Confie em Deus no tempo de calamidade


Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações - Salmo 46.1

Talvez você não saiba, mas esse era o salmo favorito de Martinho Lutero. Tanto é que se fez presente no verso da composição do hino mais conhecido de Lutero – Castelo Forte. 

Lutero enfrentava perseguições e constantes perigos por causa de sua pregação. Nesse cenário de ameaças ele demonstrou sua confiança em Deus afirmando que o Senhor era sua Fortaleza e que o protegeria de seus perseguidores. Por isso ele declarou: Castelo Forte é o Nosso Deus. 

Confiança é o tema desse salmo. Nesse texto essa confiança se fundamenta na presença do Senhor na cidade no seu santo templo entre o seu povo. 

A ocasião da composição desse salmo nos leva a crer que ocorreu quando Senaqueribe, o poderoso rei da Assíria intentava em invadir Jerusalém. 

Após apresentar uma série de atos soberanos do Senhor, o salmista, no v. 10 reproduz o que Deus estava dizendo para os oponentes de seu povo: Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus. Numa tradução mais literal Deus está dizendo: “Pare de se opor a Mim e irritar Meu povo. Estou acima de tudo pela segurança deles”. 

Por que Deus disse isso? 

Porque Senaqueribe era poderoso, já tinha derrotado muitos povos e estava afrontando a Deus e ao seu povo dizendo: “Nenhum deus livrou outros povos de mim. Não será o Deus de vocês que vai fazer isso agora”. 

Qual foi o final dessa história? Deus enviou seu anjo e matou os chefes e valentes de Senqueribe. Quando este voltou humilhado para sua terra foi morto pelos seus próprios filhos (2 Cr 32.21-23). 

Nesse quadro de ameaças e vitória do Senhor celebrados nesse salmo, aprendemos lições preciosas acerca da confiança em Deus. 

Daí vem a pergunta: 

Porque devemos confiar em Deus nos tempos de calamidade? 

1. DEUS É O REFÚGIO DO SEU POVO
Note que o salmista afirma três vezes essa ideia; 

46.1 - Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. 
46:7 - O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. 
46:11 - O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. 

Os princípios que o salmista quer transmitir são os seguintes: 

1) v. 1 – Deus é uma Fortaleza indestrutível que protege o seu povo contra os assaltos dos inimigos. Para falar disso e toma a imagem das fortalezas construídas para proteger as cidades. 

2) vv. 7 e 11 – O nome Senhor dos Exércitos transmite a ideia de que Deus é o comandante dos exércitos angelicais do céu e de Israel. Esse título revela a soberania e a onipotência de Deus. Portanto, a mensagem é essa: O Deus, todo poderoso, Senhor e criador do cosmos das coisas visíveis e invisíveis é aquele em quem podemos nos refugiar na certeza de que nos protegerá. 

No contexto do salmo esses versículos querem dizer que Deus era o refúgio e a proteção contra os maus intentos de Senaqueribe. De fato, Deus protegeu e livrou Jerusalém da invasão dos assírios. 

Quais as implicações disso para nós hoje especialmente num quadro de Pandemia? 

Em Lucas Jesus predisse as ocorrências de guerras e epidemias no final dos tempos. Ele profetizou: Luc 21:11 “haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu”. 

Todavia, Ele também disse: Luc 21:18 “Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça”. 

O que isso quer dizer? Em meio à calamidade, nossas vidas estão sob os cuidados de Deus. Tudo o que ocorre está sob seu controle de modo que até para que um fio de nosso cabelo caia é necessária a permissão de Deus. 

Portanto, o que está ao nosso alcance para fazer, que façamos. Vamos tomar os cuidados necessários, mas sabendo que Deus é nosso supremo protetor. É Nele, tão somente Nele que devemos nos refugiar. 

2. DEUS ESTÁ COM O SEU POVO

Claramente há um contraste. A agitação e a agressividade dos mares de um lado (vv. 2,3) e as àguas tranquilas de outro (vv. 4, 5). 

Além disso, há uma promessa: “jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã”. 

O que o salmista quer comunicar? 

A agitação e a agressividade das águas não chegarão até o povo, porque Deus está com ele a fim de protegê-lo. É por causa de sua presença e de seu domínio que as àguas ao seu redor e na cidade permanecem tranquilas. 

É por isso que ele repete nos vv. 7 e 11 – “O SENHOR dos Exércitos está conosco”. Deus protegeria Jerusalém da invasão de Senaqueribe. De fato protegeu e humilhou o poderoso monarca. 

O que isso nos ensina? 

Em Mateus 8 somos informados que os discípulos enfrentaram uma grande tempestade, durante a qual, Jesus dormia. Ao ser acordado o que aconteceu? 

Mateus 8:26,27 - Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. 

Em tempos de tempestades, de calamidade, perigos em que a morte ronda são tempos propícios para nos lembrarmos quem é o Deus a quem servimos e que Ele se faz presente em nossa vida! 

Ele é Deus criador de todas as coisas, as visíveis e invisíveis. Que exerce autoridade sobre o que vemos e não vemos. É aquele que é fiel escudo de seu povo. É o Deus soberano que está junto com seu povo. Ele é Socorro bem presente nas tribulações (v.1). 

Portanto, tome os cuidados necessários, mas confie na proteção que Deus exerce sobre o seu povo nos momentos da calamidade. 

Confie na presença inabalável do Senhor na sua igreja. 

3. DEUS ESTÁ NO CONTROLE DE TODAS AS COISAS

Nesses versículos o salmista demonstra como Deus exerce controle sobre todas as coisas com as seguintes afirmações: 

1) v. 6 – É Deus quem dissolve a fúria dos poderosos com uma simples palavra de sua boca; 

2) v. 8 – É Deus quem está destruindo nossos inimigos; 

3) v. 9 – É Deus quem dá um basta à guerra e destrói as armas do inimigo. 

No contexto, Deus destruiu Senaqueribe e seu exércitos e deu um basta à tentative de invadir Jerusalém. Isso porque Deus exerce o controle sobre tudo. Porque Deus não é surpreendido em nada. O furor de Senaqueribe e o poder de suas armas não pegaram Deus de surpresa nem representaram absolutamente nada para Deus. 

O que esses acontecimentos celebrados no salmo nos ensinam? Quais as implicações nos tempos de pandemia? De que maneira isso pode nos estimular na confiança em Deus nesses tempos difíceis. 

No mesmo texto de Mateus 8 que relata que Jesus acalmou a tempestade, há uma informação curiosa. 

Mat 8:23 Então, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. 

Isto é, a iniciativa de entrar no barco que os levou até à tempestade foi de Jesus. Certamente, Cristo, como Criador de todas as coisas, sabia o que estava por vir. Sabia do teste pelo qual passariam os seus discípulos. Isso mostra que em nenhum momento as coisas saíram do controle de Cristo. Ele até tirou uma soneca! 

É disso que temos que tomar consciência. Deus não está sendo pego de surpresa com essa pandemia. Ele é o Senhor da história. Tudo o que temos testemunhado não está surpreendendo o nosso Senhor. 

O que temos que fazer então? 

É sermos sábios e nos prevenir. Mas é também: 
É confiar na sua soberania; 
É confiar nos seus propósitos que não falham 
É confiar em sua vontade que é boa, perfeita e agradável. 
É confiar no seu cuidado; 
É confiar na sua provisão; 

Conclusão 

Temos motivos pra confiar em Deus em tempos de calamidade? A resposta é sim. E o salmo 46 nos ensina as razões pelas quais devemos confiar em Deus nos momentos de crises: 

Deus é o refúgio de seu povo; 
Deus está com seu povo; 
Deus está no controle de todas as coisas; 
Que Deus renove em você a confiança inabalável Nele nestes tempos difíceis!

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