Eu teria neste tempo quase uns 20 anos, mas era muito inexperiente. No domingo de manhã, ainda cedo, eu estava em pé, a olhar pela janela aberta a rua ainda vazia.
Depois do café, fiz a oração com a família e dirigi-me logo à Rua Monsenhor Soares, à procura do Templo Presbiteriano, quase que por acaso.
Lá estava ele, e o encontrei com dificuldade, habituado que estava com os majestosos Templos Católicos.
O diabo falava ao meu coração: "Loucura! Quem é você para procurar uma Igreja? Você é um grande pecador! Ainda mais procurar Templo Protestante, culto de gente herética. Protestante é gente do diabo..."
Alguém me diria hoje: "Não passava de auto-sugestão." Pode até ser, porém a tentação se aproveitava de toda a minha estrutura psíquica para me fazer retroceder.
Nesta hora crítica, quando já me dispunha a voltar, surge o diácono Benedito Diniz. Era ainda jovem. Ele chegou ao portão sorridente, afável, modesto, solícito e me convidou:
"Entra jovem! A casa de Deus é nossa!"
(Que grande papel o de um diácono na Igreja de Deus!)
Ele estendeu-me a mão, cumprimentando-me. Conduziu-me imediatamente para o interior do Templo, a uma das muitas classes espalhadas pela nave. A classe de jovens era liderada por um seminarista, hoje o Rev. João Francisco Alves Correa.
Ali fiquei até o fim, deliciado com a exposição clara e divertida do jovem professor.
Autor: Lázaro Arruda
(Extraído do livro “Os meus dias” – Rev. Lázaro Lopes de Arruda, 1997.)