Transitoriedade


"O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus", bem... essa não existe mais. É certo que o mundo gira e nada está definitivamente estático por aqui, tudo está em movimento.

Isso se torna muito mais profundo quando nos deparamos com a fragilidade da vida humana. O salmista diz: Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos! Salmos 90.10 (NVI).

Com o passar dos anos vamos entendendo cada vez melhor o que o Salmista diz. O rapaz franzino com metabolismo acelerado, que se alimentava por quase dois entre adolescência e juventude, que praticamente não procurava o descanso, dá lugar ao homem feito, de metabolismo lento e bem menos franzino.

O desgaste natural, físico, vai surgindo. A vida agitada vai minando as energias do forte e afligindo o valente que se lança na busca da sobrevivência própria e da família.



Alguns nem chegam à aposentadoria produtivos, antes já não sentem condições de seguir com suas atividades profissionais de forma plena.

Outros que chegam à aposentadoria com inúmeros problemas de saúde. Passam os sessenta e cinco anos e muitos realmente se despedem deste mundo, ou seguem com anos difíceis e cheios de sofrimento como diz o salmista.

Essa transitoriedade na verdade não deveria existir, Deus não fez o homem para passar pelos anos rapidamente e voar.

A realidade dura salmodiada não fazia parte do propósito inicial de Deus para a raça humana. Deus colocou no coração do homem a eternidade. A morte surge como pagamento pelo pecado de nossos primeiros pais.

Contudo, ela não tem a última palavra, quando Cristo nos traz uma nova perspectiva, Ele veio ao mundo para que tenhamos vida e vida em abundância (João 10.10). Abundância esta começa aqui e salta para eternidade com Deus.

Se forem rápidos os dias aqui, se voam, não importa. Que sejam intensos, que busquemos ao Senhor, ao seu louvor, e toda providência daquilo que carecemos virá do seu amor, misericórdia, graciosamente até nós.

Que aprendamos a apreciar as mínimas coisas que nos cercam, que são bênção e muitas vezes não nos damos conta, porque o mundanismo nos cega, nos oprime com a ansiedade pelo que não temos ainda, em detrimento de tudo que Deus permitiu que conquistássemos.

Infelizmente só damos valor a muitas coisas quando as perdemos. Só valorizamos o calor do sol quando se abate sobre nós intenso frio, muitas vezes percebemos o valor da presença e convívio de nossos queridos quando eles enfim voam de diante de nós.

Mas existe graça na partida, a misericórdia de Deus é perfeita, pois a muitos Ele abrevia os dias difíceis e de sofrimento. Nós que ficamos não queremos que ninguém parta.

Mas devemos reconhecer: algumas partidas são melhores, alguns vôos são necessários, para passarmos da transitoriedade deste mundo para eternidade das moradas no céu.

--------------------------------------------------
Danilo Cassemiro de Campos é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul em 2010. Ordenado em 2011. Bacharel em Design (Projeto do Produto) pela Faculdade Asseta de Tatuí (2008), além de Técnio em Processamento de Dados e Hardware (1998 e 2002). É fundador e editor do site www.desimax.com.br

Semeando Vida

Profundidade Teológica e Orientação Espiritual para Líderes e Estudiosos da Fé

Postagem Anterior Próxima Postagem
Ajuste a fonte: