Matar o tempo



Vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, reunindo o tempo, porquanto os dias são maus. - Efésios 5.15,16

Em 1963 eu viajava para Itaberá, onde lecionava. Diariamente tomávamos o ônibus, vários professores, na maioria professoras que iam ficando pelo caminho perto de suas escolas.

Era comum entre elas a troca de revistas de fotonovelas. Um dia perguntei a uma colega por que elas faziam aquilo e a resposta foi: para matar o tempo.


Matar o tempo? Fiquei imaginando qual o mal que o tempo havia feito a elas para merecer ser morto, para merecer tal vingança!



Lembrei-me então de uma poesia de Olavo Bilac - O Tempo: 

Sou o tempo que passa, que passa sem princípio, sem fim, sem medida.
Vou levando a ventura e a desgraça, vou levando as vaidades da vida.
A correr, de segundo a segundo, vou formando os minutos que correm...
formo as horas que passam no mundo, formo os anos que passam e morrem.
Ninguém pode evitar os meus danos... vou correndo sereno e constante;
desse modo de cem em cem anos formo um século e passo adiante.
Trabalhai, porque a vida é pequena, e não há para o tempo demoras!
Não gasteis os minutos sem pena, não façais pouco caso das horas.

Já aconselhava o sábio apóstolo Paulo; "Vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, reunindo o tempo, porquanto os dias são maus". (Efésios 5.15,16)

Se você é um tempocida (que mata o tempo), deixe disso. Passe a ser um remidor do tempo perdido, pois já disseram, e é verdade, que cada minuto a mais é um minuto a menos.

Cronologicamente o tempo não aumenta com a idade, mas diminui. É comum pessoas dizerem, no dia de seu aniversário - eu hoje tenho um ano a mais. Ledo engano. 

Cada ano que passa devemos dizer eu tenho um ano a menos. Isso ensinaria o homem a valorizar o tempo. A remir, não a matar o tempo.

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