A Bíblia perdida



Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safa: Achei o Livro da Lei na casa do Senhor. Hilquias entregou o livro a Safã, e este o leu - 2 Reis 22.8-10

Em toda igreja existe um espaço reservado para Bíblias perdidas. Às vezes é na secretaria, no armário dos diáconos, etc. Seus leitores ou não sentiram falta, ou não sabem que as mesmas ficaram na igreja à espera de seus donos.

Mas se ao invés de uma Bíblia a pessoa perdesse um avançado celular, um Ipad ou mesmo um Netbook?

Creio que o desespero e chateação tomariam conta, os amigos seriam avisados e dependendo do caso até a polícia já teria sido acionada.

Guardadas as devidas proporções é fato que a Bíblia é mais barata e de mais fácil manufaturação que estes aparelhos eletrônicos. Está também presente em todos os lugares em abundância, inclusive na internet.

Mas nem sempre foi assim. Na época em que o Novo Testamento estava sendo escrito o papiro era um material muito caro e somente as pessoas de grande poder financeiro possuíam os textos, que para serem lidos precisavam ser desenrolados dos pergaminhos.

As cartas de Paulo que muitos jovens ao ouvir hoje quase dormem com indiferença assustadora eram lidas para comunidades inteiras que, pelo fato de não possuírem Bíblias como hoje, bebiam sedentas das verdades espirituais.

O tempo foi passando e o avanço tecnológico produziu a imprensa - em 1455 o alemão Johannes Gutemberg imprimiu 200 Bíblias. Depois desta invenção, os livros foram feitos do jeito que conhecemos hoje. 



Na Reforma Protestante, num entendimento de que a Bíblia não deveria ser acessada apenas por uma elite que sabia latim, surgiu o movimento de tradução de Bíblias que hoje conta com 2454 idiomas traduzidos.

Todavia há ainda um déficit enorme nesta conta: carecemos hoje de mais de 4500 traduções para línguas específicas e apenas 438 idiomas possuem a Bíblia integralmente traduzida.

E mesmo assim, os que possuem a Bíblia não a valorizam. Ela é mais barata que um aparelho eletrônico, porém é muito mais valiosa.

É a Palavra de Deus que nos torna sábios para a salvação, é útil para ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça. Ela torna o seu leitor e seguidor perfeitamente habilitado, um cristão autêntico.

Alguém pode dizer “mas eu tenho umas cinco Bíblias em casa”. Eu respondo que infelizmente a quantidade de Bíblias não está necessariamente ligada com a leitura da mesma. São tempos estranhos, de inversão de valores.

Todavia, estranho mesmo vai ser para quem tem Bíblia e faz pouco caso. Essas pessoas vão se surpreender o dia que o Autor do Livro Sagrado voltar. E os incautos dirão: “Mas, já? Então era verdade? Por que não nos avisaram? Por que algo tão importante foi escondido?”.

Mal eles sabiam, estava tudo na Bíblia. Que Bíblia? Aquela... que ficou esquecida num canto de alguma igreja, na prateleira da cozinha ou no porta-luvas do carro.

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