Hino 88 - Amor perene

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1. Amavas-me, Senhor, ainda cintilante
Não irrompera a luz ao mando Criador!
E nem o ardente sol, rompendo no levante,
Trouxera à terra e ao mar a força fecundante.
Meu Deus, que amor! Meu Deus, que eterno amor!

2. Amavas-me, Senhor, também quando, imolado,
Por mim sofreu na cruz o meigo Salvador,
O Santo de Israel, o teu Cordeiro amado,
Levando sobre si a culpa do pecado.
Meu Deus, que amor! Meu Deus, que antigo amor!

3. Amavas-me, Senhor, quando atingiu meu peito
O Espírito de luz, o meu Consolador.
E com tesouros mil, de teu favor perfeito,
Trouxe à minha alma a fé em que hoje me deleito.
Meu Deus, que amor! Meu Deus, que antigo amor!

4. E sempre me amarás, porque jamais inferno
Ou mundo poderão ao teu querer se opor,
Ao teu decreto, ó Deus, ao teu decreto eterno,
Ao teu amor, ó Pai, ao teu amor superno.
Meu Deus, que amor! És sempre e todo amor! Amém.


Informações
Letra: Guilherme Luiz dos Santos Ferreira, 1900
Música: M. Avocat em "Cantiques du Messager"

Palavras-chave 
amor – eterno – Salvador – fé – Consolador

Ênfase do hino 
A ênfase principal do hino é o amor eterno e incondicional de Deus por nós, mesmo antes da criação do mundo.

Teologia do hino 
O hino explora a teologia do amor eterno de Deus e sua manifestação através da obra redentora de Jesus Cristo na cruz, a ação do Espírito Santo como Consolador e a promessa da presença contínua de Deus em nossas vidas. O hino também aborda a doutrina da predestinação, ressaltando a soberania de Deus em seu amor e plano eterno para a salvação.

Textos bíblicos
Efésios 1:4-5: "Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade."

João 3:16: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."

Romanos 8:38-39: "Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor."

Na história da igreja 
O tema do hino nos lembra do Sínodo de Dort (1618-1619) na Holanda, que reuniu teólogos calvinistas de toda a Europa para responder às controvérsias em torno da doutrina da predestinação e do livre-arbítrio. Este sínodo afirmou a doutrina da predestinação incondicional e a graça irresistível de Deus, destacando o papel central do amor e da soberania de Deus em nossa salvação.

Aplicação prática
O hino nos lembra do amor constante e inabalável de Deus por nós, mesmo diante de nossas falhas e imperfeições. Isso nos encoraja a confiar plenamente em Deus, a buscar uma vida de santidade e a compartilhar esse amor eterno com os outros, através de nossas ações e palavras.

Quando cantar 
O hino "Amor Perene" é apropriado para ocasiões como cultos de adoração, celebração da Ceia do Senhor, batismos, casamentos e funerais. Ele também pode ser cantado em momentos de meditação, gratidão e oração, durante o Natal e a Páscoa, e em outros eventos especiais que celebrem o amor eterno e incondicional de Deus.

História
Pouco se conhecia sobre o Major Guilherme Luiz dos Santos Ferreira, militar e escritor português, responsável por uma contribuição muito significativa à nossa hinologia. 

Os dados que obtivemos foram publicados por Bill H. Ichter. E nos revelam um escritor que mereceu registro na "Grande Enciclopédia Luso-Brasileira" v. 27, p. 393. Nasceu em Mafra, cidade histórica onde D. João VI ia sempre para ouvir o melhor cantochão, em 1850. 

Já era sargento quando um soldado sob seu comando pediu licença para não assistir a missa, por ser crente. Devido a esse testemunho, veio a se converter e tornar-se um valoroso crente no período da monarquia. 

Passou a assistir cultos na Igreja Presbiteriana que se reunia no Convento dos Marianos. Faleceu em Lisboa em 1934 (segundo informou João de Deus Ferreira a B. H. Ichter, Pois a data que tínhamos era 1931). 

Diversos de seus hinos figuram no "Salmos e Hinos", no "Cantor Cristão" e três deles em nosso hinário, em especial o n° 390 que demonstra o testemunho de um combatente investido na luta cristã.

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