ao dinheiro. Aquele jovem, muito religioso, escolheu o dinheiro. 

E nossa geração de cristãos? Irá se firmar no verdadeiro Deus caso o período de prosperidade passe? Irá enfrentar bem as provações ou mesmo uma vida mais simples com contentamento?

Ou irá, triste como o jovem rico, descobrir que seu coração já tem um dono, o dinheiro?

Semeando Vida

Profundidade Teológica e Orientação Espiritual para Líderes e Estudiosos da Fé

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